sábado, 17 de setembro de 2011

O COMPORTAMENTO DO MAÇOM DENTRO E FORA DO TEMPLO


Autor: Marcelo Mansur


INTRODUÇÃO


O tema “O COMPORTAMENTO DO MAÇOM DENTRO E FORA DO TEMPLO” está intrinsecamente relacionado aos princípios de nossa Sublime Ordem que propaga ser uma escola formadora de líderes. Como sabemos, o exercício da liderança representa um ônus elevado, pois além da responsabilidade inerente, o comportamento é fundamental pelo exemplo que sua imagem passa aos seus seguidores.

Ao ingressarmos em nossa instituição, juramos o respeito aos seus Ladmarks, leis, constituições, estatutos, regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que a regem, bem como, o amor à Pátria, crença no G.'.A.'.D.'.U.'. respeito aos governos legalmente constituídos e acatamento às leis do nosso país.

Por esta razão, espera-se que o maçom reitere seu juramento com sua presença nas reuniões maçônicas e se dedique de corpo e alma, à prática da moral, da igualdade, da solidariedade humana e da justiça, em toda a sua plenitude.

Destacamos, resumidamente, como essenciais à formação do templo interior de cada maçom, os ensinamentos a seguir que recebemos através dos estudos desenvolvidos nos vários graus maçônicos.

SABEDORIA

O somatório dos conhecimentos adquiridos durante nossa existência pela experiência própria ou através dos ensinamentos recebidos devem nos orientar no sentido que, antes de tomarmos uma decisão, precisamos avaliar o quanto conhecemos do fato, se é a verdade e se irá trazer algum benefício, ou seja, devemos usar o princípio das “ três peneiras da sabedoria”.

O único meio eficaz para se combater a ignorância, os preconceitos, a superstição e os vícios é o saber, pela simples razão do próprio significado de cada um desses conceitos, ou seja:

- Ignorância significa o desconhecimento ou falta de instrução, falta de saber.

- Preconceito significa o conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados.

- Superstição significa o sentimento religioso excessivo ou errôneo que, muitas vezes, arrasta as pessoas ignorantes à prática de atos indevidos e absurdos, ou ainda, a falsa idéia a respeito do sobrenatural.

- Vício significa o defeito que torna uma coisa ou um ato impróprio para o fim a que se destinam. É a tendência habitual para o mal, oposto da virtude.

Podemos pressupor que todos os maçons tenham o domínio sobre o saber necessário para comportarem de forma digna em todos os momentos, sejam eles profanos ou maçônicos, mas precisam se lembrar, sempre, que é mais fácil sucumbir ao vício, que aprimorar a virtude.

Em Números 30.2 encontramos "Moisés disse aos chefes das tribos dos israelitas o seguinte: -

O que o Deus Eterno ordenou é isto: Quando alguém prometer dar alguma coisa ao Eterno ou jurar que fará ou deixará de fazer qualquer coisa, deverá cumprir a palavra e fazer tudo o que tiver prometido".

TOLERÂNCIA

É, das virtudes maçônicas, a mais enfatizada, pois significa a tendência de admitir modos de pensar, agir e sentir que diferem entre indivíduos ou grupos políticos ou religiosos.

Muitas vezes confundimos tolerância com conivência. Tolerância é a habilidade de conviver, com respeito e liberdade, com valores, conceitos ou situações que, nem sempre, concordamos, portanto, há convivência, mas não há, obrigatoriamente, concordância. Conivência é a convivência em que, mesmo não concordando com certos valores, conceitos e situações, deixamos de expressar nosso parecer desfavorável, não refutamos mesmo que só em pensamento e, não reprovando, estamos tacitamente autorizando, aceitando, gerando cumplicidade.

Deus é tolerante com o pecador, não com o pecado. Se Deus fosse tolerante com o pecado, seria pecador também, o que é uma blasfêmia. Pode-se viver com pecadores e ser tolerante, sem ser conivente.

Devemos ser tolerantes com nossos filhos quando eles erram, não podemos ser omissos e coniventes com o erro, devemos expressar nosso descontentamento e corrigir o desvio. É dever e responsabilidade de todo o pai.

É preciso praticar a tolerância com a família, amigos, no trabalho, bem como na sociedade em geral, pois um dos postulados em que a Maçonaria se fundamenta e dado inclusive como exigência, como fundamento: “Exigir a tolerância com toda e qualquer forma de manifestação de consciência, religião ou de filosofia, cujos objetivos sejam de conquistar a verdadeira moral, a paz e o bem-estar social”.

A tolerância também esta ligada à democracia, pois a tolerância nos faz admitir, que nosso voto seja vencido, acabando-se os argumentos, feita a votação; o resultado tem que ser respeitado e apoiado para o bem da causa maior, isso nos parece que seja um sentimento, ou melhor, uma atitude tolerante.

Mahatma Gandhi afirmou: “Desconfie das pessoas que vendem ferramentas, mas que nunca as usam,” ou seja, como pregamos tolerância se dela não fazemos uso. Portanto a prática da tolerância é indispensável para todo aquele que a exige.

Dentro da Maçonaria não é diferente, entendemos que a tolerância está ligada, como ponto de partida às concessões feitas para preservar as engrenagens da Ordem, que admite e respeita as opiniões contrárias.

“Shakespeare disse “não importa” o quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso”.

Devemos ser tolerantes com atos destemperados e isolados de irmãos, tolerantes com o desconforto causado por quem você jurou proteger e defender, sendo bondoso ao extremo em não tomar partido até que tudo seja esclarecido, pois o fato de não fazermos juízo precipitado, é uma das faces da tolerância.

Em síntese, precisamos ser tolerantes com a intolerância do outro, para que ele reflita e passe a seguir o seu exemplo.

A tolerância está na Sabedoria e faz se sentir na Força e na Beleza, através dos ensinamentos, no respeito à individualidade e ao direito do outro.

ÉTICA

Por definição, Ética é um conjunto de princípios e valores que guiam e orientam as relações humanas. O primeiro código de ética de que se tem notícia, principalmente para quem tem formação cristã, são os “DEZ MANDAMENTOS”, onde regras como: amar ao próximo como a si mesmo, não matarás e não roubarás são apresentadas como propostas fundamentais da civilização ocidental e cristã.

A ética é ampla, geral e universal. Ela é uma espécie de cimento na construção da sociedade, de tal forma que se existe um sentimento ético profundo, a sociedade se mantém bem estruturada, organizada, e quando esse sentimento se rompe, ela começa a entrar em uma crise autodestrutiva.

A maçonaria é uma instituição fundamentalmente ética, onde a reflexão filosófica sobre a moralidade, regras e códigos morais que orientam a conduta humana são parte da filosofia que tem, por objetivo, a elaboração de um sistema de valores e o estabelecimento de princípios normativos da conduta humana, impondo ao Maçom um comportamento ético e, exigindo-lhe que mantenha sempre uma postura compatível com a de um homem de bem, um exemplo como bom cidadão e um chefe de família exemplar.

Sendo a maçonaria, por definição, uma organização ética, são rígidos os códigos de moral e alto o sistema de valores que orientam a conduta entre maçons e também com as obediências que os acolhem, principalmente nas referências a estas, ou aos seus dirigentes.

O forte sentimento de fraternidade, designa o parentesco de irmão; do amor ao próximo; da harmonia; da boa amizade e, da união ou convivência como de irmãos, de tal forma a prevalecer à harmonia e reinar a paz.

No mundo profano, a maior necessidade é a de homens lato senso, homens que não podem ser comprados nem vendidos, homens honestos no mais íntimo de seus corações, homens que não temem chamar o pecado pelo nome, homens cuja consciência é tão fiel ao dever como a agulha magnética do pólo, homens que fiquem com o direito, embora o céu caia.

O objetivo de uma instituição maçônica é o de criar tais homens.

CARIDADE

Estamos vivendo uma época em que há uma falta aguda, um valor fundamental em todo mundo: a caridade. Pensa-se demais no progresso da humanidade através da ciência, da tecnologia, da educação, da inteligência, do sistema jurídico, social, político e econômico e, no final das contas nada disso terá nenhum valor se as pessoas não estiverem determinadas a usar isso tudo para o bem. A caridade é definida no dicionário como: “Amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem”.

Para os Cristãos é, também, uma das três virtudes teologais, quer dizer, um dos misteriosos poderes que fazem a alma alcançar seu destino final, que é DEUS (as outras virtudes teologais são: fé e esperança). Se a caridade é uma virtude cristã, ela não deve estar somente na esmola, porque há caridade em pensamento, em palavras e em atos, ela deve ser indulgente para com as faltas de seu próximo, não dizer nada que possa prejudicar o outro e atender aos que necessitam na medida de suas forças.

O homem que a pratica, no seu dia-a-dia, estará sempre em paz; assegurando sua felicidade neste mundo.

Não se deixem levar pela vaidade, pela auto-condescendência, pelas aparências e pela superficialidade. Não se deixem arrastar pela âncora da comodidade que certo como um novo dia carregará seus corpos, mentes e corações para o fundo de um mar de futilidades. Não tolerem a falsidade, a hipocrisia, a desonestidade, a ambigüidade; que o seu sim seja sim e o seu não seja não!

Ao ver uma injustiça, não se calem! Diante da traição, não sejam covardes! Não se tornem cegos guiados por cegos em direção a um grande nada. E se sua espada estiver pesada, e sua vontade estiver fraca, e o que é certo e justo não lhe parecer claro, mesmo assim, acima de tudo e sempre, tenha caridade!

Ninguém precisa de nada a não ser seu próprio coração para saber o que machuca os outros. Jamais subestime o sofrimento alheio. Seu julgamento poderá lhe falhar, seu conhecimento, sua experiência, sua inteligência, sua força poderão ser todos inúteis diante do mal, que torcerá fatos e palavras e aparências até fazer o branco parecer preto e o preto parecer branco; decida com caridade, porém, e toda essa farsa se dissipará sob o brilho de uma alma íntegra.

A CARIDADE é uma entrega absoluta por amor ao próximo.

JUSTIÇA

Para escrevermos sobre a justiça, primeiro temos que saber o que significa a palavra justiça, definida no dicionário como: Conformidade com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu. A faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.

Assim, para definirmos a justiça na maçonaria, seria melhor recorrermos mais uma vez ao dicionário, e, logo acima da palavra justiça encontraremos a palavra Justeza, que significa Qualidade daquilo que é justo; exatidão, precisão, certeza. Propriedade de uma balança analítica que permanece equilibrada quando pesos iguais são colocados em seus pratos.

Contudo, para termos um rumo e sentido do que seria a definição de justiça na maçonaria, temos que entender como é a organização do Estado, como é dividido, para que cada cidadão possa ter o seu direito respeitado, e, por conseguinte, a justiça dar a cada um aquilo que é seu.

Para falarmos na construção do Estado, temos que falar de Montesquieu (1689.'.1755) e do seu livro o Espírito das Leis, sua principal obra, na qual procurava explicar as leis que regem os costumes e as relações entre os homens a partir da análise dos fatos sociais, excluindo qualquer perspectiva religiosa ou moral.

Segundo Montesquieu, as leis revelam a racionalidade de um governo, devendo estar submetido a elas, inclusive a liberdade, que afirmava ser "o direito de fazer tudo quanto às leis permitem". Para se evitar o despotismo, o arbítrio, e manter a liberdade política, é necessário separar as funções principais do governo: legislar, executar e julgar.

Montesquieu mostrava que, na Inglaterra, a divisão dos poderes impedia que o rei se tornasse um déspota. "Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação dos príncipes, dos nobres ou do povo exercesse três poderes: o de fazer as leis, e de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as desavenças particulares”.

Como se percebe, para podermos viver em sociedade ou mesmo só, temos que ter regras para serem respeitadas e leis para serem cumpridas. Quem vive em sociedade, por obvio tem maior compromisso com as leis, pois envolve mais pessoas no processo de interação social. Assim, mesmo o que vive isolado na mata ou em uma ilha, ou outro lugar que seja, tem que respeitar leis da natureza ou dos homens.

Nas sociedades atuais os benefícios florescem sob a premissa de que aqueles que mais realizam mais merecem receber – a chamada Meritocracia. No entanto, esse sistema de justiça deixa a desejar e de ser aceito quando ignora que aqueles que mais precisam também devem ter suas necessidades assistidas. Esse é o paradoxo da Justiça, cega por definição e por princípio.

A Maçonaria é uma sociedade que pugna pelo Direito, pela Liberdade e pela Justiça e, dentro dessa perspectiva, cada Maçom deveria ser, sobretudo, um defensor incansável da Justiça. Um dos preceitos elementares é o da igualdade de direitos, consagrados na declaração Universal dos Direitos do Homem. Todavia, a própria existência desse preceito dá margem a que a Justiça se veja diante de um paradoxo, raramente discutido e talvez não completamente entendido.

O homem, principalmente o Maçom deve ser senhor dos seus hábitos, dispor de autodomínio em relação aos seus ímpetos, saber distinguir com imparcialidade o real do irreal, desprezando as doutrinas exóticas, conceitos dúbios e principalmente os princípios que não coadunam com o Amor e a Fraternidade, e muito particularmente, os vícios tidos como normas Sociais, mas que, inadvertidamente corrompem, aviltam e envelhecem.

Dessa forma, a Maçonaria no maçom é a Bondade no lar, a honestidade nos negócios, a cortesia na sociedade, o prazer no trabalho, a piedade e a sincera preocupação para com os desvalidos da fortuna, o socorro aos mais fracos, o perdão para o penitente, o amor ao próximo e, sobretudo a reverencia a Deus.

À medida, então, que as organizações societárias, dentre as quais se insere a Maçonaria, caminharem para se transformar realmente em verdadeiros locais de trabalho.'.serviço e aprendizagem, estarão se abrindo imensas possibilidades de transformações na própria cultura universal e em seus próprios conceitos sobre os direitos e a Justiça.

LIDERANÇA

“Liderar, é influenciar positivamente as pessoas para que elas atinjam resultados que atendam as necessidades, tanto individuais quanto coletivas e, ainda, se responsabilizar pelo desenvolvimento de novos lideres”.

Um dos componentes de formação de um Maçom é o de aprimorar ou desenvolver, caso não tenha, um potencial e forjá-lo, para que se transforme em um líder.

O líder para descrever suas realizações, utiliza o seguinte formato: O Problema, a Ação e finalmente o Resultado.

Os lideres, diariamente, se envolvem em situações de conflito, seja no âmbito pessoal, quanto no profissional. O modo como reagem a essas situações, pode ser o fator determinante do sucesso no resultado através de 5 posições:

Evitar,
Acomodar,
Competir,
Comprometer e
Colaborar.

Inserida firmemente no conceito de liderança está a INTEGRIDADE, a honestidade do líder, sua credibilidade e coerência para por valores em ação. Os líderes têm uma responsabilidade indeclinável de estabelecer altos padrões éticos para guiar o comportamento dos seguidores. Preocupado com o que acha ser uma falta de ímpeto na vida organizacional, John Gardner fala sobre os ASPECTOS MORAIS da liderança. Os líderes, de acordo com Gardner, têm a obrigação moral de fornecer as centelhas necessárias para despertar o potencial de cada indivíduo, para impelir cada pessoa a tomar a iniciativa do desempenho das ações de liderança.

Ele destaca que as altas expectativas tendem a gerar altos desempenhos. A função do líder é remover obstáculos ao funcionamento eficaz, ajudar indivíduos a ver e perseguir propósitos compartilhados.

O termo liderança descreve alguém que usa carisma e qualidades relacionadas para gerar aspirações e mudar pessoas e sistemas organizacionais para novos padrões de desempenho. É a liderança inspiradora que influencia seguidores para alcançar desempenho extraordinário em um contexto de inovações e mudanças de larga escala. As qualidades especiais dos líderes incluem:

- Visão: ter idéias e um senso claro de direção, comunicá-las aos outros, desenvolver excitação sobre a realização de sonhos compartilhados:

- Carisma: gerar nos outros entusiasmo, fé, lealdade, orgulho e confiança em si mesmos através do poder do respeito pessoal e de apelos à emoção;

- Simbolismo: identificar heróis, oferecer recompensas especiais e promover solenidades espontâneas e planejadas para comemorar a excelência e a alta realização;

- Delegação de Poder: ajudar os outros a se desenvolver, eliminando obstáculos ao desempenho, compartilhando responsabilidades e delegando trabalhos verdadeiramente desafiadores;

- Estimulação Intelectual: ganhar o engajamento dos outros criando consciência dos problemas e guiando a imaginação deles para criar soluções de alta qualidade;

- Integridade: ser honesto e confiável, agindo coerentemente com suas convicções pessoais e realizando compromissos concluindo-os.

PERSEVERANÇA

A maior empreitada do homem é sua própria vida e não tem nenhuma garantia que será bem sucedido, entretanto, pelo acumulo de conhecimentos, muitos de experiências frustradas, ele sabe que a alternativa é prosseguir, lutando contras as adversidades e incertezas, fazendo aliados, acreditando no Supremo Arquiteto dos Mundos e persistindo no rumo do seu objetivo.

A perseverança é uma qualidade pois significa a firmeza, a constância com que devemos nos empenhar em nossas atividades, porém atentos e sempre atualizados porque tudo muda e nos precisamos mudar nossas atitudes e nosso comportamento para não persistirmos em erro.

Precisamos interagir com os indivíduos da sociedade para concretização dos processos de mudança. Devemos criar sempre o estado de dúvida sobre as efetivas possibilidades de sucesso porque mexemos com um conjunto de informações e vagas lembranças misturadas, às vezes, com preconceitos e frustrações.

Para a interação com as pessoas é necessário que exista, entre elas, um relacionamento que proporcione um mínimo de confiança mútua. Havendo este ambiente de confiança, pode-se mostrar o bem maior a ser desfrutado pela mudança. Assim, a força da empatia ajuda na percepção da maior satisfação individual e em equipe.

Concluindo, precisamos persistir. A perseverança exige um processo de mudança, reavaliando nossos conceitos, objetivos e ideais e é assim que começa a nascer o novo comportamento no pensar e agir, sabendo que a obra de nosso templo interior poderá nos exigir, algumas vezes, uma árdua reconstrução. É um processo permanente onde estamos educando e sendo educados. (Educare – Latim, significa sair de dentro da pessoa).

É bom lembrar que os valores individuais tem origem nos grupos e na cultura e, sem a certeza de quais sejam esses valores fundamentais, poderemos ser um alvo fácil para as falsas verdades. Usando espontaneamente os dons que temos, sem constranger ou prejudicar o próximo, leva-nos à verdade e a luz.

CONCLUSÃO

O Maçom é livre, de bons costumes e sensível ao bem e que, pelos ensinamentos da Maçonaria busca seu engrandecimento como ser humano atuante e culto, combatendo a ignorância. A ignorância é o vício que mais aproxima o homem do irracional.

Assim sendo e por ser Maçom, deve ele conduzir-se com absoluta isenção e a máxima honestidade de propósitos, coerente com os princípios maçônicos, para ser um obreiro útil a serviço de nossa ordem e da humanidade.

Não se aprende tudo de uma só vez.

O saber é o acúmulo da experiência e dos conhecimentos que se tem acesso, mas, a ação construtiva da Maçonaria deve ser exercida de forma permanente em todas as suas celebrações, trabalhos em Loja e no convívio social, através da difusão de conhecimentos que podem conduzir o homem à uma existência melhor pelos caminhos da Justiça e da Tolerância.

O Maçom deve ter e manter elevada Moral, tanto na vida privada como na social, impondo-se pelo respeito, procedimento impecável e realizando sempre o Bem. É pelo valor moral que podemos cumprir sempre nossos deveres como elementos da Sociedade Humana e, particularmente, como membros da Sociedade Maçônica.

O Maçom busca o Bem pelo cultivo das virtudes e pelo abandono dos vícios. Tenta polir constantemente a sua pedra bruta reforçando a sua virtuosidade e reprimindo conscientemente os seus defeitos. Pela auto-disciplina livremente imposta a si mesmo, torna-se também exemplo para seus pares, colaborando para o progresso moral daqueles que com ele interagem.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

terça-feira, 23 de agosto de 2011

SESSÃO MAÇÔNICA MOTIVADORA



Charles Evaldo Boller

Sinopse: Considerações a respeito promoção de sessões maçônicas motivadoras imprescindíveis para a sobrevivência da Maçonaria.


O objetivo do maçom em loja é participar de sessão maçônica motivadora para realimentar sua alma na vivência do dia-a-dia. Sessões com assuntos administrativos reduzidos ao mínimo para sobrar mais tempo para degustar bons pensamentos em animadas atividades que visam o crescimento e a autoeducação. O tempo de instrução e estudos é a alma da sessão maçônica!

Cabe apenas aos aprendizes e companheiros maçons a tarefa de manterem acesa a chama do pensamento maçônico? Aprendizes e companheiros são pessoas sedentas de informações e conhecimentos ou os instrutores nas sessões? Instrução é dever do mestre maçom! Ultimamente os aprendizes e companheiros, e só estes, por obrigação regimental, apresentam peças de arquitetura, trabalhos de cunho intelectual visando aumento de salário. Por que os mestres maçons não se encontram motivados para tal? Faltam provocações! Carecem de debates e conversas informais dos assuntos da Maçonaria dentro e fora da loja. Tristemente, são comuns os aprendizes e companheiros ensinarem de forma proativa enquanto os mestres maçons dormem! Como aconteceu isto? Porque o mestre maçom está tão desmotivado? São as sessões maçônicas desmotivadoras! Ou o mestre desce do pedestal em que ele foi colocado em resultado de sessões monótonas ou deixa de ser o eterno e motivado aprendiz ou deixa a ordem maçônica! Esta última é a realidade universal!

Mestre motivador e motivado nasce do atrito com os outros intelectos que o acompanham numa sessão maçônica, daí a importância de debates. A tarefa dos embates por pensamentos em animadas argumentações é arrancar lascas de imperfeição das pedras uns dos outros, o polimento exige trabalho, atividade em equipe - não é assim que são formadas as pedras roladas dos fundos de rios? Uma pedra vai batendo na outra até que todas adquirem formas harmoniosas, quase lisas, nunca perfeitas, apenas aperfeiçoadas. São pancadas ora suaves ora bruscas, mas continuas! O resultado são pedras diferentes umas das outras: grandes, pequenas, achatadas, ovais, arredondadas, mas nunca perfeitas. Cada pedra mantém sua forma própria e reflete a luz com maior ou menor intensidade, dependendo de quanto ela rolou em contado com outras pedras maiores e menores, até com pedras tão pequenas como grãos de areia. Todas se modificam pelo atrito constante. Não há necessidade de erudição elevada, apenas conhecimento médio já é suficiente numa motivadora sessão maçônica, é semelhante à diversificação das pedras do fundo dos rios. Em verdade, basta apenas uma mente sadia - qualquer mente humana! O objetivo deve ser o canteiro de obras movimentado onde cada obreiro é aprendiz, um eterno aprendiz, mesmo que seja apenas um grão de areia em erudição ele vai influir no pensamento de seu irmão.

Promover debate em loja é retornar à prática da Maçonaria especulativa, que preconiza o filosofar, o estudo teórico, o raciocínio abstrato e investigativo, que usos e costumes deturparam a ponto de descaracterizar as sessões maçônicas. Urge despertar nos irmãos a salutar capacidade em desenvolver o pensamento em animadas discussões das coisas da sociedade e da ordem maçônica. O propósito central das sessões motivadoras é eliminar o inconformismo gerado pelo comparecimento semana após semana em loja apenas para ouvir o som seco, duro, impessoal dos malhetes, em detrimento do trabalho no polimento das pedras chocando-se umas nas outras no exercício do pensamento. Sessões sem debate e instrução mecânicas revelam perda de tempo; são vazias e sem propósito; devem ser defenestradas do templo. O obreiro da pedra deve terminar seu dia em loja com algo novo e consistente dentro da mochila que ele leva de volta para casa. Urge acabar com a mente desocupada, oca, vazia, cheia de lacunas em resultado de atividade passiva e deixar a capacidade de pensar fazer sua parte na construção do templo ideal da sociedade, onde cada homem é apenas uma pedra. Atividades motivadoras em loja levantam a egrégora, um campo de força do pensamento em uníssono e vibrante, algo revelado no brilho dos olhos dos participantes. Como é possível ver os olhos do irmão que dorme o sono dos anjos? O objetivo da Maçonaria é despertar o equilíbrio da razão, emoção e espiritualidade - quando poderão fazer isto se suas mentes estão adormecidas pelo enfadonho e repetitivo som monótono das mesmas ideias repetidas vez após vez?

O obreiro deve voltar à prática do salutar e edificante afiar da espada, a língua, e praticar o manuseio do maço e do cinzel, dar tratos à capacidade de pensar, que há muito foi substituído por outras atividades nada motivadoras; mesmices, tão entediantes que apenas embalam o sono dos ouvintes passivos. Urge incrementar a qualidade das sessões maçônicas de modo a torna-las motivadores de tal forma que estabeleçam contágio para edificantes conversas entre irmãos, o que é de fato o real objetivo da Maçonaria especulativa com sua filosofia e liturgia.

Mestres maçons devem ser compelidos na confecção de peças de arquitetura? Não! Ninguém é obrigado a fazer nada além do determinado pelas leis que regem a loja. O mestre maçom só confeccionará peças de arquitetura quando estiver inspirado para isto. Tais construções surgem no canteiro de obras principalmente se esta for a sua vontade e depois do obreiro se ver provocado por novas inspirações provindas em loja dos irmãos, das outras pedras, pedriscos e grãos de areia.

O salão é o mesmo, as músicas e o ritmo é que devem mudar. O baile será alegre e trará prazer aos dançarinos se a sessão for motivadora e entusiasta! O que interessa é cada músico dar o que tem de bom em si e animar o baile ao sabor de seus pensamentos temperados com alegria. O que se objetiva é alimentar com o sadio, construtivo e consistente alimento da filosofia maçônica. A sede de conhecimento maçônico deve ser aplacada para que o homem produza frutos. O gênio da motivação vem do ritmo impelido pelos músicos e maestro, onde todos participam da orquestra e ao mesmo tempo dançam ao som de seus pensamentos, sonhos e até devaneios. E assim, os dançarinos vão se movimentando na pista do tempo construído à semelhança de um rio e onde cada pedra lustra a outra para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo.

GRUPO MAÇÔNICO ORVALHO DO HERMON
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

TOME CUIDADO COM A VAIDADE



A vaidade é uma brecha moral que infelicita bastante a humanidade.

A luta por posições de realce ocupa muito tempo das criaturas.

Mesmo quem não tem vocação para encargos elevados, freqüentemente os procura.

E não o faz por espírito de serviço, mas para aparecer.

Valoriza-se muito a vitória aparente no mundo, mesmo quando conquistada à custa da própria paz.

Mas será que isso compensa?

Não valerá mais a pena viver humildemente, mas com dignidade?

Ocupar postos de destaque traz grande responsabilidade.

Para quem não está preparado, a derrocada moral pode ser grande.

Satisfazer a vaidade é um grande perigo.

A tentação de evidenciar a própria grandeza pode fazer um homem cair no ridículo.

Há pouca coisa mais lamentável do que alguém despreparado desempenhando um grande papel.

A ausência de discernimento pode levar a ver virtudes onde elas não existem.

A aceitar conselhos de quem não merece confiança.

A tomar decisões sob falsas perspectivas.

A vaidade manifesta-se sob muitas formas.

Está presente na vontade de dizer sempre a última palavra.

Por relevante que seja o argumento do outro, o vaidoso não consegue dar-lhe o devido valor.

Imagina que, se o fizer, diminuirá seu próprio brilho.

O vaidoso tem dificuldade em admitir quando erra, mesmo sendo isso evidente.

Ele não consegue perceber a grandeza que existe em admitir um equívoco.

Que é mais louvável retificar o próprio caminho do que persistir no erro.

A vaidade também dificulta o processo de perdoar.

O vaidoso considera muito importante a própria personalidade.

Por conta disso, todas as ofensas que lhe são dirigidas são gravíssimas.

Já os prejuízos que causa aos outros são sempre pequenos.

Afinal, considera o próximo invariavelmente mais insignificante do que ele próprio.

A criatura acometida de vaidade dá-se uma importância desmedida.

Imagina que os outros gastam horas refletindo sobre seus feitos.

Por conta disso, sente-se compelida a parecer cada vez mais evidente.

Como todo vício moral, a vaidade impede uma apreciação precisa da realidade.

Quem porta esse defeito não percebe que apenas se complica, ao cultivá-o.

Que seria muito mais feliz ao viver com simplicidade.

Que ninguém se preocupa muito com sua pessoa e com sua pretensa importância.

Que, ao tentar brilhar cada vez mais, freqüentemente cai no ridículo e se torna alvo de chacota.

Analise seu caráter e reflita se você não possui excesso de vaidade.

Você reconhece facilmente seus erros?

Elogia as virtudes e os sucessos alheios?

Quando se filia a uma causa, o faz por ideal ou para aparecer?

Admite quando a razão está com os outros?

Caso se reconheça vaidoso, tome cuidado com seus atos.

Esforce-se por perceber o seu real papel do mundo.

Reflita que a vaidade é um peso a ser carregado ao longo do tempo.

Simplifique sua vida, valorize os outros, admita os próprios equívocos.

Ao abrir mão da vaidade, seu viver se tornará muito mais leve e prazeroso.
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro - RJ - Brasil

TOME CUIDADO COM A VAIDADE




A vaidade é uma brecha moral que infelicita bastante a humanidade.

A luta por posições de realce ocupa muito tempo das criaturas.

Mesmo quem não tem vocação para encargos elevados, freqüentemente os procura.

E não o faz por espírito de serviço, mas para aparecer.

Valoriza-se muito a vitória aparente no mundo, mesmo quando conquistada à custa da própria paz.

Mas será que isso compensa?

Não valerá mais a pena viver humildemente, mas com dignidade?

Ocupar postos de destaque traz grande responsabilidade.

Para quem não está preparado, a derrocada moral pode ser grande.

Satisfazer a vaidade é um grande perigo.

A tentação de evidenciar a própria grandeza pode fazer um homem cair no ridículo.

Há pouca coisa mais lamentável do que alguém despreparado desempenhando um grande papel.

A ausência de discernimento pode levar a ver virtudes onde elas não existem.

A aceitar conselhos de quem não merece confiança.

A tomar decisões sob falsas perspectivas.

A vaidade manifesta-se sob muitas formas.

Está presente na vontade de dizer sempre a última palavra.

Por relevante que seja o argumento do outro, o vaidoso não consegue dar-lhe o devido valor.

Imagina que, se o fizer, diminuirá seu próprio brilho.

O vaidoso tem dificuldade em admitir quando erra, mesmo sendo isso evidente.

Ele não consegue perceber a grandeza que existe em admitir um equívoco.

Que é mais louvável retificar o próprio caminho do que persistir no erro.

A vaidade também dificulta o processo de perdoar.

O vaidoso considera muito importante a própria personalidade.

Por conta disso, todas as ofensas que lhe são dirigidas são gravíssimas.

Já os prejuízos que causa aos outros são sempre pequenos.

Afinal, considera o próximo invariavelmente mais insignificante do que ele próprio.

A criatura acometida de vaidade dá-se uma importância desmedida.

Imagina que os outros gastam horas refletindo sobre seus feitos.

Por conta disso, sente-se compelida a parecer cada vez mais evidente.

Como todo vício moral, a vaidade impede uma apreciação precisa da realidade.

Quem porta esse defeito não percebe que apenas se complica, ao cultivá-o.

Que seria muito mais feliz ao viver com simplicidade.

Que ninguém se preocupa muito com sua pessoa e com sua pretensa importância.

Que, ao tentar brilhar cada vez mais, freqüentemente cai no ridículo e se torna alvo de chacota.

Analise seu caráter e reflita se você não possui excesso de vaidade.

Você reconhece facilmente seus erros?

Elogia as virtudes e os sucessos alheios?

Quando se filia a uma causa, o faz por ideal ou para aparecer?

Admite quando a razão está com os outros?

Caso se reconheça vaidoso, tome cuidado com seus atos.

Esforce-se por perceber o seu real papel do mundo.

Reflita que a vaidade é um peso a ser carregado ao longo do tempo.

Simplifique sua vida, valorize os outros, admita os próprios equívocos.

Ao abrir mão da vaidade, seu viver se tornará muito mais leve e prazeroso.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro - RJ - Brasil

domingo, 21 de agosto de 2011

VINGANÇA OU JUSTIÇA?




Charles Evaldo Boller



Sinopse: Repudiar a vingança e estabelecer o amor fraterno com educação como solução para os problemas da concorrência por recursos enfrentada pela humanidade.



A sociedade não deve punir para vingar, sua obrigação é a de ensinar o homem a melhorar cada vez mais. "Educai as crianças e não será necessário castigar os homens" (Pitágoras de Samos). O que se deduz da vida em sociedade real de hoje é que ela não ama seus componentes, embrutecida e insensibilizada pela ganância e o poder tornou-se subserviente a economia e espreme a todos até sobrar apenas bagaço.

É evidente que o homem é naturalmente bruto, fera sanguinária cuja única força limitadora atenuante de sua natural violência provém da lei e da intimidação que ela exerce. Lei escraviza. Lei é artifício para selar uma espécie de acordo entre os cidadãos de uma determinada sociedade. Concebida com o propósito dos cidadãos de determinadas sociedades não sucumbirem devido aos exageros dos mais fortes e bem dotados. Surgiu da necessidade de estabelecer regras de convivência que determinam, a priori, o que não é aceito em nome da convivência pacífica por uma sociedade específica, bem como as penalidades impostas àqueles que as desrespeitam. Cada sociedade estabelece suas próprias leis. O que é aceito em uma pode ser condenada em outra; não existe uniformidade universal; tentam, mas não conseguem devido à diversificação moral que é característica de cada grupo social. As leis vão crescendo em graus de complexidade até que se tornam uma carga muito pesada para ser suportada pelo cidadão comum, a exemplo do que aconteceu com a antiga lei mosaica que, na visão ocidental, o Cristo veio cumprir e que com sua morte foi totalmente eliminada, remanescendo apenas a lei do amor fraterno. As leis transformaram-se numa espécie de escravidão a que todo homem, que se diz civilizado, é submetido compulsoriamente.

As decisões que cada um tomava de sua própria iniciativa no Direito Natural passou a ser arriscado no jogo de azar da interpretação de um terceiro, um juiz, nem sempre competente e com frequência suscetível às influências dos donos do poder ou das amizades. Um avilte ao direito natural intuitivo. Com isto a sociedade tomou para si o direito de vingar do indivíduo e criou o que se denomina justiça - com letra minúscula. Em todos os tempos, em todas as sociedades, a Justiça foi usada pelos poderosos para oprimir os mais fracos e sem recursos. Mesmo que sua definição seja a busca do equilíbrio entre as partes, independente de condição social dar a cada indivíduo o que lhe pertence, em tempo algum ela ocupou esta posição, salvo nas ideologias e utopias teóricas, ou na concepção de uns poucos otimistas.

Existem os que ainda acreditam que a Justiça da sociedade está a seu dispor, isto é falácia! Na realidade a Justiça dos homens está a favor do dinheiro, do poder, da influência e da amizade. O engodo atravessa eras, em todas as sociedades a Justiça não só é usada por vingança, mas também para usurpar a liberdade do homem de ir e vir, tomando para si um direito de judiar e matar, usurpando o direito natural do individuo. "Platão disse: meu caro amigo Antíoco, pode-se perdoar de bom grado a confissão de qualquer homem amar-se excessivamente, mas, dentre os vários vícios que nascem desse amor próprio, um dos mais perigosos é aquele que impede um julgamento equilibrado e imparcial de si mesmo; pois a amizade deixa-nos facilmente cegos a respeito do que amamos, a menos que uma educação sábia tenha-nos acostumado a preferir o que é belo e honesto em si mesmo ao que nos interessa pessoalmente" (Plutarco o Biógrafo Grego).



Pena de Prisão



Uma das grandes judiações é a pena de prisão. É hipócrita, sórdida, desumana porque exclui o condenado da sociedade por muitos anos e até o resto da vida do infeliz. Por vingança a Justiça prende os que pecam contra a sociedade em lugares horrendos, afastando-os da sociedade. Hipocritamente a isto denominam ressocialização, tentativa de recuperar o homem para a sociedade. Entretanto, além de tomar um dos bens inalienáveis do homem, sua liberdade, esta ação cria uma sociedade de reclusos que, apartados da sociedade, concentram o mal em pequenos espaços; onde aumenta a concorrência, a disputa para definir qual é o mais malvado e cruel. As mazelas surgem exatamente porque a sociedade, desde tempos imemoriais se amontoa, e devido a isso disputa, guerreia e luta pelo espaço físico. Colocam-se homens uns ao lado de outros em prisões, propiciando condições muito piores para restaurar um desvio de conduta em sua maioria diminuto e que pela convivência piora; prolifera o contágio do mal. Muitos condenados são resultados da falta de educação, de cultura, de oportunidades, ou da melhor distribuição dos recursos. Ao amontoar o lixo social humano só se propicia a fermentação dos piores desvios de conduta. "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele" (Immanuel Kant).



Prostituição Histórica da Justiça



Quantas mentes brilhantes foram caladas pelo despotismo de governantes e quantos santos foram queimados por praticarem o bem em desacordo com a vontade do grupamento humano em que viviam. Os assassinatos foram cometidos ao longo do tempo com todos os poderes de comum acordo: Religião, Legislativo, Executivo e Justiça. Uma prostituição continua ao longo das eras que em nome de um deus, do rei ou da pátria matou milhões de inocentes. A promiscuidade é perceptível ao se permitir a formação de grupos de meliantes que desafiam qualquer governo, que debocham daquelas instituições que alienaram o direito natural do homem e o transformaram em instrumento de vingança.

Diante desta horrenda realidade a Maçonaria em sua filosofia busca conscientizar seus adeptos da necessidade de não tomar a Justiça em suas próprias mãos, o que tornaria a vida insustentável em meio aos extremos de concorrência por mais recursos. A própria natureza já começa a mostrar os efeitos da característica extrativista do homem que nada colabora com a sustentabilidade e a exaure ao limite. Para conter o desastre, algumas lojas da Maçonaria Universal promovem debates e estudos do que pode ser realizado para minorar o sofrimento humano, mas é insuficiente. Deve-se primar por ação e não por reação. Já é tardia a reação à violência que assalta diariamente o cidadão correto e honesto. As prisões estão tão cheias que tem ladrão saindo pelo ladrão!

Ficam os questionamentos: deve-se deixar o povo morrer de fome; um bilhão de seres humanos de hoje padecem fome crônica todos os dias? Estaria a solução em mais uma guerra global, como era realizado na antiguidade? Que fazer no Brasil do carnaval e futebol onde a miséria enfeita vergonhosamente os barrancos das metrópoles? Aumentar a altura do muro, grades e alarmes monitorados evitam a violência? Pena de prisão resolve?

Penas de prisão em nada contribuem, antes aumentam o inchaço do problema onde a Justiça não tem força e com isto tornou-se impotente, demorada, inexistente. Na eventualidade de surgimento de sistema ditatorial, a força sem a Justiça se reduz a tirania. Sobra para sociedade investir em educação. Não confundir educação com aquisição de conhecimento. Assim como dito já nos tempos de Pitágoras, a educação preconizada pela Maçonaria atua junto aos seus adeptos. Em seus templos são cultuados virtudes e valores que permitem ao homem edificar-se com ferramentas simbólicas que incentivam arrancar as nódoas do homem para com isto glorificar a criação efetuada pelo Grande Arquiteto do Universo.

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