O Portal Maçônico Orvalho do Hermon destina-se, exclusivamente, aos temas Maçônicos de relevância para os membros da Maçonaria Universal.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
A FAMILIA DO MAÇOM
Domingos Prado
A FAMÍLIA DO MAÇOM A família para a Maçonaria é a base de tudo, depois de Deus..
Portanto, sob o critério filosófico A família é um dom dos maiores que recebemos de Deus. Não é somente uma realidade cultural que pertence a historia dos povos. É uma instituição natural criada por Deus.
A Maçonaria ilumina-nos sobre o sentido DA família. Somos criados à imagem e semelhança de Deus, cuja vida é comunhão profunda entre as pessoas. O ser humano não existe apenas para alimentar-se, crescer e ocupar espaço e tempo sobre a terra. É feito para “con-viver” (viver com), partilhar a vida com OS outros, viver em comunidade. Amadurecer no relacionamento fraterno e entrar em comunhão com o próprio Deus, não só nesta vida, mas por toda a eternidade. No projeto DA Maçonaria, a família é destinada a ser a “comunidade de pessoas unidas no amor”, Sacramento cujo núcleo é a união amorosa e fiel entre o homem e a mulher, caminho de aperfeiçoamento recíproco e fonte de vida.
A família é, também, um compromisso. A comunhão de vida não se realiza por encanto. É necessária a colaboração de cada um, para superar o egoísmo, abrir-se ao outro na doação conjugal e familiar. Requer-se, ainda, a cooperação DA sociedade para que se criem condições adequadas à vida em família. A finalidade primeira DA família, é o valor que lhe confere sentido, é a prole, sua educação física, psíquica, intelectual, moral, religiosa, econômica e social.
O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo DA alma. A Casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Como esperar uma comunidade segura e tranqüila sem que o lar se aperfeiçoe? A Paz no mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em Paz entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o Irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS?
Tantos pais, irmãos e filhos se separam só pela necessidade de impor vontades, de ver “quem manda aqui”, quem ganha a condição de dono DA última palavra. Na maioria dos casos, numa reunião familiar, e com um pouco de humildade todos saberiam até onde ir e quando parar.
São naturais as discordâncias. O homem um dia há de aprender a combater as idéias e não as pessoas. Toda a discordância deve priorizar o respeito.
Se o “diálogo” antecedesse as nossas diferenças, não haveria espaço em nossos corações para ressentimentos e muito menos cultivaríamos sentimentos tão letais no que diz respeito aos outros.
O lar deve ser cultivado como um santuário. É nas lutas diárias do lar que nos preparamos para abraçar tarefas de vulto em prol DA humanidade. É preferível abdicar de servir à humanidade, se nos esquecemos dos compromissos prioritários de nosso lar.
Nos tempos atuais, em que tantos banalizam a vida e as ruas se tornam abrigos de órfãos de pais vivos, é hora de refletirmos sobre a Família e o papel do Maçom na Comunidade.
A Maçonaria quer que cada um de nós busque melhorar em todos OS sentidos, porque em assim fazendo estaremos no caminho certo que é a busca de uma melhoria cada vez maior para a humanidade.
O comportamento do Maçom se torna muito difícil na sociedade maçônica que na profana, porque na sociedade maçônica, OS indivíduos estão mais chegados uns aos outros, exigindo deles tolerância, fraternidade, principiando pela família, que reflete no procedimento social.
O cumprimento destas tarefas tão importantes para o indivíduo e para a comunidade significa, ao mesmo tempo, para OS maçons o desdobramento benéfico de suas próprias disposições.
O respeito e a realização de tão nobre tarefa não podem ficar a mercê do acaso ou DA arbitrariedade, mas deve ser assegurada por uma verdadeira obrigação.
A Maçonaria brasileira com o seu papel na formação do homem sempre foi uma constante na consciência de liderança nacional DA importância DA função DA família. À família é atribuído o papel de primeira célula DA organização social, responsável pela transmissão dos valores morais, espirituais, para que o mundo alcance a Paz.
Portanto, a família, para a Maçonaria, tem o merecimento que lhe atribuiu o Irmão Rui Barbosa que aconselhava: “multiplicai a célula e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a Pátria”.
A família natural do Maçom passa a ser também maçônica, a partir do momento em que o Iniciando recebe a luz (DA Iniciação), a primeira coisa que vê é seus novos Irmãos armados com espadas, jurando protegê-lo sempre que for preciso. Passa a ser tratado como Irmão, demonstrando-se, assim, o caráter fraternal DA Maçonaria. A partir daí, todos que a ele se referem o tratam por Irmão, OS filhos do Irmão passam a tratá-lo como “tio” e as esposas de seus Irmãos passam a ser “cunhadas”. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro DA Ordem e a família maçônica. Na realidade, uma Loja constitui uma família, pois todos OS seus membros são Irmãos entre si, sem o destaque hierárquico; O Venerável Mestre continua sendo o irmão do novel Aprendiz. Se existe essa família, a união de seus membros deve ser cultivada e todos se amarem com laços afetivos.
É difícil precisar, no entanto, como esse vínculo se cria e se mantém. Por quê? Ao sermos reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e o abraça, como se já o conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e faz com que homens de diferentes raças, credos, profissões e classes sociais, tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de sangue ?
A Maçonaria reserva um lugar de destaque à Mulher. Com a evolução e a modernidade atuais, a mulher está conquistando, ao lado do homem, um lugar igual. E nós, Maçons, não temos motivos para combater os ideais de emancipação da mulher. Ao invés, é nosso dever amparar a mulher em seus esforços para obter liberdade e igualdade. Há casos em que o Candidato já está vivendo sua segunda união matrimonial. É importante que descubramos se sua esposa anterior e os filhos dessa união ficaram amparados e se o Candidato está cumprindo com os deveres como um dos construtores daquela família. Quem age corretamente não se opõe a essa providência, a Maçonaria destina-se tanto ao homem como a mulher, complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família base celular de uma sociedade bem organizada. "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gêneses 2:24).
Se em nossos dias são freqüentes as agressões à família e à vida, é também confortador, podermos nos unir para abrir o coração para aprendermos através do estudo de nossos Rituais, que sempre nos ensina a força do Amor, capaz de sacrifício, diálogo e coragem.
O encontro semanal em nossas Lojas, sob a proteção do Criador, seja para nós um encontro com a própria família e a ocasião de sentirmos a alegria de sermos todos Irmãos à luz de Deus.
A Maçonaria convoca seus adeptos a oferecer seus serviços à família para que possa alcançar, dia a dia, o ideal de união revelado pelo Grande Arquiteto do Universo.
Bibliografia:Waldemar Sansão
GRUPO MAÇÔNICO ORVALHO DO HERMON
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
sábado, 5 de fevereiro de 2011
SÓCRATES E A ARTE DE VIVER
By Mistérios Do Cotidiano
Sócrates (469-399 a. C.), um dos maiores filósofos da humanidade, ao examinar o que significa tornar-se humano, tinha por objetivo não mais a ciência ou a natureza, mas o homem. Ele ensinou que pecar é ignorar, e que a purificação da alma passa necessariamente pelo autoconhecimento do homem. Ele introduziu o homem interior na filosofia. Conforme Sócrates o único meio de realizar a mais importante missão do homem: o conhecimento de si mesmo. Ao identificar a virtude com o conhecimento, Sócrates formularia a sua mais polemica reflexão, a de que ninguém erra -ou faz mal – voluntária ou conscientemente.
Explica-se: não sendo nenhuma irracionalidade deliberada, se alguém pratica o mal, isso se deve à ignorância dos valores éticos. Mas o homem deve considerar que a virtude (sem a qual a ignorância e o mal triunfam) dificilmente pode ser ensinada por estar latente na alma; portanto, só é alcançável pelo exame rigoroso que cada pessoa deve fazer de si mesma, condição básica para sua existência ser considerada digna. O método socrático de argumentação – ou se preferir, de ensino – significa a tentar extrair das pessoas as respostas que elas (supostamente) não têm, fazendo-as encarar a própria ignorância, pode levá-las ao paradoxo socratico de, conformando-se com ela, se sentirem sábias. Por isso é que, ao declarar-se ignorante – só sei que nada sei é o seu mote predileto. Nada em excesso e Conhece-te a ti mesmo são conceitos básicos da filosofia do Sócrates. O mais sábio é sábio justamente por ter consciência da própria ignorância.
Em seguida algumas citações sobre Dez lições do socratismo:
01- Cuide da alma
A alma, imortal, indestrutível e sempre renascida, razão moral, espírito pensante e sede da consciência, é a manifestação do divino no homem. Preocupar-se com a alma sem descuidar do corpo, mantendo-o saudável e ágil, é afastá-la do perigo dos prazeres mundanos, fáceis e enfermos que embotam sentidos. O cuidado da alma só é perfeito com o autoconhecimento. O conhecimento purifica a alma, liberta-a das ilusões fáceis, do julgamento precipitado e passional do próximo.
02- Tome conta da sua vida
Tomar conta da própria vida é estar em harmonia com a vontade divina, que concedeu a cada pessoa a noção de deveres éticos perante si e perante a sociedade em que vive. A arte de viver passa necessariamente pela incansável missão de ver a vida como uma dádiva preciosa demais para ser descuidada.
03- A liturgia da amizade
O bom amigo é solidário na dor, mas principalmente cúmplice entusiasmado na alegria. Nenhuma outra forma de dialogo é mais elevada como a que ocorre entre amigos, mas só pode ser amigo verdadeiro quem se despe de tudo que superficial e passageiro nas relações humanas. O individuo isolado, sem amigos, indiferente ás relações humanas, pouco ou nada contribui para o aperfeiçoamento da sociedade em que vive.
04- A natureza do amor
O amor é a experiência que mais aproxima o homem do divino. Compreender a natureza do amor espiritual livra os amantes de desgostos, levando-os assim a usufruí-lo em toda a alegria e plenitude. Ao desejar o amor do outro, deve conhecer-se profundamente e não pretender privá-lo de nada que o impeça de ser ele mesmo. Amor também é renuncia, e ela deve existir quando ocorre as despersonalização dos amantes, quase sempre resultado da busca obsessiva pelo prazer físico, em vez do espiritual. Para que a relação amorosa não se transforme em fonte de frustrações e ódio, os amantes precisam tomar diversas cautelas – e é aí que entra o exercício da razão, dominando o jugo da paixão. Entre elas, a principal é afastar a inveja quando um deles está numa posição intelectual, social ou financeira mais alta, pois a inveja é o veneno que destrói os mais sólidos relacionamentos. Alguma coisa misteriosa lateja neles, sempre voltada a destruí-los – e é contra ela que os apaixonados precisam lutar incansavelmente. É ela que leva o amante a sentir alegria com a desgraça de quem ama, e igual tristeza com suas conquistas: um sentimento inexplicável que, nascido num lugar sombrio da alma, está além da inveja.
05- O que é ser livre
A liberdade implica o domínio das paixões, sempre à espreita para desvirtuar a conduta moral que brota no interior do individuo. O prazer sensual e a intemperança são outros inimigos da liberdade.
06- Quando transgredir é salvar-se
Nenhuma lei deve ser obedecida se for injusta, nenhuma regra deve ser obedecida se desprezar a virtude, nenhum regime político deve ser obedecido se for tirânico e assassino. O transgressor não é um inimigo da ordem social, mas amigo da sabedoria e da verdade. Portanto, aquele que transgride o que impede de viver bem está no caminho correto da salvação de si mesmo.
07- O individuo e o cidadão
Na mesma pessoa, cidadão e individuo podem ter uma convivência pacifica e enriquecedora – desde que o individuo desempenhe criticamente o papel de cidadão, ou seja, ultrapasse-o ao não se sujeitar às expectativas da comunidade, e principalmente ao se preservar de tudo que possa desviá-lo do caminho das virtudes de autocontrole, da coragem, da intuição e da sabedoria.
08- Não se leve a sério
Viver com seriedade e ao mesmo tempo não se levar a sério são conceitos complementares. Viver com seriedade significa ter caráter firme e incorruptível, ter opinião própria, amparada por argumentos racionais, e um profundo sentimento de vergonha que impeça a pratica de atos contrários à dignidade humana. É fácil reconhecer quem se leva a sério superior aos demais: é incapaz de um gesto de humildade, é arrogante e presunçoso não admite os seus erros.
09- Tenha somente o necessário
O homem que se conhece verdadeiramente mediante o exame e a pratica da virtude está livre da tentação de possuir bens materiais além dos estritamente necessários para viver. Se não, quanto mais tem, mais sente vontade de possuir, numa ânsia ilimitada de satisfazer-se sem o conseguir.
10- Viva a arte de morrer
Só quem não dedicou a vida a ver na morte a libertação da alma do corpo se atormenta com a sua chegada. Quem durante a vida se dedicou a examiná-la a cada dia vê na morte a suprema purificação: ela o separa sempre do corpo, fonte de sentimentos impuros contra os quais não mais precisará lutar, e tudo aquilo que o molestava. Por isso é que somente depois da morte, livre do entorpecimento do corpo, o homem atingirá o verdadeiro conhecimento: é a alma que o guiará, de forma pura, em direção ao discernimento da verdade. Morrer exige aquela sabedoria que, brotando da coragem, anula o terror de mergulhar no desconhecido e de saber que com o fim dos infortúnios também se extinguira a memória das coisas terrenas.
Preparar-se para a morte é o contrario da sua negação: é transformá-la numa companhia, tendo-a sempre presente na vida diária.
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