foi fundada em 13 de setembro de 1946. Sua antiga sede situava-se na Rua do Carmo No 64 em um sobrado onde se localizava a Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro. Nesse dia foi eleita a primeira Administração da Loja, constituída pelos seguintes irmãos: Venerável Mestre: José Maria Lopes Henrique. 1º Vigilante: Ozimbro Gomes de Figueiredo 2º Vigilante: Wilson Guterres Orador: Estevan Fernandes Moreira Secretário: Antonio Ferreira Lima Tesoureiro: Manuel Dias Chanceler: José da Rocha Mestre de Cerimônias: Joaquim Fernandes de Araújo 1º Experto: João de Quental 1º Diácono: Mário Bressan Mascarenhas 2º Diácono: Américo Bartholomeu Guarda do Templo: Aurélio César dos Santos A Loja foi Instalada no dia 04 de outubro de 1946, três semanas após sua fundação, tendo como Instaladores os seguintes Irmãos: V.: M.: Instalador: Edgar Antunes de Alencar 1o Vig.: Instalador: Antônio Ferreira Lima 2o Vig.: Instalador: Ely Franco Belmiro A Sessão foi aberta pelo Malhete do V.: M.: da Loja Romã No 23, Ir.: Antonio Zabolun e estiveram presentes na Instalação da nossa Loja o Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja do Rio de Janeiro, Ir.: Eurico de Figueiredo Sampaio e o Grão-Mestre da Grande Loja do Estado da Paraíba, Ir.: João Tavares de Melo Cavalcante. Na Sessão de Instalação da Loja foi Instalado no Trono de Salomão o V.: M.: eleito da Vigilantes da Lei Ir.: José Maria Lopes Henrique e, nessa mesma Sessão, foi também Instalado o novo V.: M.: da Loja Adonai No 20, Ir.: Bernardino Pereira Prista. Estavam representadas nessa Sessão Histórica pelos seus Veneráveis Mestres as Lojas Adonai No 20, Sete de Setembro, Romã No 23, Luz da Restauração, Philantropia e Ordem e Urias. Ao final da Sessão, o Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja do Rio de Janeiro, Ir.: Eurico de Figueiredo Sampaio mandou Ler o Ato em que nomeava como Grão-Mestre Honorário da Grande Loja do Rio de Janeiro o Grão-Mestre da Grande Loja do Estado da Paraíba, Ir.: João Tavares de Melo Cavalcante. Em maio de 1952, suas instalações foram transferidas para o Condomínio Maçônico situado à Rua Mariz e Barros 945, Tijuca, permanecendo até os dias atuais. A transferência foi motivada pela transformação do Rio de Janeiro que necessitava de modernização dando lugar a prédios modernos em vez de casarões antigos. Seu atual quadro conta com mais de 100 irmãos, que se reúnem às segundas-feiras, a partir das 19:30 horas. A Loja tem a honra de patrocinar os seguintes corpos para-maçônicos: Departamento Feminino "As Vigilantes"; Capítulo Guy D'Auvergnie No 27 da Ordem DeMolay para o Brasil; Capítulo Electa No 1 da Ordem Internacional Estrela do Oriente; Bethel # 5 Keren Happouk da Ordem Internacional das Filhas de Jó.
O Portal Maçônico Orvalho do Hermon destina-se, exclusivamente, aos temas Maçônicos de relevância para os membros da Maçonaria Universal.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
segunda-feira, 30 de abril de 2012
A GRANDERESPONSABILIDAEDEQUEMGOVERNAA LOJA
O intuito que nos leva a escrever este artigo não é para dar conselhos, mas sim, para alertar aqueles que têm a responsabilidade de empunhar o malhete do governo de uma Oficina. Todo aquele maçom que empunha o Sagrado Malhete deve estar imbuído do firme propósito de tudo fazer para que possa corresponder à confiança que lhe foi depositada pelos Mestres que o elegeram para tão alto cargo. Se pararmos para pensar, chegaremos à conclusão que procede com correção aquele Mestre que, ao assumir o comando de uma Loja, dobra os joelhos diante do Grande Arquiteto do Universo para agradecer-Lhe e rogar-Lhe que lhe dê forças para que se torne melhor do que é e o ampare durante a caminhada que terá que percorrer a fim de suportar com espírito maçônico o nobre cativeiro do dever. É preciso que os que governam uma Loja tenham sempre em mente aquelas palavras
pronunciadas pelo Irmão Chanceler quando da abertura dos trabalhos, em resposta à pergunta que lhe faz o Venerável Mestre sobre o que seja a Maçonaria: -“Uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à crença de cada um”. Essas palavras exigem, não só das Luzes, mas de todos os maçons, profunda meditação, uma vez que elas sintetizam realmente a finalidade da Sublime Instituição Maçônica. Não há dúvida que, se quisermos colaborar para tornar feliz a humanidade, é mister, antes de tudo, que nos tornemos felizes a nós mesmos e àqueles que formam nossas famílias. Necessário é que recebamos sempre de coração aberto tanto os bons como os maus momentos. Será um bom maçom, sobretudo, será um excelente Venerável, os que dominarem os excessos da vaidade pessoal, vencerem o egoísmo e o orgulho, sendo sumamente importante que busquem o conhecimento de si mesmos e dominem seus maus impulsos. Que se tenha sempre em mente que é a própria Maçonaria que propicia os meios para que o maçom se torne digno dela. “Deus charitas est!” Deus é amor e só pelo amor, só se nossa alma estiver embebida do amor de Deus é que conseguiremos atingir o fim a que nos propomos como maçons. Como conseguir aperfeiçoar os costumes dos outros se não buscarmos nosso próprio aperfeiçoamento? ?
Como querer que os outros nos tolerem se não formos capazes de exercer a tolerância para com eles? Como desejar igualdade se nos julgarmos superiores aos nossos Irmãos? Como desejar que nos respeitem se não formos capazes de respeitar nossos semelhantes? Como querer que nossa crença seja respeitada se não tivermos humildade e sabedoria suficientes para respeitarmos a crença alheia? Que se tenha sempre em mira a verdade incontestável de que o maçom é um predestinado. Sim, um predestinado porque pertence a uma Instituição onde se respeitam e convivem fraternalmente católicos e espíritas, protestantes, maometanos,
budistas, shintoístas, teístas, deístas e livres pensadores. Seria muito bom, muito bom mesmo, que o Venerável Mestre de uma Oficina tudo fizesse para que os trabalhos ali levados a efeito não caíssem na rotina, naturalmente sem fugir ou alterar os Rituais e procurasse modificar, didaticamente, a maneira de ensinar as matérias que devem ser ministradas a Aprendizes ou a Companheiros. Os maçons são todos iguais, no entanto devem obedecer, sem subserviência, às determinações daqueles que governam a Oficina e a tudo aquilo que for aprovado em Loja ou por determinação do Sereníssimo (N.:E.: Soberano, no caso dos Grandes Orientes) Grão-Mestre, através de Atos e Decretos.Jornal do Aprendiz
Para que o maçom chegue à condição de verdadeiro maçom, necessário é que se dedique aos estudos, que compareça às reuniões, que participe. Não há dúvida de que a Maçonaria é uma escola, a escola do filosofar. O Irmão José Rodrigues Trindade – Zé Rodrix – maçom de invejável cultura, em texto redigido ao autor destas linhas, afirmou o seguinte: “Se nós não impusermos uma cultura sólida na Maçonaria da qual fazemos parte, ele será simplesmente um arrazoado de rituais sem sentido, baseados em coisas que ninguém entende. A curiosidade que ser um iniciado desperta deve ser elevada ao ponto máximo; é este o motivo das instruções e dos trabalhos correspondentes a elas”. E o excelente Irmão continua: “Maçonaria é intelecto, mesmo quando toca nas questões mais místicas e esotéricas; como verdadeiros Filhos da Filosofia, nossa salvação só se dá pela Sabedoria, não pela fé, nem pela ideologia, que tantos têm imputado como únicas capazes de promovê-la. É preciso conhecer as fontes de nosso saber disponível, para que
ele se amplie e torne essencial”. Ninguém diria mais, nem melhor. O Venerável Mestre sabe, como devem saber todos os maçons, de Aprendizes a Mestres: os Rituais existem para serem estudados. É preciso, inclusive, pesquisar, catar o sentido exato de muita coisa que ali vem exposta. Mas é necessário também que haja Mestres preparados para que sejam ministradas explicações sobre os tópicos mais difíceis. Além do estudo dos Rituais, é necessário ler os bons autores, isto é, aqueles escritores maçons que não inventam, que não plagiam, que não mentem.
O alicerce sobre o qual se erguem as paredes da Sublime Instituição é a Verdade, logo... O bom governante de uma Loja Maçônica enaltece não só a Loja que governa, mas enaltece a Obediência à qual a Oficina pertence e enaltece também a própria Maçonaria Universal.
Ir.'. Raimundo Rodrigues
Fonte: JW News nº 568
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
segunda-feira, 23 de abril de 2012
A MINHA LOJA
Não quero apenas mais uma Loja Maçônica. Quero uma Loja que seja um estado de espírito. Quero um centro de solidariedade, onde todos sofram as aflições e comemorem juntos o justo regozijo de cada um. Quero um templo que pode ser azul, carmim ou branco, não importa a cor desde que ele esteja ungido pelo orvalho do Hermon, onde cada irmão possa chorar quando quiser e sorrir com os olhos, tendo o coração franqueado à compreensão e a razão predisposta ao diálogo.
Quero ver os meus Irmãos todos os dias. Não só falar, mas também ouvir suas opiniões e críticas às minhas idéias. Não quero somente divergir e, assim, convergir no mesmo ideal.
Quero uma Loja livre, que ajude a libertar. Quero uma Loja igual, onde todos realmente se igualem. Quero uma Assembleia onde se possa debater com a liberdade e a simpatia que estão ausentes no mundo profano. Quero uma Oficina onde todos aprendam juntos a compreender os desígnios do G.˙. A.˙. D.˙. U.˙. Não desejo apenas uma Loja onde prevaleça a vontade de alguns poucos: Quero uma Loja onde a maioria respeite as convicções da minoria, onde se cultive a Fraternidade, sinônimo de amor, sem condições e o perdão sem restrições.
Quero uma Loja dedicada à construção de um Templo diverso do templo profano: um Templo mais amigo, mais piedoso, e, sobretudo, mais justo. Não desejo uma Loja de elite, insensível e presunçosa. Quero uma pequena comunidade, onde todos sejam líderes de suas próprias crenças, onde cada Irmão perdoe os defeitos alheios na mesma medida em que lhe são desculpados os próprios senões. Não desejo uma Loja onde todos cumpram seus deveres somente porque a lei assim o exige: quero uma Loja de cargos simbólicos, onde não haja apenas contribuintes, onde todos venham pelo puro prazer de vir, uma Loja que faça parte da vida de cada um, do credo de cada um, do modo de ser de cada um.
Ir.´. José Osvaldo Prado
Não desejo uma Loja de Maçons perfeitos; quero que o G.˙. A.˙. D.˙.U.˙. nos livre dos homens perfeitos: eles nunca erram porque jamais acertam, ou nada fazem além das críticas destrutivas e maldosas. Eles nunca odeiam, porque jamais amam. Quero uma Loja de Maçons que mereçam a caridade que fazem a si próprios e ao próximo, porque ninguém é ainda uma pedra completamente polida. Não desejo uma Loja completa: quero uma Loja onde não haja erros e acertos, mas que se procure em cada vocábulo emitido, o quanto de amor transmite. Quero uma Loja onde haja equívocos, contradições e até mesmo ilusões. Quero uma opção de aprimoramento espiritual!
Não quero uma Loja de homens ricos: quero uma Loja onde ninguém se eleve senão pelo trabalho, onde ninguém se acomode, onde todos sejam eternos insatisfeitos e busquem incessantemente a verdade. Quero uma Loja onde o segredo não precise ser jurado e mesmo assim, continue em segredo. Quero uma Loja onde somente a promessa baste para configurar o compromisso de lealdade, onde todos se orgulhem dos progressos maçônicos obtidos por cada um dos Irmãos, como se fosse o resultado do seu próprio desempenho. Quero uma Oficina humana, social e voltada para o bem de seus componentes e familiares. Não quero apenas mais uma Loja Maçônica: quero uma Loja de pequenas dimensões e grandes obras, onde um dia possa fazer do meu filho e dos meus netos, meus Irmãos.
Quero uma Oficina Crística, não do Cristo, lenda do Cristianismo, que só foi compreendido quando o crucificaram, mas dos aflitos e dos andarilhos. Quero finalmente, uma Loja de todos os dias, não somente uma Loja semanal, quinzenal ou mensal.
“Será que estou querendo muito?????” E você, também quer uma loja assim? Se é assim que você a quer, nós queremos a mesma loja e poderemos juntos nela congregar. Construí-la só depende de nós!
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
sexta-feira, 20 de abril de 2012
A CONDUTA DE UM MAÇOM JUSTO E PERFEITO
Pelos dispositivos constitucionais e regulamentares maçônicos, a base de todos os nossos compromissos é firmada na Honra e na Justiça.
Isto quer dizer, pois, que todo maçom deve ser honrado e justo, não só porque assim participará da grande família dos OObr.'. do bem – incomparável pela sua moral – como porque, essas são as qualidades que o Criador inspira às suas criaturas para sua felicidades neste mundo de padecimentos.
E, quando dizemos imperativamente que o maçom deve ser, é tão somente porque espontaneamente ele assumiu uma grande responsabilidade no momento em que, também espontaneamente, se filiou à grande instituição.
Não pode, portanto, deixar de mostrar praticamente, a beleza dos princípios maçônicos, porque, ninguém o tendo obrigado a assumir deveres de caráter tão graves e elevados, desviando-se da sua fiel observância, só poderá esperar, como recompensa, o desprezo da família maçônica.
Não é idêntica, porém, a repulsa que a sociedade profana inflige aos casos de infração moral, porque, entre os maçons, é imediata e efetiva, depois da sentença de um tribunal verdadeiramente eqüitativa, que não fecha ao afligido as portas da reabilitação, visto que a nossa justiça não é mais do que a caridade pura.
Deve o maçom trilhar constantemente, o caminho da perfeição moral, porque, assim, convencerá aos seus inimigos de ideais – e praticamente – de que a Maçonaria procura, em realidade, elevar o nível do caráter de todos quantos fortalecerem as suas colunas.
Que a conduta do maçom seja sempre a da Honra e da justiça, e que, longe de preceitos religiosos, impróprios de um homem de bem, respeite todas as religiões porque todas procuram concorrer para o bem social.
Só assim, com essa prática, não atribuirá a nenhuma superioridade sobre as demais, revelando desse modo, ainda, a noção perfeita da tolerância, elemento essencial para a prática perfeita da Fraternidade.
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
sexta-feira, 13 de abril de 2012
REFLEXÕES AP PÁLIO
Irm Erly de A. Castro
O tema merece comentários úteis a todos os maçons. Temos como primeira premissa o entendimento de que somente Mestres Fazem parte do cortejo e formação do Pálio, devidamente revestidos de suas insígnias e munidos de suas ferramentas.
Dentro da simbologia maçônica, Mestre é aquele que não guarda para si, mas procura repassar a todos os seus conhecimentos, pois já superou as iniciações regulamentares e, de mente livre, conseguiu captar a sublime beleza da nossa simbologia, ora representada pelos doze instrumentos guardados no interior das colunas, através da meditação, da harmonização e da intuição, passando a ser conhecido e chamado por Irmão Bom-Senso.
Dá morada à amizade, ao desinteresse, à harmonia e à confiança, como também à fraternidade e ao respeito, em louvor à caridade na convivência com o amor e o bem, pois a paciência lhe confere sonhos maravilhosos com o futuro e o compele a conviver com a paz e a ventura, que dependem da providência, aliada ao ideal e esperança sem se olvidar da vigilância. Sendo Mestre, abrem-se-lhe várias portas e dependerá dele não apenas se apresentar aos cargos que poderão ser-lhes deferidos, mas demonstrar o interesse e a disposição para os executar, pois somente assim, com o passar do tempo e das colheitas reconhecidamente positivas é que poderá continuar sonhando e galgando fronteiras maiores.
Entre estas fronteiras destaco, a princípio, o cargo de Mestre de Cerimônias, para início das reflexões.
De Cerimônias porque compete a ele não apenas a recepção e encaminhamento dos irmãos ou profanos, aos seus lugares, quando lhes forem conferidas estas faculdades, como também e principalmente, a preparação do cerimonial, aferindo a mais perfeita composição do Orbe Terrestre, com reflexos no Orbe Universal, propiciando assim o início das atividades, com a sagração do Templo.
É, pois, o Mestre de Cerimônias o introdutor afável dos obreiros e visitantes, e tem por instrumento, em virtude do respeito e imponência do seu cargo, "um Cajado evocando a posição de um pastor e condutor de rebanhos", e como jóia uma Régua. Deve-se manter sempre atento à execução das ordens do Venerável Mestre, para que a liturgia se processe eficientemente, sendo, portanto, um verdadeiro diplomata que dispõe e livre circulação para o pleno exercício de suas funções.
Exerce o Mestre de Cerimônias salutares influências na movimentação de todo o Orbe Maçônico, vez que representa ele o planeta Mercúrio, o Deus veloz e astuto; circulando pelo Templo, como elemento de ligação, imita ele o planeta que mais rapidamente circula em torno do Sol.
Corresponde a Hermes - "Mercúrio dos Romanos", mensageiro dos deuses olímpicos, já que é o mensageiro dos dirigentes da Loja e, portanto, figura potencial do "Gênio" que demonstrará o mais perfeito e completo conhecimento do formalismo maçônico.
Coadjuvando o Mestre de Cerimônias, encontramos os Diáconos, elementos de ligação das Luzes, identificados como "Os Querubins", anjos da primeira hierarquia.
Em suas funções, estão eles revestidos por uma Pomba com asas abertas, emitindo a idéia de comunicação como base para bons entendimentos, indicando elas a natureza litúrgica da função destes oficiais da Loja. Na antiguidade, os pombos eram usados como mensageiros para longas distâncias, dada a inexistência de outros meios de comunicação.
Representam assim estes querubins os estafetas das principais luzes da oficina, encarregados que são de manterem a ordem nas Colunas, conduzindo a palavra, as pranchas e qualquer assunto ou documento reservado e de interesse da Ordem.
Mestre de Cerimônias e Diáconos, com suas jóias e ferramentas de trabalho - o bastão encimado pelas suas insígnias - demonstram o Cetro Patriarcal do gênio, com o perfeito e completo conhecimento do formalismo maçônico, somente adstrito aos mestres maçons.
Encontramos assim a segunda premissa, que nos leva ao entendimento de que somente revestidos de suas jóias e munidos de suas ferramentas é que estes oficiais ficam investidos nesta posição patriarcal de "gênio". Vejamos, pois, um pouco sobre as jóias e ferramentas para melhor entender a importância desta união de mestres, jóias e ferramentas de trabalho na formação do Pálio.
A pomba, jóia dos Diáconos, pode ser interpretada como uma das pombas enviadas por Noé; é o símbolo da conciliação com o GADU, mas também o símbolo da Paz, da simplicidade e da pureza que, encimando o bastão, conferem a qualidade de mensageiros. A jóia do segundo Diácono é uma pomba em vôo livre e a do primeiro uma pomba inscrita num triângulo com um ramo no bico.
A ferramenta de trabalho das “luzes menores", os Diáconos e Oficial Mestre de Cerimônias, são comuns e ocupam lugar de destaque em todas as cerimônias ritualísticas através dos tempos, portada por reis e autoridades como símbolo e insígnia de poder.
Na formação do Pálio estão presentes dois anjos da primeira hierarquia, os Querubins e mensageiros. O segundo Diácono é aquela pomba que, não voltando à origem, sacrificou a própria vida para manter a harmonia da coluna de sua responsabilidade; o primeiro Diácono representa a pomba que voltou de seu vôo com um ramo no bico, demonstrando domínio sobre um todo completo: água, fogo, ar e terra, domínio este que lhe advém do triângulo ao qual a pomba está circunscrita, mas, também, cooperando com a salvação daqueles que precisariam desembarcar em terra firme; unidos a estes querubins, ininterrupta e diuturnamente, encontra-se aquele que responde pelo infinito e pela moralidade, o Mestre de Cerimônia.
Pelas faculdades que lhe são peculiares, o Mestre de Cerimônia se dirige ao Oriente pelos degraus da Força, Trabalho, Ciência e Virtude, e de lá, como íntegro guardião, conduz àquele que mais do que nós, tem pleno domínio destas verdades, o PastMaster mais recente, que é, simbolicamente, o Sumo Sacerdote ou Abrão, o pai de todos os pais, para evocação do GADU, com a abertura do Livro da Lei, possibilitando a integração dos Orbes Terrestre e Celeste.
Postado o Past-Master à frente do Altar dos Juramentos, simbolizando o Altar dos Holocaustos do Templo de Jerusalém, em que o Sumo Sacerdote adentrava apenas uma vez por ano, na época das abluções e oferendas aos deuses em busca de paz e perdão, forma-se sobre sua cabeça, pelo levantamento e cruzamento dos bastões em suas extremidades, uma pirâmide triangular.
O bastão do Mestre de Cerimônias é a viga-mestra; sobre ele e à sua esquerda, na coluna do norte, o bastão do primeiro Diácono; à sua direita, na coluna do sul, o do segundo Diácono. Temos assim total cobertura ao "Sumo Sacerdote".
Simbolicamente, essa pirâmide triangular reporta-se ao Tabernáculo das Escrituras, que era de fato um templo portátil que continha dentro um lugar mais sagrado e secreto do que os outros, denominado Santo dos Santos ou Santo Sanctorum. A princípio e nos mesmos moldes do Tabernáculo, para a Maçonaria especulativa qualquer local poderia ser transformado em Loja Maçônica, bastando traçar no assoalho, dentro de um paralelogramo, com giz ou carvão os símbolos maçônicos. Mais tarde, serviram-se os irmãos de telas ou tapetes pintados, que eram estendidos no chão, precedendo ao início das reuniões, símbolos estes reproduzidos em nossos Templos, no painel da Loja.
Ao anunciar que a loja está composta e aguarda ordens, o Mestre de Cerimônia relembra o GADU concluindo a obra do mundo, nele criando os seres aptos para a formação da Pirâmide Triangular e para a abertura do Livro do Universo. Este é um ato litúrgico de suma relevância, realizado sob a égide do triângulo, que representa o deslocamento do Delta Luminoso para o Altar dos Juramentos e o Livro da Lei, representação do Olho da Providência.
Com a formação da Pirâmide Triangular e conseqüente abertura do Livro do Universo, aptos irão se encontrarem os maçons para a elevação ao Triângulo Luminoso, por intermédio da Escada de Jacó, composta pelos seus três lances que simbolizam a Fé, a Esperança e a Caridade, complementados pelos degraus da Virtude, da Temperança, da Prudência e da Justiça.
Em síntese, para a formação do Pálio necessário se faz o mais perfeito equilíbrio na harmonização e união dos conhecimentos do Mestre, unidos à agilidade do deus veloz e astuto e de seus querubins, objetivando serem reconhecidos como a figura patriarcal do "Gênio", pois somente assim estarão aptos à formação da Pirâmide Triangular.
O Sumo Sacerdote, aquele que já passou pela cadeira do Rei Salomão, tem como jóia um Esquadro sob o Compasso, num arco de círculo que possui ao centro o Sol e o Olho Onividente, ou mesmo um esquadro tendo suspenso em sua parte interna um emblema representando a 47ª Proposição de Euclides, significando que o ex-Venerável deve ser totalmente livre das paixões humanas para levar a luz aos seus irmãos através da sabedoria, com descortino e equilíbrio.
Formada a Pirâmide Triangular, o Sumo Sacerdote abre o Livro do Universo, recebendo assim a luz divina que dele emana, permanecendo sob as influências de um poder iluminativo, louvando o GADU com a leitura de uma passagem alusiva ao grau respectivo, reïterando todos os irmãos os seus juramentos pela saudação, como que pedindo perdão pelas possíveis faltas e erros cometidos, consagrando o Templo pela bateria que, agitando o ar, afasta tudo o que poderia ainda subsistir de profano.
Cria-se um novo ambiente para a devida aclamação da presença do GADU entre nós, "com a colocação do esquadro e do compasso sobre o livro da lei - olho da Providência, formando-se então, com base na Pirâmide Triangular, a escada de Jacó que nos levará à Estrela de Sete Pontas, que é a representação daqueles que atingiram a perfeição humana, comandados pelo Venerável Mestre, a quem cabe derramar do seu Trono a paz e a concórdia, em benefício dos irmãos e da Ordem Maçônica.
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
quinta-feira, 15 de março de 2012
A EXPERIÊNCIA ENSINA
Hans Bachl
O caso ocorreu naquela época quando a nossa loja se compunha de apenas quinze obreiros e o nosso venerável mestre nos lembrava de procurar novos candidatos, pois uma loja precisa de sangue novo, de época, a fim de se renovar em vez de envelhecer e perecer.
Diversos irmãos apresentaram nomes. Entrementes me lembrei de um jovem industrial, que já por diversas vezes me fizera várias perguntas sobre a Maçonaria, sabendo que eu era maçom. Apresentei o nome. E ficaram contentes. Pois se tratava de fato de uma pessoa idônea de mais ou menos quarenta anos, casado já uns dez anos, com dois filhos. Ele protestante e a mulher católica. A religião dos filhos era ignorada. Ganhava o suficiente para não privar a família, caso entrasse na loja.
Destarte, quando encontrei Oscar de Tal uns dias depois, ele, novamente puxando a conversa, me confiou que seu avô era um falecido irmão de uma loja coirmã. Achei que era um bom sinal que o neto estava disposto pertencer à mesma sociedade humanitária. Indiquei-lhe o nome a quem se dirigir. Mas ele queria pertencer à nossa loja, pois da outra não conhecia ninguém. Concordei, mas perguntei ainda se não se tratava de curiosidade apenas.
- Curiosidade, qual nada -, me respondeu. - Somente o diabo é que a minha esposa é contra a Maçonaria. É carola para chuchu, mas ela não vai saber que entrei na Maçonaria. E de vocês não preciso ter medo, pois como me consta ninguém deve falar. Assim ninguém de fora saberá do meu ingresso.
Neste caso, respondi, é melhor o senhor desistir de uma vez para sempre de seu plano. Não pensa mais nisto, o senhor pode ser um homem honesto, prestativo e bom, sem ser membro de uma loja. Mas na nossa loja não pode ingressar.
- Por quê?
- Porque a paz e a harmonia dentro de uma família é-nos sagrada. Se a sua esposa achar que não deve pertencer a uma loja maçônica então melhor resignar.
Passaram algumas semanas, quando encontrei novamente o nosso ex-candidato e logo ele começou:
- Meu deus. Não esperava tanta oposição em casa. Minha mulher contou para sogra e as duas vieram com ameaças. Se eu me tornasse maçom, então ela prometeu me abandonar.
- Mas eu não lhe disse de resignar em vista da oposição de sua esposa?
- É verdade, mas tentei e vi que não adianta. Tenho que me calar e enterrar meu sonho.
Passou um ano. Oscar, entrementes, tornara-se sócio do Rotary, útil e sempre a postos, como soube, para qualquer incumbência de servir.
Como se contara, a esposa também não gostara muito da ideia do esposo de entrar nesse clube de serviço. Mas enfim, como outros industriais faziam parte desse clube que a igreja naquele tempo ainda combatia, deu o seu beneplácito e licença para o marido ausentar-se todas as quintas-feiras para tomar parte das reuniões rotarianas. Mas agora estava decidido a deixar o Rotary, pois, como dizia "estava farto de ouvir discursos estéreis e tomar parte de jantares obrigatórios" e entrar na loja se for aceito.
- E a sua esposa? Será que já mudou de ideia?
- É assim. Ela já se acostumou com o Rotary e não fará mais oposição. Ademais, eu tenho mais inclinação para a Maçonaria e já comprei em São Paulo, na minha última viagem, um livro que lhe dá uma ideia o que é a Maçonaria é exatamente aquilo que é o meu pensamento. Disse-me o título do livro que foi escrito para profanos e que conheci.
- Pois, então, sua palavra me basta. Ficarei eu o responsável, o seu padrinho. Mas não depende só de mim. A loja resolverá se poderá ingressar.
Encaminhei os papéis. O candidato após o tempo legal foi aprovado no escrutínio. Chegou o dia de iniciação. O neófito passou pelas provas ritualísticas com coragem e recebeu como prêmio avental branco e luvas alvas mais um par, para ser entregue à sua consorte, como deferência da loja a excelentíssima esposa do novo irmão que doravante é considerada irmã.
Na próxima sessão o novo irmão aprendiz não compareceu, na segunda reunião brilhou por ausência. Qual teria sido o motivo? O venerável me incumbiu de falar com o irmão neófito e indagar sobre o motivo de suas faltas.
Qual a minha surpresa quando ele me confessara seu fracasso em casa.
- Então você estava mentindo quando me afirmou não ter mais dificuldades e sua esposa estaria conformada.
- É verdade, desculpe-me, mas era tão grande meu desejo de pertencer à Maçonaria que arrisquei tudo. Mas ela descobriu logo em minha escrivaninha o ritual, avental e luvas, que tinha escondido em uma pasta. Nem teve coragem de entregar o par de luvas brancas destinada à sua consorte. E ela novamente ameaçou de me deixar dizendo:
- Ou você devolve tudo ou eu me vou com as crianças. Pode escolher; nunca permitiria que você pertencesse a essa sociedade "diabólica". - Que é que vou fazer agora?
- Em primeiro lugar, você com sua mentira colocou-me em maus lençóis perante minha loja. Em segundo lugar, você como mentiroso é mesmo indigno de pertencer a nós. Você foi apenas um curioso que queria conhecer os segredos da Maçonaria. Mas sei que você não entendeu patavina, devolva tudo. Fica tranquilo que nada te acontece. Mas a tua própria consciência vai te julgar.
Deixei-o pensativo e envergonhado no seu escritório particular onde mantivemos essa nossa conversa.
E eu pensei com meus botões que parte da culpa cabe a mim mesmo, porque acreditei piamente na "conversa" dele. E outra parcela cabia também aos sindicantes que apresentaram as melhores referências, tendo copiado um do outro, sem na realidade colher informações seguras, não somente sobre a parte financeira, como também sobre as condições familiares e morais do candidato.
Nunca mais se repetiu em nossa loja um caso idêntico. A experiência ensina!
Mais barato, porém, é tomar este exemplo como advertência para não cair no mesmo erro.
Fonte:
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
Assinar:
Postagens (Atom)