domingo, 9 de agosto de 2009

CADEIA DE UNIÃO

Irm:. Benedito Alves do Nascimento

Espero apresentar com este tema o enriquecimento dos que conhecem a "Cadeia de União, apenas como um ato litúrgico de transmissão da "Palavra Semestral", na realidade ela se constitui numa cerimônia totalmente ligada à filosofia maçônica, porque está embutida numa série de conceitos que se integraram ao alicerce da nossa Ordem.
Acredito que na próxima oportunidade, todos possam sentir os efeitos daquela que é não apenas um símbolo de união fraterna mas sim a própria fraternidade. Tentarei ser mais sucinto e objetivo possível. Contudo pela elevada riqueza de informações e pelo interesse que me despertou o assunto, fui forçado a fazer uma descrição mais detalhada. É necessário, ter compreensão e obedecer com rigor a ritualística do acontecimento para que se produza o efeito esperado de elevar nosso espírito ao nosso G.·.A.·. D.·. U.·.
A Maçonaria, através dos tempos conseguiu reunir comportamentos retirados de todos os ramos do conhecimento humano e de todas as raízes esotéricas e filosóficas, oriundas das outras Instituições, como os mistérios de Ceres, os mistérios Egípcios, Rosacrucianos dos Alquimistas e dos Essênios.
Um dos comportamentos que influenciou a Teoria do Magnetismo Animal de Mesmer, foi a Cadeia de União, é um instrumento místico que deve ser estudado e exercido com transparência para que possamos colher no aperfeiçoamento da sua prática, os seus efeitos benéficos. A Cadeia de União é formada no centro do Templo, composta de elos humanos exatamente iguais, representando os espíritos maçônicos unidos pela solidariedade de idéias e pela comunhão de sentimentos e aspirações.
Não existe, na corrente de União, um elo maior que outro, todos são iguais na Instituição fraternal, não admitimos hierarquia, nem superioridade, todos são iguais nos direitos e deveres. A Cadeia de União, nos Ritos mais praticados no Brasil, é formada, exclusivamente, para a transmissão da Palavra Semestral; a exceção é o Rito Schröder, onde a cadeia é obrigatória após o término de todos os Trabalhos.
Para transmissão da Palavra Semestral, somente os membros do quadro da Loja é que poderão fazer parte da Cadeia, que terá uma forma circular ou oval, estendendo-se do Oriente ao Ocidente. No Rito Escocês, o Venerável ocupa o lado mais oriental da Cadeia, e terá, à sua direita, o Orador e, à sua esquerda, o Secretário. O Mestre-de-Cerimônias ocupará o lado mais ocidental, bem de frente para o Venerável, tendo, à sua esquerda, o 1.º Vigilante e, à sua direita, o 2.º Vigilante. Os demais Irmãos do quadro comporão a Cadeia de acordo com o seu lugar em Loja.
Para a transmissão da palavra o Venerável a diz, em voz baixa, na orelha esquerda do Irmão que está à sua direita, e na orelha direita do que se encontra à sua esquerda, daí a palavra circula pelos dois lados, sendo recebida pelo Mestre-de-Cerimônias, em ambas as orelhas, ocasião em que esse oficial irá levar, ao Venerável, as palavras recebidas, dizendo, na orelha direita a palavra recebida no lado direito e, na esquerda, a palavra correspondente a esse lado.
Se a palavra estiver errada, o processo é todo repetido. Se estiver certa, o Venerável dirá, simplesmente: "Meus Irmãos, a palavra está correta, guardemo-la como condição de regularidade e penhor de nossa fraternidade. Desfaçamos a Cadeia e retiremo-nos em paz". Após isso, os Irmãos poderão fazer uma saudação de regozijo, abaixando e levantando os braços, sem desfazer a Cadeia, por três vezes, dizendo "Viva, Viva, Viva" (ou outra saudação ou exclamação convencional - N. do E.).
Como a Cadeia é composta após o encerramento dos Trabalhos da Oficina, é óbvio que não é feito nenhum Sinal, nessa oportunidade, nem o de ordem e nem a saudação. Finalizando a Cadeia de União simboliza a igualdade mais preciosa e a fraternidade mais pura se estende do Oriente ao Ocidente e do Norte ao Sul do Templo, da mesma forma como o princípio da civilização se estendeu por todo mundo. Ela recorda que são verdadeiros Irmãos.
A Cadeia de União lembra que a Instituição Maçônica é maior que as religiões, abraça todo Mundo conhecido, unindo com ramos de flores, raças, povos, nações e continentes. Bem de longe das preocupações da vida material, abre-se para o Maçom o vasto domínio do pensamento e da ação.
Antes de nos separarmos, elevamo-nos em conjunto para o nosso ideal, que ele inspire a nossa conduta no Mundo profano, que guie a nossa vida, que seja a luz no nosso caminho. Cruzam-se os braços para identificar a unificação de todos numa única concentração de vontade, devotada à elaboração dos interesses da Ordem e da Loja.
Juntam-se as mãos para que o Venerável invoque a descida do verdadeiro espírito maçônico, sobre a totalidade de seus componentes, numa preparação para que vençam todos os obstáculos pessoais, limpando a atmosfera do Templo das vibrações impróprias ou maldosas à evolução de cada Obreiro.
"A Cadeia de União, é a mais bela e preciosa Jóia da Loja, ora móvel, ora fixa e quando formada representa a Luz dos Astros em torno do Sol."
"A Cadeia de União, simboliza o Universo e é eterna, como eternos e universais são o amor, a bondade, o progresso e a Justiça. Os homens unidos se abraçam constituindo uma só Cadeia de União, uma só família, orientada pela grandeza absoluta do Pai Celestial, que é o nosso G.·.A.·.D.·.U.·.
"A Cadeia de União é mais um motivo para o Maçom praticar a verdadeira caridade, ou seja, a que o "Olhos não vêem", mas o coração sente."
"Que a sabedoria de Salomão nos inspire, que a Força de Hiram Rei de Tiro nos mantenha firmes, unidos e que a beleza do Mestre Hiram Abi adorne os nossos pensamentos, as nossas palavras, gestos e atitudes para que possamos passar essa IMAGEM DA MAÇONARIA, na vivência de todos os instantes do cotidiano de cada um de nós."
"Assim Deus nos Ajude."

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