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Como dissemos, falando de Moisés, Jesus não veio destruir a Lei primitivamente estabelecida; veio cumpri-la, torna-la perfeita, dando-lhe esta leveza e esta vida, sem as quais nada é perfeito, nada é completamente humano. Mas ele trouxe ao mundo judeu, tal como Moisés havia criado, uma idéia inteiramente nova, que se relacionava, contudo, à primitiva concepção de Moisés.
O que sobreveio à Lei mosaica é um fato inerente à natureza humana. É preciso, para a multidão, que um ensinamento se prenda a uma forma. Ora, a Lei proibindo fazer qualquer imagem de Deus por temor de cair na idolatria, o povo judeu se cercava de um simbolismo todo particular; tinha divinizado as letras e os números que lhe representavam o poder de Jeová.
Assim criou-se a tradição à qual devemos a Cabala. Porém, a maioria da sociedade não compreendia um pensamento de tão alto alcance; ligava-se somente a formas e práticas, às quais atribuía uma utilidade direta e imediata.
O pensamento de Moisés, salvo entre raros espíritos, veio a ser letra morta. Jesus trouxe a esta letra que mata o influxo do espírito que vivifica.
Levava ao povo, miraculosamente salvo da opressão por um homem de gênio, inovadas de bondade, justiça, igualdade e fraternidade.
Não é aqui, decerto, o lugar para discutir sobre a Divindade de Jesus. No primeiro estudo, consideraremos Jesus e, sobretudo, a sua bela doutrina moral unicamente sob o ponto de vista iniciático. Jesus apareceu-nos como um grande iniciado, um ser superior, trazendo ao mundo uma moral e uma sensibilidade desconhecidas na sua época, tendo conhecimentos e vistas que ultrapassavam muito o pensamento de seu tempo.
Segundo podemos ler nas escrituras, Jesus era um ser maravilhosamente dotado, possuindo um magnetismo natural que irradiava de toda sua pessoa e que uma ascensão estrita e uma bondade radiante o fazia mais poderoso ainda.
Suas palavras, sempre doces e iguais, salvam nos casos muito raros em que se deixou transportar por uma santa indignação, tinha o dom que possuem os dóceis e fortes. Jesus espalhava em torno de si a força e a coragem; reconfortava os aflitos e dava esperança àqueles que sofriam.
Por sua doçura e benevolência, tinha adquirido um grande ascendente sobre aqueles que se beneficiavam de seus dons. Todos os que o rodeavam, amavam-no. A inveja só causava o ódio nos corações incapazes de participar de sua bondade. Não somente irradiava em torno dele um poderoso magnetismo que dava a força de viver àqueles cujo coração estava cansado ou doente, mas, ainda, curava os doentes apenas com o seu contato. Um encanto benéfico emanava de toda a sua pessoa. A paz de seu coração espalhava-se em torno dele como a luz muito doce que sai de uma lâmpada velada.
Como todos os grandes corações que produzem em um cérebro poderoso a força de dar ao mundo uma Lei nova, Jesus era um poeta e tudo o que se nota de suas palavras nos mostra seu coração aberto às grandes harmonias da natureza.
As flores, o “lírio dos campos que não fia nem tece”, os “pássaros do céu que não semeiam nem colhem”, eram-lhe caros e ele compreendia a profunda e íntima beleza.
Aprazia-se na solitude de seu país tão áspero, com doces vales floridos. Amava os lagos piscosos, as montanhas e, quando a multidão o rodeava, inebriado de entusiasmo, produzia logo esta admiração febril e procurava entre as flores de alguns vale agradável, uma calma solidão para tratar dos grandes problemas que atormentam o espírito humano.
Como receber a revelação que Jesus levava ao mundo?
É difícil saber-se.
Da-se-lhe o nome de filho de Deus, mas é um nome que os iniciados do Oriente se dão freqüentemente. O que é particular a Jesus é que se sente constantemente em comunhão direta com seu Pai celeste. Não se atribui só esta qualidade de filho de Deus; mas falando a seus discípulos, diz-lhes, às vezes: “Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito”.
Para chegar a uma sensibilidade perfeita, a mais alta pureza de alma e de corpo, ele não tem necessidade de procurar esta comunhão de todas as horas que ordena aos seus; ele a possui; retira-se e, de súbito, sente-se banhado por grandes eflúvios que vêm dos mundos superiores. As forças que compreendemos com custo penetrá-lo-iam como o perfume penetra a esponja de uma caçoila; os ritmos mais secretos da Natureza eram-lhe reservados pela graça de uma organização de uma esquisita delicadeza feminina.
Deus, tal como Jesus o concebe, não é o Deus severo, tonante sobre o Sinai para espantar o povo de Israel, sempre inclinado à revolta. Para ele, Deus é o Pai de todas as coisas, de todos os seres e não abandona à miséria as mais ínfimas de suas criaturas.
Como deixaria o homem que ele fez à sua imagem e semelhança?
Cheio de doçura e poesia, Jesus lança na Natureza habitual comparações e parábolas para aqueles que compreenderão perfeitamente, dizendo o que ele sabe, na medida em que ele pode revelar a todos; mas, à margem deste ensinamento florido e cheio de suavidade, guarda para os iniciados que escolheu, um sentido cristão esotérico; ele não dá a todos a chave de suas parábolas, “afim de que, vendo, não vejam; ouvindo, não ouçam”.
Sua própria vida é uma parábola, uma ilustração de sua doutrina.
Em muitas investidas, os profetas, seus antecessores, tinham fulminado contra os “adúlteros” de Judá ou de Israel, caindo no culto dos deuses estrangeiros. E para mostrar que o reino de perdão começou, em oposição ao espantalho da pena de talião, não por um texto formal, em contradição com um código, mas por esta palavra que devia despertar tantos ecos no coração dos homens: “Aquele que está sem pecado, lance a primeira pedra”.
Além disso, o povo não saberia mais ser adúltero para com seu Deus, porque, no pensamento e no ensinamento de Jesus, não havia mais deuses estrangeiros. O Deus que ele prega, a luz que ele leva e não deve ficar oculta, não é mais o Deus de Israel, que não favorece senão este pequeno povo das margens do Jordão; é o Deus de toda a terra, que não se adorará mais nos templos e por sacrifícios, porém, que se adorará por toda parte em espírito e verdade. No seu espírito e no seu coração, é rebaixar Deus fazendo-o guarda de alguns bens, para alguns raros eleitos.
Deus é o Deus único, mas, por isso mesmo, não restringe o seu infinito poder.
Eis porque Jesus ordena que o sigam e o perpetuem para ir ensinar em todas as nações. Se Deus, como é verdadeiro, criou o céu e a terra, todo o céu e toda a terra estão com ele com seus habitantes e não se pode fixar um lugar mais agradável para ser o mesmo adorado entre todos os paises que comporta a imensidade da Criação.
Desta idéia vem a revolução que Jesus vinha fazer no mundo: conduzia o reino de Deus sobre a terra e o céu. E este reino não é somente para alguns, mas para todos: “O reino do céu está entre vós, dizia àqueles que perguntavam sobre os sinais e milagres para provar a sua doutrina”.
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terça-feira, 28 de julho de 2009
9.2 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 2ª PARTE - MAÇONARIA ORIGENS INICIÁTICAS
O ensinamento de Jesus, como o de todos os iniciadores, foi duplo: exotérico e esotérico.
Para a multidão, espalha-se em parábolas harmoniosas. Dá vastos projetos e pensamentos que, em nossos dias ainda, podem revolucionar o mundo, porque, salvo em raras e breves épocas, esta doutrina de fraternidade não foi plenamente realizada. Tolstoi retomou-a em nossos dias como os discípulos de Francisco de Assis a pregavam no século XIII. Para Jesus e seus fiéis, os primeiros, os ricos, serão os últimos. Não tendo sofrido nem trabalhado neste mundo, não podem purificar o seu carma, nada adquiriram para seu aperfeiçoamento; é tão difícil um rico entrar no reino do céu como uma corda entrar no fundo de uma agulha.
O ensinamento esotérico, reservado aos apóstolos, tem uma feição muito diversa.
Segundo o modo oriental, o ensinamento exotérico ora por alguns aforismos concisos, ora por parábolas da mais harmoniosa simplicidade, enigmáticas às vezes, porque nestas palavras ditas para todos, os discípulos diretos devem encontrar o que lhes pertence propriamente.
Entre adágios e imagens, há numerosas reminiscências do ensinamento de Moisés e traços de iniciações estrangeiras. Porém, em todo o caso, a condução do ensinamento está mudada pela transfusão de um espírito muito diferente, mais lato, cheio de bondade e perdão, aberto a todas as misericórdias. Ele sabe que as principais virtudes são a doçura, a humildade, a paciência, o perdão das injúrias; quer que se manifeste severo apenas para consigo mesmo.
Os sábios tinham dito: “Não façais aos outros o que não quereis que vos façam”. Ultrapassa este justo dado, para que o sentimento o conduza sobre a lei e guie o mundo tão severo sobre o qual o império romano havia colocado o seu pé de ferro.
Disse ele: “Se alguém bater na vossa face direita, apresentai a esquerda. Se alguém fizer questão de vossa túnica, dai-lhe também o vosso manto”.
Não somente defende o ódio, mas ainda quer que o amor seja guia das relações e dos interesses:
“Escutastes o que foi dito: Amareis o próximo e odiareis o vosso inimigo”.
“Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei aqueles que vos maldizem, fazei bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos ultrajam e perseguem”.
“Afim de que sejais os filhos de vosso Pai que está nos céus, porque ele faz brilhar o seu sol para os bons e maus e faz chover sobre os justos e injustos”.
“Porque, se vós não amardes senão aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os próprios publicanos não fazem o mesmo”?
“E se não fizerdes senão acolhimento a vossos irmãos, que fazeis de extraordinário”?
“Os pagãos não fazem o mesmo”?
“Sede, pois, perfeitos como vosso Pai que está nos céus”. – (evangelho segundo S.Mateus, Cap. V, vs. 43 a 48).
Pregava também a humildade, mostrando por vivas imagens que “aquele que se eleva será humilhado”.
Certamente, numerosas idéias de seus ensinamentos eram tomadas no ensinamento da Sinagoga. Moisés e seus sucessores tinham ordenado a esmola, porém esta veio a ser ostensiva e, por conseqüência, vã. Prescreveram a piedade, a doçura, o amara da paz, o desinteresse do coração, mas tão belos conselhos caíram no esquecimento. O que fez a força de Jesus é que ele mesmo praticou o que aconselhava aos outros. Aqueles que viviam ao seu lado sabiam que a sua teoria não tinha nada de desarmônica em relação ao seu viver; por isso as suas palavras, ilustradas por seu exemplo, tinham um grande poder de persuasão.
Não somente condenava o adultério, mas o desejo voluptuoso era para ele um adultério moral tão importante e culpável como o outro; as segundas núpcias e sobretudo o divórcio eram-lhe também abomináveis.
Jesus, ainda que não condenasse nenhum culto e ordenasse àqueles dos quais cuidava que “se mostrassem aos sacerdotes”, não sentia a necessidade de um sacerdote como intermediário entre Deus e o homem; não sentia necessidade das práticas exteriores. Se ele ordenava ir ao Templo ou fazer a Páscoa, era para cumprir a Lei, como ordenou entregar a César o tributo que lhe era devido.
Tudo isso são práticas, e as práticas podem ter a sua importância, porém só o desenvolvimento do coração é essencial.
Deus, que é o único modelo ao qual o homem se deve conformar, é bom em toda parte e com todos.
Não faz exceção nem de ordem nem de religião. Que direito seria mais severo senão o de Deus, o único Ser que seja a Perfeição?
O que o homem deve fazer é conservar-se bastante elevado e bastante para ficar em comunhão constante com seu Pai celestial.
Isso feito, se o discípulo, imitando Aquele que É único, se entrega a todos de bom coração, está na senda da perfeição e Deus é único juiz.
Não é senão pouco a pouco e mais tarde, quando a desaparição do Mestre forçou os discípulos a se reunirem em pequenos grupos, que vieram a surgir igrejas e dioceses, que os ritos e mistérios intervieram, mas na divina infância da religião cristã nada disso existia e somente uma inteira efusão do coração se elevava a Deus para se espalhar, em seguida, sobre todos.
Estas boas ações, que são recomendadas, devem sobretudo ficar entre Deus e o fiel:
“Quando fazes a esmola, é preciso que a tua mão esquerda ignore o que faz a mão direita, afim de que a tua esmola fique em segredo, e então teu Pai, que vê em segredo, te recompensará. E, quando orares, não imites os hipócritas, que gostam de fazer as suas orações no fundo das sinagogas e junto dos altares, afim de serem vistos pelos homens. Em verdade, vos digo que eles recebem a sua recompensa. Se queres orar, entre no teu quarto, e, tendo fechado a tua porta, ora a teu Pai que está secreto; o teu Pai, que vê em segredo, te exaltará”.
“E quando orares, não faças longos discursos como os pagãos, que imaginam serem exaltados à força de palavras. Deus, teu Pai, sabe de que tens necessidade, antes que peças”.
Antes de começar a sua pregação, Jesus acreditou que faria bem em se aproximar de João Batista.
João, que fazia parte da seita dos Essênios, tinha passado uma iniciação que participava dos templos do Egito e dos colégios dos profetas.
Levava uma vida austera e penitente e as suas prédicas inflamadas, temíveis e poderosas, tinham-lhe suscitado o ódio de Herodes Antipas e, sobretudo, da rainha Herodiade.
Desde a sua infância, João havia sido sujeito a certas abstinências e, desde a hora de seu nascimento, fora consagrado a Deus. Sua vida, sobre as margens do Jordão e os lagos da Judéia, era a mesma de um yogi da Índia.
Vestido de peles de animais ou de um simples pano branco, não se nutria senão de alfarrobeiras e mel selvagem.
Todos os prazeres eram-lhe desconhecidos. O tempo que não gastava em seu apostolado, era consagrado à prece.
Em torno dele agrupavam-se alguns homens que partilhavam da austeridade de sua vida e que recebiam as suas palavras.
A prática fundamental de sua doutrina comum era o batismo pela imersão completa para purificação do pecado.
João, perseguido pelo rei Herodes, havia se retirado para a Judéia, em um país próximo do Mar Morto.
Em certas épocas, aproximava-se do Jordão e geralmente, neste rio, proporcionava o batismo àqueles que vinham para se fazer iniciar em suas doutrinas.
Então, uma multidão considerável se comprimia em torno dele e os adeptos se multiplicavam.
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9.3 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 3ª PARTE MAÇONARIA ORIGENS INICIÁTICAS
O batismo não tinha nada de novo para o povo hebreu. Era uma longínqua herança,pois que os iniciados do Egito eram submetidos a ele. Nesta iniciação, uma imersão não parecia suficiente, necessitando de mais um esforço e temor.
O batismo de João era o vestígio da experiência iniciática pela água, tal como a descrevemos nos Mistérios de Isis. A concepção de João Batista era, sobre este ponto, exatamente a mesma que a dos iniciados do Egito. Para João, o batismo era sobretudo destinado a representar a purificação da alma e a fazer impressão sobre o sentido do impetrante. Esta impressão recebida, esta purificação passada, o ensinamento lhe era concedido.É claramente a idéia egípcia. No Egito primitivo, o batismo foi dado sobretudo aos adultos. Não foi senão no momento em que a religião cristã reuniu fiéis bastante numerosos para que as famílias tivessem o desejo de levar seus filhos à religião de sua escolha, que o batismo foi administrado sem ser seguido de uma iniciação e que se pôde concedê-lo aos recém-nascidos.
João Batista, ao mesmo tempo pela austeridade de sua vida, a dureza de seu ensinamento e sua oposição a Herodes, tornara-se impopular porque a aceitação dos costumes romanos exercera rápida influência na Judéia.
Desde muito tempo o povo aspirava à vinda de um Messias que restabelecesse Israel à frente das nações e tornasse a dar ao templo o seu esplendor abolido.
Este salvador devia ser precedido pela reaparição do profeta Elias.
Ora, para o vulgo, João Batista, pela força de suas invectivas contra Herodes e Herodíade, lembrava bem Elias nas suas relações com Achab e Jezabel, para que uma associação de idéias não se estabelecesse no cérebro de todos.
A maioria atribuía-lhe o papel de Elias; outros, sempre à espera daquele que devia vir, diziam que ele era o Messias, Mas João não tinha esta pretensão.
Por isso quando Jesus vem a ele para lhe pedir o batismo, designou-0 como aquele que Deus reconhecia por “seu Filho bem amado em que repousava as suas graças”.
Jesus e João mostraram, nos seus ensinamentos, muitos pontos de contato, ainda que a palavra de João fosse áspera e grosseira, ao passo que a de Jesus não era senão amor e compaixão.
A palavra de João tinha despertado muitos ecos rudes para ficar muito tempo impune. O pretexto de sua prisão, foi que ele tinha censurado o casamento de Herodes com a mulher de seu irmão. Herodes tinha evidentemente voltado à lei que obriga um israelita a desposar a viúva sem filhos de seu irmão, a fim de dar filhos ao morto e libertar seu nome da ignomia que é a esterilidade.
Mas o esposo de Herodíade não estava morto, nem sem filhos. Era este adultério oficial que João tomava por tema para atacar o rei e, sobretudo , a rainha.
Ele foi preso, mas com uma certa liberdade de ação, porque nós o vemos receber enviados de Jesus e confiar-lhes respostas em que ele tomava Jesus por Messias.
Foi por este tempo que Herodíade tomou por ocupação desembaraçar-se de João, que a perseguia com suas censuras! Durante uma festa, depois de um grande festim em que o rei bebeu demais, ela fez vir sua filha Salomé, que tinha sido instruída, em Roma e na Judéia, em todas as artes que podiam reunir atrativos à sua beleza.
Esta moça era filha do primeiro marido de Herodíade. Ao fim do repasto, ela dançou diante do rei e ele ficou tão encantado pela sua beleza e por sua dança que lhe ofereceu o que ela desejasse, mesmo que fosse a metade de seu reino. Salomé, que havia recebido instruções de sua mãe, pediu a cabeça de João Batista. Ela a obteve.
Depois da morte de João, Jesus se retirou momentaneamente para o deserto e, durante 40 dias, praticou o jejum mais rigoroso.
Este retiro era habitual entre os iniciados que se preparavam para as maiores austeridades e um profundo recolhimento à missão que tinham recebido ou assumido.
Após este estágio, Jesus voltou à Galiléia e seus discípulos tiveram por companheiros aqueles que foram discípulos de João Batista.
Dia a dia, a palavra do novo Mestre se impunha com mais autoridade.
Dissemos que Jesus operava como os iniciados.
Ele o foi verdadeiramente?
Quando se percebe que a pregação de Jesus não começou senão no seu trigésimo ano de existência e que ele pereceu aos trinta e três, imagina-se facilmente que esta esplêndida inteligência não se desenvolveu junto do estábulo de José.
Por outro lado, nenhum dos Evangelhos dá um ensinamento os anos de vida de Jesus que precederam à sua prédica.
Sem ir até pensar, como Notovich, que Jesus fora às Índias ou ao Tibet durante esta vida oculta, pode-se crer que sua estadia no Egito, à qual as Escrituras fazem uma breve alusão, não se limita aos anos da infância.
Por outro lado, é notável, como observou Eduardo Schuré, que desde o momento em que foi batizado por João Batista, Jesus se apresentou ao mundo com uma doutrina antiga que não sofreu senão algumas mudanças.
Para Eduardo Schuré, o fato da iniciação de Jesus não tem nenhuma dúvida:
“É evidente – diz ele – que este começo ousado e premeditado foi precedido de um longo desenvolvimento e uma verdadeira iniciação. Não é menos certo que esta iniciação devia ter tido lugar na única associação que conservava ainda em Israel as verdadeiras tradições com o gênero de vida dos profetas”.
“Isso não pode suscitar nenhuma dúvida para aqueles que, elevando-se acima da superstição da letra e da mania maquinal do documento escrito, ousam descobrir o encadeamento das coisas no seu espírito”. Isso demonstra não somente relações íntimas entre as doutrinas de Jesus e a dos Essênios, mas ainda do próprio silêncio guardado pelo Cristo e por seus discípulos sobre esta seita.
“Por que ele, que ataca com uma liberdade sem igual todos os partidos religiosos, não ataca jamais os Essênios”?
“Por que os apóstolos e Evangelistas não falam deles mais”?
“Evidentemente porque eles consideravam os Essênios como seus, porque estavam ligados a eles pelo juramento dos Mistérios a que a seita está fundida com os cristãos”. (Os Grandes Iniciados).
Certamente, a fraternidade de Jesus com os Essênios parecia estabelecida por uma multidão de concordâncias e de presunções, mas não existe nenhum texto preciso sobre o qual estejamos em condição de basear uma verdadeira certeza.
Por outro lado, uma hipótese foi emitida por alguns e, em particular, por Notovich, de uma estadia de Jesus Cristo. Notovich afirma basear as suas afirmativas pelo lema de um convento de Himis.
Este manuscrito seria uma relação perfeita da vida de Jesus nos anos de sua vida oculta e toda a existência seria passada nas Índias, onde Jesus teria recebido uma iniciação búdica, explicando os pontos de contato do Cristianismo com o Budismo.
É preciso dar às revelações de Notovich uma importância absoluta?
Devemos considerar estas revelações como a chave do Mistério?
É impossível dar a esta questão uma resposta definitiva. O que é certo, é que, se Jesus pôde gozar de uma real iniciação, fosse entre os Essênios, fosse nas Índias ou no Egito, pôde muito bem passar sem uma iniciação no sentido que entendemos até aqui.
Vivia em um mundo advertido de todas as questões religiosas de sua época e, com a organização intelectual, intuitiva e penetrante que é fácil descobrir nele, pôde conseguir ensinamentos diretos, transforma-los à luz de sua inteligência, toma-los, penetra-los de sua personalidade, fazê-los seus.
Certamente, a tradição sempre existiu.
Transmitiu-se oralmente dos mestres aos discípulos durante séculos. Mas o que um homem compreendeu ou aprendeu, outro pode descobrir e aprender, principalmente sendo um homem superior.
Jesus, não saberíamos insistir muito, possuía o conjunto de qualidades que, geralmente, se excluem uma da outra. Era intuitivo e observador; sua meditação se esclarecia de luzes súbitas de uma inspiração que nunca lhe faltou. É possível que ele tenha recebido um ensinamento direto; é possível que um gênio poderoso o tenha conduzido a penetrar e descobrir o que era secreto para os outros.
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9.4 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 4ª PARTE - MAÇONARIA ORIGENS INICIÁTICAS
A pregação de Jesus não se parecia nada com o que se tinha feito antes dele.
Anuncia que o reino de Deus está próximo e que este reino não se estabeleceria sobre a terra, sem perseguição e sem revolução.
Em todos os tempos, os Sábios e justos haviam sido vítimas dos violentos.
Agora, o reino da justiça vai ser estabelecido. Os ódios vão desaparecer e uma fraternidade universal unirá todos aqueles que se sentem separados. Não haverá mais antagonismos entre as religiões, raças e nações.
O único mandamento é amar-se uns aos outros, fórmula sublime que fez da religião a mais bela e mais poderosa que surgira até então.
Como todos aqueles que se apiedam da miséria humana, Jesus coloca primeiramente a sua revolução sobre o terreno econômico. Os primeiros serão os últimos e uma ordem nova vai florescer sobre a terra, admirada de ver, enfim, alguma bondade entre os homens.
Antes, é o reino do mal, da perseguição, da violência exercida pelos poderosos sobre os fracos. Porém, crendo em Jesus, uma era nova vai surgir; em breve, o reino de Deus ao domínio de Satã. As forças maléficas, o ódio, o poder rude daqueles que governam pela força e torturam os povos pela fome e pelos suplícios, tudo isso vai desaparecer em uma luz de aurora.
Eis o reino da forças benéficas e harmoniosas! O menino meter a sua mão na goela do leão e brincará com o perigo diante da toca da víbora.
Jesus anuncia esta nova ordem de coisas com as imagens arrebatadoras que ferem o espírito da multidão. Ora, ele vê o bem e o mal como o bom grão e o joio em um campo; o joio arruína a colheita, mas dia virá em que uma escolha severa deverá ser feita; o joio será lançado ao fogo e o bom grão será recolhido no celeiro.
O reino de Deus é semelhante ao lançar do anzol executado pelo pescador. Ele prende peixes e, aqueles que são bons, Põe-nos de lado nos vasos.
Quanto aos outros, lança-os à água para se desembaraçarem.
A revolução anunciada é antes uma evolução. O reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda, que é a menor de todas as sementes: põe-se na terra e nasce uma grande árvore sobre cuja folhagem os pássaros vão repousar.
Ou ainda: o reino do céu é como o levedo que uma mulher prepara e coloca na sua massa para faze-la fermentar. Esta quantidade de levedo é bem pequena, mas faz levedar a massa toda.
Finalmente, Jesus não aconselhou nenhuma ação violenta. Crê na força expansiva das idéias, na força de um ideal que se grava no espírito e, sobretudo, no coração do povo. Quando os fariseus, tendo em vista tenta-lo, lhe perguntaram se era oportuno pagar o imposto a César, Jesus se contentou em fazer-se mostrar uma moeda:
- De quem é esta efígie?
- De César – respondem os tentadores.
- Entregai, pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
É pelo mesmo espírito que os apóstolos ordenaram a submissão, não somente para
com os bons senhores, mas também para com os maus e injustos. O que ele quer é criar a bondade, a doçura, a piedade sobre esta terra, onde o sangue não cessou jamais de correr.
Quer modificar os sentimentos, os costumes levar um clarão de ideal a este mundo; não tenta gozar nunca o menor papel político.
Com um profundo reconhecimento das realidades da vida, sabe que os mártires dão trabalho aos carrascos e que os vencidos terminam sempre por dominar os vencedores; assim, não desejando vantagens materiais, aconselho a paciência, a resignação, o amor aos inimigos.
Ele sabe que a piedade é uma flor que não sobe senão dos abismos, quando não desce do céu.
Eis porque afirma com a certeza da razão iluminada, que a revolução se fará pelos pobres e humildes; os escravos estão destinados a mudar a terra.
Tendo a idade de 30 anos, Jesus não tinha feito confidência de seus pensamentos senão ao seu ambiente íntimo, àqueles que o tinham procurado espontaneamente.
Não foi senão no seu trigésimo ano de existência que começou o seu ensinamento público, e logo foi seguido e rodeado de uma grande multidão de pessoas.
Sua palavra ardente e inflamada, a doçura de seu aspecto e de sua atitude, seu poder magnético atraía as multidões, submetendo-as ao seu pensamento.
Uma cidade, entretanto, foi refratária à sua ação. Foi Nazaré, onde ele passou a sua adolescência. “Ninguém é profeta em seu país”. Não foi nesta quadra de sua infância que ele estabeleceu o seu principal centro de ação, mas em Cafarnaum, junto do lago de Genezaré e sua influência ganhou as cidades circunvizinhas.
Todos os sábados, falava na Sinagoga, comentando os textos sagrados segundo as suas luzes pessoais, às vezes contradito pelos sacerdotes, que lhe apresentavam questões insidiosas, formando ciladas, das quais saía vitorioso, deixando-os entregues à sua própria malícia.
Outras vezes, assentado à borda do lago ou na montanha, falava à multidão reunida, permitindo que cada um fizesse as suas objeções, apresentando questões que ele desejava ver resolvidas.
Todos, salvo os invejosos, retiravam-se encantados. A sedução intelectual emanava do jovem Mestre e, contrariamente ao que faziam os Doutores, que, para brilhar, envolviam a palavra divina em uma forma difícil e abstrata, inacessível ao vulgo, ele expunha parábolas, nas quais as pessoas do povo encontravam assuntos cotidianos; a ovelha desgarrada, o vinhateiro que trabalha e aquele que quer ser pago sem fornecer um só esforço.
Por outro lado, Jesus anunciava a paz e a salvação para os humildes. A quem pertence o reino do céu? O Sermão da montanha responde a esta questão:
“Felizes os pobres de espírito, pois é a eles que pertence o reino dos céus”!
“Felizes aqueles que choram; porque serão consolados”!
“Felizes os afáveis; porque possuirão a terra”!
“Felizes aqueles que têm fome e sede de justiça; porque serão fartos”!
“Felizes os misericordiosos; porque obterão misericórdia”!
“Felizes aqueles que têm o coração puro; porque verão a Deus”!
“Felizes os pacíficos; eles serão chamados filhos de Deus”!
“Felizes aqueles que são perseguidos pela justiça; porque o reino dos céus é para eles”!
Quando Jesus abriu ao pensamento de seu auditório estes horizontes inesperados, permitia a cada um de lhe impor questões; respondia a cada um com a mesma bondade e todos voltavam encantados. Os sacerdotes odiavam-no, porém, muitas vezes, sucedia que aquele que tinha vindo com a intenção de surpreende-lo, achava-se tomado, por sua vez, de seu raciocínio límpido.
Tal foi o caso de Nicodemos, homem muito instruído, dos anciães do povo.
Apoiando-se, assim, sobre todas as classes, a autoridade de Jesus cresceu e se estendeu rapidamente.
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9.5 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 5ª PARTE MAÇONARIA ORIGENS INICIÁTICAS
Os primeiros discípulos de Jesus foram objeto de escândalo para aqueles que desprezavam a plebe.
Estes eram pescadores, um publicano (aquele que veio a ser Mateus), pessoas humildes, mulheres, como Maria de Magdala, que viveu entre as mulheres santas que rodeavam Jesus e que lhe foi fiel até sua morte, até o calvário, onde a tradição cristã a representa como sendo a primeira que encontrou o Mestre ressuscitado, imagem admirável daquele que havia dito: “Há mais alegria no céu para um pecador que se arrepende do que para noventa e nove que não têm necessidade de penitência”.
Um dos discípulos mais amados do iniciador, aquele que nos transmitiu a parte esotérica de sua doutrina, foi um dos seus parentes, João, que devia gozar um grande papel no desenvolvimento do cristianismo nascente.
Certamente, todos os apóstolos são imbuídos da doutrina de Jesus, mas parece que João o tinha mais bem compreendido.
Seu Evangelho, como veremos desvenda mais profundamente do que outros o pensamento secreto de Jesus; mas também herdou de sua terna benevolência e suas epístolas guardam este tom de bondade que é como o reflexo da palavra de Jesus:
“Meus filhos, se nosso coração não nos condena, podemos ter uma grande confiança em Deus. O que lhe pedimos, receberemos dele, porque guardamos seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável”.
“E eis aqui o seu mandamento: que creiamos em nome de Jesus Cristo, seu filho, e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordena”.
João, que era quase uma criança ainda quando entrou na senda de Jesus, teve o privilégio da infância e este foi o discípulo que Jesus amava e que entrou na confiança mais completa de suas vistas e de seus pensamentos.
A doutrina de Jesus era absolutamente contrária a tudo o que o mundo tinha conhecido até então. Sob o reino de Roma, onde tudo era excitação e rapina, ele pregava o desinteresse, a renúncia do coração a todos os bens terrestres. Cada um se preocupa do que lhe pode acontecer neste mundo: de sua fortuna, de sua ambição. Jesus nega absolutamente a importância destes pensamentos. Uma só coisa é necessária; a evolução de nossa alma, segundo o doce hábito de sua palavra familiar, mostra que a Natureza não nos instruiu nestes pensamentos de previdência material e desejo de autoridade que não serve senão para molestar o fraco:
“Considerai o lírio dos campos; não trabalho nem rouba. Entretanto, eu vos digo, Salomão, em toda a sua glória, não estava vestido como nenhum deles. Se Deus revestiu, pois, assim a erva do campo que vive hoje e que amanhã será cortada e lançada ao forno, não vos revistirá também, ó gente de pouca fé”?
E a sua palavra sobre aqueles que amontoam tesouros:
“Procurai primeiramente o reino de Deus e o resto será dado por acréscimo. Não cuideis do amanhã; amanhã se desgostará de si mesmo. A cada dia basta a sua pena”.
E além disso, como se desgostasse da nutrição dos pobres e mesmo do vinho dos convivas do festim das Núpcias da Cana – como se este desgosto da nutrição ofuscasse aquele que contentava com algumas espigas apanhadas à beira do caminho e esmigalhadas na mão – volta a esta questão que tem tanta importância na vida do mundo:
“não sede inquietos pelo alimento que tereis para sustentardes a vossa vida. Olhai os pássaros do céu: não semeiam nem colhem; não têm celeiro nem paiol, e vosso Pai celeste os nutre. Vós não estais muito acima deles”?
Diante destas palavras, quiseram acusar Jesus de insensibilidade, uma espécie de boemia mística. Não existiu nada disso. O que ele pede é ter confiança na vida. Certamente, aquele que tem responsabilidades não deve deixar de tomá-las em conta, não deve esquece-las; mas, em todo estado de causa há necessidade de complicar uma vida com tantas necessidades como o homem cria diariamente?
Aquele que sabe crer e refletir não saberia duvidar que tudo, neste mundo, seja criado para o bem.
Se devemos sofrer uma experiência da sorte, porque agrava-la por temores e lamentações inúteis?
Aquele que sabe, não tem o direito de se alarmar; não lhe chegará coisa alguma que não deva chegar. Está em nós remontar dos efeitos às causas. Ou, conhecendo o que nos pode chegar, consideraremos como inevitável, e, pela tensão da vontade e a resignação do coração, sustentaremos o choque do melhor modo que nos for possível; preferiremos subir a corrente, e não é nem temor, nem a tristeza que nos auxiliarão; eles perturbarão as nossas forças. A única coisa que importa é a nossa elevação, o nosso aperfeiçoamento, a direção do nosso coração. Operando assim, a vida ser-nos-á bela e alegre. Os iniciados sabem: tudo é sorriso, mesmo as lágrimas, para aquele que o compreendeu.
Cada ano, durante a Páscoa, Jesus voltava a Jerusalém. O que lá encontrou foi a mais viva oposição à sua doutrina; foi ali também que encontrou os maiores e mais ternos devotamentos. Declarou Ele que não tinha vindo para destruir a Lei, mas cumpri-la; os sacerdotes sentiam facilmente que ele compreendia como eles esta Lei mosaica, sobrecarregada de práticas e que tinha tanta aspereza a ponto de não mais tocar o coração deste povo judeu, outrora tão ardentemente fervoroso.
Não queria destruir a lei, mas, procurando desprender o espírito que vivifica da letra que mata, abate-la para ampliar à altura de seu pensamento. Por outro lado, a idéia de renúncia aos sacrifícios solenes, de orar em sua casa e não em lugar público, abriu uma brecha profunda nos interesses materiais. Uma multidão de mercadores vivia sob os pórticos do Templo, vendendo animais que deviam sacrificar e mil lembranças da peregrinação cumprida, como em nossos dias em torno das igrejas célebres.
Além disso, os padres e levitas eram nutridos de oferendas; este dom preenchia a sua parte de herança na partilha da Terra prometida.
Imagina-se a que ponto Jesus pareceu revolucionário quando expulsou os vendedores que faziam do templo uma caverna de ladrões. É então que ele se tornou suspeito e foi acusado de pregar uma Lei nova. Para ele, a Lei não saberia dividir um povo ou uma seita; dia viria em que Deus seria Pai de todos os homens, em que não haveria mais Judeus nem Gentios.
Todos os que foram criados por Deus têm os mesmos direitos à sua bondade e ao seu amor.
A Lei não é mais a regra de ferro que conduz um povo eleito para seus destinos. Essa expansão do coração humano, muito tempo constrangido, é que se abre a um novo sol; todas as pétalas não formam senão uma única flor banhada de orvalho e de luz.
Esta religião do coração podia ser harmônica com todos.
Por outro lado, o pensamento de Jesus progredia. Pelos obstáculos que se levantavam no seu caminho, compreendia que a revolução que ele tinha chamado não se faria tão docemente como havia esperado.
Havia mais a modificar nesta antiga Lei, do que ele julgara primeiramente.
O povo vinha a ele e o reconhecia como o Messias, Era-o e acreditava ser?
Não nos é permitido resolver um ponto delicado que foi resolvido no sangue, no Jardim das Oliveira e sobre a cruz no Gólgota.
O que é certo é que Jesus assumiu esta personalidade até diante de Caifaz, afirmando que era o Messias, filho de Deus.
É ele que revelará o reino de seu pai.
Para demonstrar esta vocação messiânica, duas espécies de provas são geralmente admitidas: os milagres e o cumprimento das antigas profecias relativas ao Messias.
Não nos afastaremos das profecias, desejosos de pesarmos somente, no presente estudo, a doutrina moral de Jesus.
Quanto aos milagres, são quase todos milagres de cura. Todos os Evangelhos abundam nestes fatos; Jesus impõe a mão sobre o leproso e ele fica radicalmente curado. Diz ao paralítico: “Ergue-te e caminha” e aquele que esperava tanto tempo à borda do túmulo toma o seu leito sobre a espádua e vai bendizendo a Deus.
Os cegos vêem. A mulher Cananéia, que, não sendo judia, não se anima a pedir a Jesus para cura-la, mas toca docemente a franja de suas vestes, fica completamente curada.
Jesus friccionou saliva nos olhos de um cego de nascimento e os olhos que não haviam conhecido o sol se admiram diante da luz.
A esta época, atribuía-se à influência do demônio um grande número de moléstias. Certamente admitem ainda que os males podem ser aumentados ou diminuídos pelas influências espirituais. Mas no tempo de Jesus, a magia fazia parte da medicina; era importante a leitura das obras relativas ao templo de Epidauro em que os adoradores de Asclépio eram curados pela vontade de Deus.
Jesus exorciza os doentes, e os demônios que causavam seus males escapam dos corpos atormentados e estes voltam à calma.
Virtude mais poderá ainda! Jesus curava também os enfermos pela doce simpatia que emanava de sua pessoa. Sabia que estava inclinado a todos os sofrimentos da terra e que escolheu entre as profecias a que concerne ao “homem das dores”: que a perturbação do coração e a aflição do espírito são a base de todas as doenças.
Eis porque leva todo os seus cuidados ao apaziguamento da alma antes da cura do corpo.
Não são os poderosos e ricos que ele procura, mas aqueles que se curvam sob o peso do fardo de seus desgostos.
“Vinde a mim – dizia ele – vós que estais fatigados e carregados, que eu vos consolarei. Tomai meu jugo sobre as vossas espáduas, pois eu sou doce e humilde de coração e vós encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é brando e meu fardo é leve”. (Mateus, cap.XI vs. 28-30).
À medida que se erguia a sordidez de certas almas, Jesus compreendia que a cura do mundo não se faria senão por meio de uma completa doçura.
Então, sentiu que as forças viriam e que fariam um formidável alvoroço no mundo romano.
Predisse o fim do mundo, após o qual veremos um novo céu e uma nova terra. Sentia que a ordem social tocava o seu fim e que os tempos eram chegados.
Precisava que uma renascença fosse preparada por estranhas calamidades, por desgraças inauditas, como a charrua revolve o campo que deve ser semeado.
Esta calamidade, preparatória do reino de Deus sobre a terra, será também a apoteose do Messias. Começará por tempestades que perturbarão o céu completamente. O fogo dos clarões iluminará toda a terra. Mas sobre as nuvens, o Messias virá, formidável, ao som de trombetas que repercutirão, tocadas por temíveis Arcanjos.
Os mortos sairão dos túmulos e esperarão, transidos de medo, o julgamento que os disporá para a eternidade.
É o Messias revestido dos poderes de seu Pai, que procederá a este julgamento.
De um lado, os eleitos, o pequeno número daqueles que souberam ficar ilesos dos prazeres da terra, das suas preocupações; aqueles que não foram tragados ao mesmo tempo pelo desprezo de Deus e pela cupidez.
Mais além, colocados à direita de seu juiz, serão chamados a gozar de uma felicidade eterna, sem limites, em uma estadia deliciosa que foi preparada desde a origem do mundo.
Estes são os bem-aventurados, aos quais o reino do céu, o Paraíso, pertence.
À esquerda do Juiz, estarão os malditos, aqueles que não tiveram crença, que endureceram o coração, que não viveram senão egoisticamente para si mesmos e para os seus interesses.
Estes irão à Geena, ao vale horrível do Ocidente de Jerusalém, onde de altos cai uma espessa sombra, onde não germina nenhuma vegetação.
Neste lugar desolado, serão prisioneiros das chamas que não se extinguirão jamais; serão também roídos pelos vermes.
O Filho do Homem, assentado à direita de Deus, seu Pai, presidirá solenemente a esta justiça, cujos efeitos serão eternos.
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Os primeiros discípulos de Jesus foram objeto de escândalo para aqueles que desprezavam a plebe.
Estes eram pescadores, um publicano (aquele que veio a ser Mateus), pessoas humildes, mulheres, como Maria de Magdala, que viveu entre as mulheres santas que rodeavam Jesus e que lhe foi fiel até sua morte, até o calvário, onde a tradição cristã a representa como sendo a primeira que encontrou o Mestre ressuscitado, imagem admirável daquele que havia dito: “Há mais alegria no céu para um pecador que se arrepende do que para noventa e nove que não têm necessidade de penitência”.
Um dos discípulos mais amados do iniciador, aquele que nos transmitiu a parte esotérica de sua doutrina, foi um dos seus parentes, João, que devia gozar um grande papel no desenvolvimento do cristianismo nascente.
Certamente, todos os apóstolos são imbuídos da doutrina de Jesus, mas parece que João o tinha mais bem compreendido.
Seu Evangelho, como veremos desvenda mais profundamente do que outros o pensamento secreto de Jesus; mas também herdou de sua terna benevolência e suas epístolas guardam este tom de bondade que é como o reflexo da palavra de Jesus:
“Meus filhos, se nosso coração não nos condena, podemos ter uma grande confiança em Deus. O que lhe pedimos, receberemos dele, porque guardamos seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável”.
“E eis aqui o seu mandamento: que creiamos em nome de Jesus Cristo, seu filho, e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordena”.
João, que era quase uma criança ainda quando entrou na senda de Jesus, teve o privilégio da infância e este foi o discípulo que Jesus amava e que entrou na confiança mais completa de suas vistas e de seus pensamentos.
A doutrina de Jesus era absolutamente contrária a tudo o que o mundo tinha conhecido até então. Sob o reino de Roma, onde tudo era excitação e rapina, ele pregava o desinteresse, a renúncia do coração a todos os bens terrestres. Cada um se preocupa do que lhe pode acontecer neste mundo: de sua fortuna, de sua ambição. Jesus nega absolutamente a importância destes pensamentos. Uma só coisa é necessária; a evolução de nossa alma, segundo o doce hábito de sua palavra familiar, mostra que a Natureza não nos instruiu nestes pensamentos de previdência material e desejo de autoridade que não serve senão para molestar o fraco:
“Considerai o lírio dos campos; não trabalho nem rouba. Entretanto, eu vos digo, Salomão, em toda a sua glória, não estava vestido como nenhum deles. Se Deus revestiu, pois, assim a erva do campo que vive hoje e que amanhã será cortada e lançada ao forno, não vos revistirá também, ó gente de pouca fé”?
E a sua palavra sobre aqueles que amontoam tesouros:
“Procurai primeiramente o reino de Deus e o resto será dado por acréscimo. Não cuideis do amanhã; amanhã se desgostará de si mesmo. A cada dia basta a sua pena”.
E além disso, como se desgostasse da nutrição dos pobres e mesmo do vinho dos convivas do festim das Núpcias da Cana – como se este desgosto da nutrição ofuscasse aquele que contentava com algumas espigas apanhadas à beira do caminho e esmigalhadas na mão – volta a esta questão que tem tanta importância na vida do mundo:
“não sede inquietos pelo alimento que tereis para sustentardes a vossa vida. Olhai os pássaros do céu: não semeiam nem colhem; não têm celeiro nem paiol, e vosso Pai celeste os nutre. Vós não estais muito acima deles”?
Diante destas palavras, quiseram acusar Jesus de insensibilidade, uma espécie de boemia mística. Não existiu nada disso. O que ele pede é ter confiança na vida. Certamente, aquele que tem responsabilidades não deve deixar de tomá-las em conta, não deve esquece-las; mas, em todo estado de causa há necessidade de complicar uma vida com tantas necessidades como o homem cria diariamente?
Aquele que sabe crer e refletir não saberia duvidar que tudo, neste mundo, seja criado para o bem.
Se devemos sofrer uma experiência da sorte, porque agrava-la por temores e lamentações inúteis?
Aquele que sabe, não tem o direito de se alarmar; não lhe chegará coisa alguma que não deva chegar. Está em nós remontar dos efeitos às causas. Ou, conhecendo o que nos pode chegar, consideraremos como inevitável, e, pela tensão da vontade e a resignação do coração, sustentaremos o choque do melhor modo que nos for possível; preferiremos subir a corrente, e não é nem temor, nem a tristeza que nos auxiliarão; eles perturbarão as nossas forças. A única coisa que importa é a nossa elevação, o nosso aperfeiçoamento, a direção do nosso coração. Operando assim, a vida ser-nos-á bela e alegre. Os iniciados sabem: tudo é sorriso, mesmo as lágrimas, para aquele que o compreendeu.
Cada ano, durante a Páscoa, Jesus voltava a Jerusalém. O que lá encontrou foi a mais viva oposição à sua doutrina; foi ali também que encontrou os maiores e mais ternos devotamentos. Declarou Ele que não tinha vindo para destruir a Lei, mas cumpri-la; os sacerdotes sentiam facilmente que ele compreendia como eles esta Lei mosaica, sobrecarregada de práticas e que tinha tanta aspereza a ponto de não mais tocar o coração deste povo judeu, outrora tão ardentemente fervoroso.
Não queria destruir a lei, mas, procurando desprender o espírito que vivifica da letra que mata, abate-la para ampliar à altura de seu pensamento. Por outro lado, a idéia de renúncia aos sacrifícios solenes, de orar em sua casa e não em lugar público, abriu uma brecha profunda nos interesses materiais. Uma multidão de mercadores vivia sob os pórticos do Templo, vendendo animais que deviam sacrificar e mil lembranças da peregrinação cumprida, como em nossos dias em torno das igrejas célebres.
Além disso, os padres e levitas eram nutridos de oferendas; este dom preenchia a sua parte de herança na partilha da Terra prometida.
Imagina-se a que ponto Jesus pareceu revolucionário quando expulsou os vendedores que faziam do templo uma caverna de ladrões. É então que ele se tornou suspeito e foi acusado de pregar uma Lei nova. Para ele, a Lei não saberia dividir um povo ou uma seita; dia viria em que Deus seria Pai de todos os homens, em que não haveria mais Judeus nem Gentios.
Todos os que foram criados por Deus têm os mesmos direitos à sua bondade e ao seu amor.
A Lei não é mais a regra de ferro que conduz um povo eleito para seus destinos. Essa expansão do coração humano, muito tempo constrangido, é que se abre a um novo sol; todas as pétalas não formam senão uma única flor banhada de orvalho e de luz.
Esta religião do coração podia ser harmônica com todos.
Por outro lado, o pensamento de Jesus progredia. Pelos obstáculos que se levantavam no seu caminho, compreendia que a revolução que ele tinha chamado não se faria tão docemente como havia esperado.
Havia mais a modificar nesta antiga Lei, do que ele julgara primeiramente.
O povo vinha a ele e o reconhecia como o Messias, Era-o e acreditava ser?
Não nos é permitido resolver um ponto delicado que foi resolvido no sangue, no Jardim das Oliveira e sobre a cruz no Gólgota.
O que é certo é que Jesus assumiu esta personalidade até diante de Caifaz, afirmando que era o Messias, filho de Deus.
É ele que revelará o reino de seu pai.
Para demonstrar esta vocação messiânica, duas espécies de provas são geralmente admitidas: os milagres e o cumprimento das antigas profecias relativas ao Messias.
Não nos afastaremos das profecias, desejosos de pesarmos somente, no presente estudo, a doutrina moral de Jesus.
Quanto aos milagres, são quase todos milagres de cura. Todos os Evangelhos abundam nestes fatos; Jesus impõe a mão sobre o leproso e ele fica radicalmente curado. Diz ao paralítico: “Ergue-te e caminha” e aquele que esperava tanto tempo à borda do túmulo toma o seu leito sobre a espádua e vai bendizendo a Deus.
Os cegos vêem. A mulher Cananéia, que, não sendo judia, não se anima a pedir a Jesus para cura-la, mas toca docemente a franja de suas vestes, fica completamente curada.
Jesus friccionou saliva nos olhos de um cego de nascimento e os olhos que não haviam conhecido o sol se admiram diante da luz.
A esta época, atribuía-se à influência do demônio um grande número de moléstias. Certamente admitem ainda que os males podem ser aumentados ou diminuídos pelas influências espirituais. Mas no tempo de Jesus, a magia fazia parte da medicina; era importante a leitura das obras relativas ao templo de Epidauro em que os adoradores de Asclépio eram curados pela vontade de Deus.
Jesus exorciza os doentes, e os demônios que causavam seus males escapam dos corpos atormentados e estes voltam à calma.
Virtude mais poderá ainda! Jesus curava também os enfermos pela doce simpatia que emanava de sua pessoa. Sabia que estava inclinado a todos os sofrimentos da terra e que escolheu entre as profecias a que concerne ao “homem das dores”: que a perturbação do coração e a aflição do espírito são a base de todas as doenças.
Eis porque leva todo os seus cuidados ao apaziguamento da alma antes da cura do corpo.
Não são os poderosos e ricos que ele procura, mas aqueles que se curvam sob o peso do fardo de seus desgostos.
“Vinde a mim – dizia ele – vós que estais fatigados e carregados, que eu vos consolarei. Tomai meu jugo sobre as vossas espáduas, pois eu sou doce e humilde de coração e vós encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é brando e meu fardo é leve”. (Mateus, cap.XI vs. 28-30).
À medida que se erguia a sordidez de certas almas, Jesus compreendia que a cura do mundo não se faria senão por meio de uma completa doçura.
Então, sentiu que as forças viriam e que fariam um formidável alvoroço no mundo romano.
Predisse o fim do mundo, após o qual veremos um novo céu e uma nova terra. Sentia que a ordem social tocava o seu fim e que os tempos eram chegados.
Precisava que uma renascença fosse preparada por estranhas calamidades, por desgraças inauditas, como a charrua revolve o campo que deve ser semeado.
Esta calamidade, preparatória do reino de Deus sobre a terra, será também a apoteose do Messias. Começará por tempestades que perturbarão o céu completamente. O fogo dos clarões iluminará toda a terra. Mas sobre as nuvens, o Messias virá, formidável, ao som de trombetas que repercutirão, tocadas por temíveis Arcanjos.
Os mortos sairão dos túmulos e esperarão, transidos de medo, o julgamento que os disporá para a eternidade.
É o Messias revestido dos poderes de seu Pai, que procederá a este julgamento.
De um lado, os eleitos, o pequeno número daqueles que souberam ficar ilesos dos prazeres da terra, das suas preocupações; aqueles que não foram tragados ao mesmo tempo pelo desprezo de Deus e pela cupidez.
Mais além, colocados à direita de seu juiz, serão chamados a gozar de uma felicidade eterna, sem limites, em uma estadia deliciosa que foi preparada desde a origem do mundo.
Estes são os bem-aventurados, aos quais o reino do céu, o Paraíso, pertence.
À esquerda do Juiz, estarão os malditos, aqueles que não tiveram crença, que endureceram o coração, que não viveram senão egoisticamente para si mesmos e para os seus interesses.
Estes irão à Geena, ao vale horrível do Ocidente de Jerusalém, onde de altos cai uma espessa sombra, onde não germina nenhuma vegetação.
Neste lugar desolado, serão prisioneiros das chamas que não se extinguirão jamais; serão também roídos pelos vermes.
O Filho do Homem, assentado à direita de Deus, seu Pai, presidirá solenemente a esta justiça, cujos efeitos serão eternos.
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9.6 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 5ª PARTE - MAÇONARIA ORIGENS INICIÁTICAS
Jesus, sabendo que não viveria muito tempo, tinha, desde o começo, escolhido doze discípulos que deviam continuar a sua obra. Estes discípulos tinham sido escolhidos entre os seus fiéis mais atentos; conhecemo-los com o nome de apóstolos.
Após uma iniciação especial, estes apóstolos participam dos poderes de Jesus.
Como ele, podiam efetuar curas pela imposição das mãos.
É também pela imposição das mãos ou unção de óleo consagrado, que eles expulsavam os demônios. Podiam manejar sem perigo os reptis venenosos e beber com a máxima calma, impunemente, beberagens mortais.
Conflitos de doutrina e de interesses tornavam-se mais vivos em torno de Jesus. Este sentia que a sua hora era chegada e disso deu parte àqueles que o rodeavam.
Os detalhes da morte de Jesus estão muito presentes na memória de todos para que seja necessário repeti-la aqui.
Seus interrogatórios, diante daqueles que tinham preparado a sua morte, como se prepara um sacrifício, teriam desarmado os seus inimigos, mas a inveja não se desarma jamais.
A multidão que, poucos dias antes, lançava flores e seus mantos à sua passagem, reclamava a sua morte em grandes gritos.
Seus próprios apóstolos fugiram diante de sua angústia. Apenas João, Maria de Magdala e a mãe de Jesus seguiram-no até o Calvário.
Nem os suplícios nem a morte arrancaram uma queixa àquele que se entregava para dar a paz ao mundo. Morreu, perdoando os seus carrascos e prometendo o Paraíso a um dos ladrões, entre os quais tinha sido crucificado.
Começou aí a ação dos Apóstolos. A vida de Jesus, como a dos iniciadores orientais, magnifica-se por lendas e toma cada vez mais o valor de um símbolo. Mas o que ficou intacto da influência do Mestre, foi a radiante imagem daquele que não tinha ordenado senão com amor, cuja doutrina inteira não era senão fraternidade, piedade, perdão e que, deste modo, combatia a dureza do mundo antigo – sobretudo depois da conquista romana – a maior revolução que havia sido feita em nome da clemência e da bondade.
Tem-se muitas vezes aproximado a religião de Jesus da religião de Buda, mas não se tem sublinhado suficientemente a preferência incessante concedida por Jesus ao mais humilde, ao mais vil, ao mais vil, muitas vezes mesmo ao mais indigno.
O rico mau é punido pelas chamas eternas, mas não se mostrou bom rico; quando um moço de família opulenta pediu a Jesus para ser admitido no meio de seus discípulos, ele pediu-lhe primeiramente que desse todos os seus bens aos pobres. E o jovem se retirou muito triste, porque possuía grandes bens. Não há palavra de censura no Evangelho, mas a partida do adolescente sublinha, por uma poderosa imagem, a incompatibilidade da nova religião com o apego aos bens do mundo.
Jesus não tem que fazer de seus bens. Para ele, uma única riqueza é notável: a do coração, a beleza dos sentimentos. Perdoa à pecadora “porque ela muito amou”, preferindo o abandono de si mesma em um amor impuro à egoística procura do ouro e do aplauso público. Como vimos, não é preciso amara somente aqueles aos quais estamos ligados pelos laços de sangue e de amizade, nem somente aqueles que nos têm feito experimentar a sua benevolência, mas ainda, e sobretudo, aqueles que nos têm afligido e ultrajado.
Da mesma forma, nós nos aproximamos tanto que está em nosso poder a misericórdia divina.
As ternas palavras de Jesus para com as crianças que correm para ele e o rodeiam, entes que ele preferia por suas espontaneidades e pureza; a viva poesia de suas parábolas onde pinta deliciosamente a Natureza, nos demonstram mesmo o seu amor pelas coisas, pelos seres inanimados que saem da mão do Pai. Sua religião é toda amor, fraternidade, união de almas, muito mais elevada e mais além do que se pode imaginar nos elos dos partidos políticos e até a fraternidade de sangue ou de pátria.
Como todas as coisas humanas, a religião de Jesus não conserva por muito tempo, na prática, todo esplendor do seu ideal.
Veio um momento em que a religião nova, tendo triunfado, vem a ser religião do Estado e, regularizada, amoldada à firme disciplina romana, perdeu a sua graça e leveza.
Além disso, é quase impossível pedir ao conjunto de seres os mesmos sentimentos elevados que se pode esperar somente de uma reunião seleta de iniciados.
Certamente, a religião cristã conduz ao mundo um ideal que transforma e lhe permite uma evolução que os nossos olhos, muito acostumados, não discernem, porém que o nosso pensamento se dirige para o doce iniciador que pregou a doçura e a piedade sobre os caminhos da Galiléia, nós não podemos deixar de lamentar que todos aqueles que o seguiram não tivessem conservado a suavidade desta grande figura.
E o nosso espírito lamenta também que o esoterismo cristão tenha sido eclipsado entre nós.
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Após uma iniciação especial, estes apóstolos participam dos poderes de Jesus.
Como ele, podiam efetuar curas pela imposição das mãos.
É também pela imposição das mãos ou unção de óleo consagrado, que eles expulsavam os demônios. Podiam manejar sem perigo os reptis venenosos e beber com a máxima calma, impunemente, beberagens mortais.
Conflitos de doutrina e de interesses tornavam-se mais vivos em torno de Jesus. Este sentia que a sua hora era chegada e disso deu parte àqueles que o rodeavam.
Os detalhes da morte de Jesus estão muito presentes na memória de todos para que seja necessário repeti-la aqui.
Seus interrogatórios, diante daqueles que tinham preparado a sua morte, como se prepara um sacrifício, teriam desarmado os seus inimigos, mas a inveja não se desarma jamais.
A multidão que, poucos dias antes, lançava flores e seus mantos à sua passagem, reclamava a sua morte em grandes gritos.
Seus próprios apóstolos fugiram diante de sua angústia. Apenas João, Maria de Magdala e a mãe de Jesus seguiram-no até o Calvário.
Nem os suplícios nem a morte arrancaram uma queixa àquele que se entregava para dar a paz ao mundo. Morreu, perdoando os seus carrascos e prometendo o Paraíso a um dos ladrões, entre os quais tinha sido crucificado.
Começou aí a ação dos Apóstolos. A vida de Jesus, como a dos iniciadores orientais, magnifica-se por lendas e toma cada vez mais o valor de um símbolo. Mas o que ficou intacto da influência do Mestre, foi a radiante imagem daquele que não tinha ordenado senão com amor, cuja doutrina inteira não era senão fraternidade, piedade, perdão e que, deste modo, combatia a dureza do mundo antigo – sobretudo depois da conquista romana – a maior revolução que havia sido feita em nome da clemência e da bondade.
Tem-se muitas vezes aproximado a religião de Jesus da religião de Buda, mas não se tem sublinhado suficientemente a preferência incessante concedida por Jesus ao mais humilde, ao mais vil, ao mais vil, muitas vezes mesmo ao mais indigno.
O rico mau é punido pelas chamas eternas, mas não se mostrou bom rico; quando um moço de família opulenta pediu a Jesus para ser admitido no meio de seus discípulos, ele pediu-lhe primeiramente que desse todos os seus bens aos pobres. E o jovem se retirou muito triste, porque possuía grandes bens. Não há palavra de censura no Evangelho, mas a partida do adolescente sublinha, por uma poderosa imagem, a incompatibilidade da nova religião com o apego aos bens do mundo.
Jesus não tem que fazer de seus bens. Para ele, uma única riqueza é notável: a do coração, a beleza dos sentimentos. Perdoa à pecadora “porque ela muito amou”, preferindo o abandono de si mesma em um amor impuro à egoística procura do ouro e do aplauso público. Como vimos, não é preciso amara somente aqueles aos quais estamos ligados pelos laços de sangue e de amizade, nem somente aqueles que nos têm feito experimentar a sua benevolência, mas ainda, e sobretudo, aqueles que nos têm afligido e ultrajado.
Da mesma forma, nós nos aproximamos tanto que está em nosso poder a misericórdia divina.
As ternas palavras de Jesus para com as crianças que correm para ele e o rodeiam, entes que ele preferia por suas espontaneidades e pureza; a viva poesia de suas parábolas onde pinta deliciosamente a Natureza, nos demonstram mesmo o seu amor pelas coisas, pelos seres inanimados que saem da mão do Pai. Sua religião é toda amor, fraternidade, união de almas, muito mais elevada e mais além do que se pode imaginar nos elos dos partidos políticos e até a fraternidade de sangue ou de pátria.
Como todas as coisas humanas, a religião de Jesus não conserva por muito tempo, na prática, todo esplendor do seu ideal.
Veio um momento em que a religião nova, tendo triunfado, vem a ser religião do Estado e, regularizada, amoldada à firme disciplina romana, perdeu a sua graça e leveza.
Além disso, é quase impossível pedir ao conjunto de seres os mesmos sentimentos elevados que se pode esperar somente de uma reunião seleta de iniciados.
Certamente, a religião cristã conduz ao mundo um ideal que transforma e lhe permite uma evolução que os nossos olhos, muito acostumados, não discernem, porém que o nosso pensamento se dirige para o doce iniciador que pregou a doçura e a piedade sobre os caminhos da Galiléia, nós não podemos deixar de lamentar que todos aqueles que o seguiram não tivessem conservado a suavidade desta grande figura.
E o nosso espírito lamenta também que o esoterismo cristão tenha sido eclipsado entre nós.
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9.7 - JESUS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS - 1ª PARTE - MAÇONARIA ORIGENS INICIÁTICAS
Há, realmente, na obra tão admirável de Jesus, uma iniciação secreta?
É difícil haver dúvida. Em tudo a necessidade se impõe para dar à massa um ensinamento à sua conduta e guardar os mais altos ensinamentos para aqueles que são capazes de os compreender e se adaptar a tais ensinamentos. É assim que Jesus falava para o povo em parábolas que ele explicava a seus apóstolos.
Desta divisão do dogma, Paulo dá a razão na sua Primeira Epístola aos Coríntios:
“E por serem numerosos, estão entre vós os fracos de espírito, sem contar os adormecidos.” (Cap. XI, vers. 30).
Ele diz aos Hebreus sensivelmente a mesma coisa, ainda que os judeus devessem entender melhor um pensamento que havia sido originado no seu país e na sua raça:
“Dos nossos mistérios, teríamos grandes coisas a dizer; mas nós não tentaremos explicar-vos, porque não os compreendereis.” (Epístola aos Hebreus, cap. V, vers. 11).
Nos momentos da mais alta e mais sincera intimidade intelectual, o Mestre fala aos seus apóstolos com o coração aberto e, quando Simão Pedro o reconhece pelo esperado Messias, Jesus diz-lhe palavras decisivas.
Mas logo pede que não revele a ninguém que ele é o Cristo. Seis dias depois, dá-se a transfiguração. Em um surto de entusiasmo, Jesus elevou-se da terra e achou-se rodeado de uma luz desconhecida.
Os três apóstolos que ele preferia o viram rodeado por Moisés e Elias, e eles caíram por terra, presos de admiração e, mais ainda, de um enorme temor.
Jesus os vê, enche-se de piedade e reaparece só a seus olhos; e logo depois como eles descessem da montanha, onde se manifestou o prodígio, pediu:
“Não digais a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem seja ressuscitado entre os mortos.”
O testemunho de Marcos (Cap. VIII, 30; IX, 8) corrobora aqui, nitidamente o de Mateus (Cap. XVI, 20; XVII, 9).
É inegável que ele teve, unicamente para os apóstolos, um ensinamento esotérico e, quando Jesus pronunciou palavras que davam ao povo a sua doutrina sob uma forma agradável, mas freqüentemente muito veladamente do que se pensava, desenvolvia o pensamento imediatamente diante dos seus. Estes se admiravam na simplicidade de sua alma.
“Por que falas tu por semelhanças?”
Ele respondeu, dizendo:
“Porque vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não é dado.”
“Porque se dará àquele que já tem e terá ainda mais; porém, para aquele que não tem, ser-lhe-á omitido mesmo o que tem.”
E, como esta rudeza os surpreendesse, ele continuou:
“É por isso que eu falo por semelhança, porque vendo, eles não vêm, e ouvindo, eles não ouvem ... Mas vós sois felizes, porque tendes olhos que vêm e ouvidos que ouvem.”
Burnouf, que levou tantas luzes ao estudo das religiões comparadas, expõe a sua opinião relativamente ao lado esotérico da religião cristã na Igreja primitiva:
“É um fato conhecido de todo o mundo, que nos primeiros tempos do Cristianismo, existia uma doutrina secreta, transmitida por meio da palavra e em parte talvez pela escrita; este ensinamento misterioso excluía primeiramente aqueles que se chamavam catecúmenos, isto é, pagãos convertidos, mas ainda não instruídos nas coisas da fé.”
“Uma vez cristãos, não eram, por isso, iniciados nas mais profundas doutrinas, porque elas se transmitiam, de algum modo, de mão em mão, entre homens cuja fé era mais ardente; a este título, eles podiam ser doutores e, por sua vez, instruir e dirigir a massa de fiéis.”
“Sobre quais pontos da doutrina existia o mistério?”
“É uma questão que é impossível resolver a priori e que o estudo dos textos pode apenas esclarecer: está-se, não obstante, no direito de pensar que o véu do segredo cobriria, como os Mistérios de Eleusis, as partes mais profundas da ciência sagrada e aquelas que tinham sido as mais perigosas de descobrir a todos, no meio do mundo pagão, em uma sociedade cristã composta, na maioria, de ignorantes.”
“Veio um tempo em que a doutrina oculta cessou de ser assim. Costumava-se dizer que depois de Constantino, não houve mais tradição secreta em nenhuma igreja, nem no Oriente nem no Ocidente...”
“Para conhecer os pontos da doutrina que constituíam o ensinamento secreto, não é necessário consultar documentos posteriores ao Concílio de Nicéia, se não for para procurar documentos que se podem aí achar ainda, como relação ao período primitivo do Cristianismo. Nesta época, tudo o que devia ser revelado da doutrina cristã, tinha sido efetuado.”
“A partir de Jesus Cristo, vêem-se documentos escritos aparecerem uns após outros na sua ordem natural, à medida que os acontecimentos exteriores e o progresso interno da cristandade lhe permitiam produzir...”
“Os quatro Evangelhos, os Atos, as Epístolas e muitos outros escritos dos tempos primitivos da Igreja, notam as etapas que a promulgação da fé teve de percorrer. A disciplina do segredo durou até o dia em que a manifestação pôde ser encarada como completa; não foi senão para o fim do segundo século; então somente a publicação do Evangelho de João mostrou, sob sua forma teórica, a doutrina confiada por Jesus aos seus discípulos favoritos.”
“Assim, cerca de duzentos anos foram necessários para que os cristãos espalhados no império, estivessem de plena posse das grandes fórmulas da fé. A primeira fórmula sob a que havia sido proposta, é a que Jesus empregava exclusivamente no seu ensinamento público, a forma da parábola; é a que se encontra um pouco isolada no Evangelho de Mateus, o mais antigo dos quatro, aquele que parece reproduzir mais exatamente as próprias palavras do Cristo.”
“A teoria começa a surgir em Lucas, o segundo pela data; este novo livro fez com o primeiro um contraste aparente, porque suprimia, de maneira sistemática, o elemento judeu, que Mateus, tinha conservado estritamente. Marcos não traz nada de novo nem na história do Mestre, nem na expressão da doutrina...” ( A Ciência das Religiões).
Sites maçônicos:
www.pedroneves.recantodasletras.com.br
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Grupo Maçônico Orvalho do Hermon
É difícil haver dúvida. Em tudo a necessidade se impõe para dar à massa um ensinamento à sua conduta e guardar os mais altos ensinamentos para aqueles que são capazes de os compreender e se adaptar a tais ensinamentos. É assim que Jesus falava para o povo em parábolas que ele explicava a seus apóstolos.
Desta divisão do dogma, Paulo dá a razão na sua Primeira Epístola aos Coríntios:
“E por serem numerosos, estão entre vós os fracos de espírito, sem contar os adormecidos.” (Cap. XI, vers. 30).
Ele diz aos Hebreus sensivelmente a mesma coisa, ainda que os judeus devessem entender melhor um pensamento que havia sido originado no seu país e na sua raça:
“Dos nossos mistérios, teríamos grandes coisas a dizer; mas nós não tentaremos explicar-vos, porque não os compreendereis.” (Epístola aos Hebreus, cap. V, vers. 11).
Nos momentos da mais alta e mais sincera intimidade intelectual, o Mestre fala aos seus apóstolos com o coração aberto e, quando Simão Pedro o reconhece pelo esperado Messias, Jesus diz-lhe palavras decisivas.
Mas logo pede que não revele a ninguém que ele é o Cristo. Seis dias depois, dá-se a transfiguração. Em um surto de entusiasmo, Jesus elevou-se da terra e achou-se rodeado de uma luz desconhecida.
Os três apóstolos que ele preferia o viram rodeado por Moisés e Elias, e eles caíram por terra, presos de admiração e, mais ainda, de um enorme temor.
Jesus os vê, enche-se de piedade e reaparece só a seus olhos; e logo depois como eles descessem da montanha, onde se manifestou o prodígio, pediu:
“Não digais a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem seja ressuscitado entre os mortos.”
O testemunho de Marcos (Cap. VIII, 30; IX, 8) corrobora aqui, nitidamente o de Mateus (Cap. XVI, 20; XVII, 9).
É inegável que ele teve, unicamente para os apóstolos, um ensinamento esotérico e, quando Jesus pronunciou palavras que davam ao povo a sua doutrina sob uma forma agradável, mas freqüentemente muito veladamente do que se pensava, desenvolvia o pensamento imediatamente diante dos seus. Estes se admiravam na simplicidade de sua alma.
“Por que falas tu por semelhanças?”
Ele respondeu, dizendo:
“Porque vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não é dado.”
“Porque se dará àquele que já tem e terá ainda mais; porém, para aquele que não tem, ser-lhe-á omitido mesmo o que tem.”
E, como esta rudeza os surpreendesse, ele continuou:
“É por isso que eu falo por semelhança, porque vendo, eles não vêm, e ouvindo, eles não ouvem ... Mas vós sois felizes, porque tendes olhos que vêm e ouvidos que ouvem.”
Burnouf, que levou tantas luzes ao estudo das religiões comparadas, expõe a sua opinião relativamente ao lado esotérico da religião cristã na Igreja primitiva:
“É um fato conhecido de todo o mundo, que nos primeiros tempos do Cristianismo, existia uma doutrina secreta, transmitida por meio da palavra e em parte talvez pela escrita; este ensinamento misterioso excluía primeiramente aqueles que se chamavam catecúmenos, isto é, pagãos convertidos, mas ainda não instruídos nas coisas da fé.”
“Uma vez cristãos, não eram, por isso, iniciados nas mais profundas doutrinas, porque elas se transmitiam, de algum modo, de mão em mão, entre homens cuja fé era mais ardente; a este título, eles podiam ser doutores e, por sua vez, instruir e dirigir a massa de fiéis.”
“Sobre quais pontos da doutrina existia o mistério?”
“É uma questão que é impossível resolver a priori e que o estudo dos textos pode apenas esclarecer: está-se, não obstante, no direito de pensar que o véu do segredo cobriria, como os Mistérios de Eleusis, as partes mais profundas da ciência sagrada e aquelas que tinham sido as mais perigosas de descobrir a todos, no meio do mundo pagão, em uma sociedade cristã composta, na maioria, de ignorantes.”
“Veio um tempo em que a doutrina oculta cessou de ser assim. Costumava-se dizer que depois de Constantino, não houve mais tradição secreta em nenhuma igreja, nem no Oriente nem no Ocidente...”
“Para conhecer os pontos da doutrina que constituíam o ensinamento secreto, não é necessário consultar documentos posteriores ao Concílio de Nicéia, se não for para procurar documentos que se podem aí achar ainda, como relação ao período primitivo do Cristianismo. Nesta época, tudo o que devia ser revelado da doutrina cristã, tinha sido efetuado.”
“A partir de Jesus Cristo, vêem-se documentos escritos aparecerem uns após outros na sua ordem natural, à medida que os acontecimentos exteriores e o progresso interno da cristandade lhe permitiam produzir...”
“Os quatro Evangelhos, os Atos, as Epístolas e muitos outros escritos dos tempos primitivos da Igreja, notam as etapas que a promulgação da fé teve de percorrer. A disciplina do segredo durou até o dia em que a manifestação pôde ser encarada como completa; não foi senão para o fim do segundo século; então somente a publicação do Evangelho de João mostrou, sob sua forma teórica, a doutrina confiada por Jesus aos seus discípulos favoritos.”
“Assim, cerca de duzentos anos foram necessários para que os cristãos espalhados no império, estivessem de plena posse das grandes fórmulas da fé. A primeira fórmula sob a que havia sido proposta, é a que Jesus empregava exclusivamente no seu ensinamento público, a forma da parábola; é a que se encontra um pouco isolada no Evangelho de Mateus, o mais antigo dos quatro, aquele que parece reproduzir mais exatamente as próprias palavras do Cristo.”
“A teoria começa a surgir em Lucas, o segundo pela data; este novo livro fez com o primeiro um contraste aparente, porque suprimia, de maneira sistemática, o elemento judeu, que Mateus, tinha conservado estritamente. Marcos não traz nada de novo nem na história do Mestre, nem na expressão da doutrina...” ( A Ciência das Religiões).
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