sábado, 31 de dezembro de 2011

C O N V I T E - GRUPO MAÇÔNICO ORVALHO DO HERMON



O Grupo Maçônico Orvalho do Hermon tem por objetivo o "aprimoramento moral, intelectual, espiritual do Maçom", a fim de atingirmos este estágio, precisamos aprender a conviver fraternalmente em grupos. É por isso que, na Maçonaria, necessitamos estudar e desenvolver um forte sentimento de fraternidade entre irmãos.

O verdadeiro maçom precisa ser honesto, elegante, honrado, tolerante e, mais ainda, precisa ser um verdadeiro cavaleiro, diferente do homem do mundo profano.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

Um T.•.F.•.A.•.

Hugo R. Pimentel

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VIVÊNCIA DE AMOR FRATERNO


Charles Evaldo Boller, M. M., 26/03/2006

A Maç. recebe novos membros por intermédio da iniciação, o que a diferencia de sociedades PProf.. Naquele psicodrama é exigido do recipiendário o juramento de que tudo fará para defender seu Ir. na ocorrência de infortúnios. É algo muito diferente ao irmão de sangue, que nos é dado de forma compulsiva. O Ir. Maç. é resultado de escolha consciente e racional, daí as amizades resultantes serem coladas com o cimento do amor fraterno.

Um sábio Maç., quando inquirido sobre sua interpretação do significado de fraternidade, usou a seguinte parábola: "Encontrava-me nas proximidades de uma colina coberta de neve e observava dois garotos que se divertiam com um pequeno trenó. Quando os dois meninos chegavam embaixo da encosta, depois de haverem escorregado, o rapaz mais velho colocava o mais novo às costas e subia pelo aclive puxando o trenó por uma corda. O garoto mais velho chegava ao topo ofegante sob carga tão grande. E isto se repetiu várias vezes, até que resolvi inquirir: - Mas não é uma carga muito pesada esta que levas morro acima? - O garoto mais velho respondeu sorrindo: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu irmão!" Para o sábio Ir. esta foi a definição exata de fraternidade. Para ele, o amor fraternal exige espírito elevado, consta até de sacrifícios, mas não o considera como tal, e sim algo natural, a carga é transportada com alegria e sem reclamar - este sábio Maç. foi o presidente norte-americano Abraham Lincoln.

Na escolha de um profano a ser iniciado, procura-se estimar no perfil emocional do proposto sua capacidade de desenvolver a vivência do amor fraterno. No questionário de sindicância existem perguntas assim: "o profano vive em harmonia no lar?" "Qual sua reputação no mundo profano?" "Entre colegas de trabalho?" "Demonstra ser pessoa capaz de
adaptar-se com facilidade ao meio e ter bom convívio social?" Significa então que todo aquele que for considerado limpo e puro, aprovado e iniciado, tem o amor fraterno como característica. Ele tem a capacidade de superar eventuais dificuldades de relacionamento interpessoal, isto já faz parte dele. E para melhorar mais ainda, esta qualidade distintiva fundamental é depois sacramentada por juramento solene! A conseqüência é o aquecimento do amor fraterno que reina depois entre os
IIr. em Loj..

Na iniciação o recipiendário recebe um avental branco, considerado seu ornamento máximo, e lhe é dito que deve mantê-lo imaculado, limpo. Não se trata aqui de sujeira literal, esta pode até ocorrer para o diligente Obr.. Mancha que pode até sair com água, e basta lavar. Aquele paramento do zeloso Maç. deve ficar isento de qualquer nódoa moral ou comportamental, que só a água do amor fraterno limpa. Nenhum iniciado deve jamais usar seu avental e adentrar numa Loj., se lá houver Ir. que esteja odiando. Isto suja seu avental de forma indelével e afeta a egrégora que envolve a todos.
Deve considerar a dificuldade de resolver problema de relacionamento interpessoal como se fosse o escalar de uma encosta íngreme e coberta de neve, com aquele Ir. às costas. Não é fácil! Mas, mesmo ofegante, e sob carga tão grande, deve fazê-lo sorrindo. A razão deve suplantar a emoção, haja vista que isto já faz parte dele como iniciado. Se inquirido do
peso da carga, este Ir. deve exclamar: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu Ir.! - Egoísmo e indiferença são sintomas de falta de amor, pois o contrário de amor não é ódio, é a indiferença! Quando existem situações de disputa ou mágoa, é importante que os envolvidos resolvam as querelas fora das paredes do Tem., e só então coloquem seus aventais e adentrem. Ao superarem suas diferenças, a benção do G. A. D. U., a divindade que vive dentro dos iniciados, lhes proporcionará o aglutinante místico do amor fraterno que vai cimentar de forma brilhante as duas pedras que ambos representam na grande edificação da humanidade. Isto é vivência real do amor fraterno, o aglutinante místico que mantém unidos os IIr. numa Loj.. Num agrupamento assim constituído é certa a presença do G. A. D. U..

Poderá haver bem maior que um amor fraternal bem vivido? O G. A. D. U. certamente só está onde existem pessoas que se tratam como verdadeiros IIr. espirituais e onde cada um nutre profundo amor fraterno pelo outro. Todo Ir. que passar por uma situação onde eventualmente ocorre disputa ou ofensa, deve colocar aquele que considera ser seu ofensor às costas e carregá-lo para o alto de seu coração. E, se inquirido do peso, deve exclamar: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu Ir..

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil















segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

V.I.T.R.I.O.L.



Visite o Interior da Terra e, Retificando-te, Encontrarás a Pedra Oculta.
Não há local mais misterioso, fascinante e atemorizador para se visitar do que o interior de si mesmo. Encontrar a perfeição dentro de cada um é tarefa utópica, mas ainda assim, inevitável para quem sinceramente deseja trazer à luz o ser perfeito que o Criador nos legou como possibilidade. A imagem do escultor que da pedra bruta extrai a sua obra prima ilustra a tarefa iniciática.
Imagine-se esta pedra em estado bruto e veja-se lançado em um local terrível para meditar. Ao final de suas reflexões, você empreende a jornada para corrigir-se, abandonando concepções equivocadas e abraçando uma vida virtuosa. O que lhe aguardará ao final da jornada? O ser perfeito que pela primeira vez conseguirá ver a luz da verdade. E “assim passa a glória do mundo”! Robson Granado

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SAUDAÇÃO À BANDEIRA



Saudação à Bandeira


“Bandeira do Brasil, eu te saúdo!
Em nome desta Assembléia de Homens livres, aqui reunida,
Eu te saúdo !

Eu te saúdo pelo que fostes em nosso passado,
Pelo o que tu és
E pelo que representas para nós!

Bandeira do Brasil, nós, os Maçons,
Temos te seguido os passos através da História, destes tempos imomeriais,

Tu tinhas, em outras épocas, outras cores e outros emblemas,
Porém teu simbolismo permaneceu imutável.

Desde a longínqua data em que o Índio Poti,
Felipe Camarão,
E o negro Henrique Dias, te empunharam,
E te levaram para os campos de batalha

Tabocas, Taborda, Guararapes,
Para lutar contra o estrangeiro invasor,
Tu deixaste de ser a Bandeira de Portugal,
Que também era estrangeira,

Para ser a BANDEIRA DO BRASIL!

Bandeira do Brasil!
Tu estavas com Felipe dos Santos, na revolta de Vila Rica,
Em 1720.

Tu estavas com os Inconfidentes de Minas,
E subistes ao patíbulo com TIRADENTES,
Em 1792.

Tu estavas no Areópago de Itambé, da Revolução Pernambucana,
Em 1817.

E fostes fuzilada com Padre Roma e Padre Miguelinho.
Tu estavas às margens do riacho Ipiranga, com D. Pedro I,
No Grito da INDEPENDÊNCIA,
Em 1822.

Tu fostes arcabuzada com Frei Caneca,
Em 1825, após a Confederação do Equador,

Quando os dois grandes Maçons, CAXIAS E CANABARRO,
Assinaram o Tratado de Poncho Verde,
Pondo fim à Guerra do Farroupilhas.

Tu tremulavas bem junto às Tendas dos dois HERÓIS !
Tu acompanhastes, altaneira, as nossas tropas,
Na Guerra do Paraguai !

Bandeira do Brasil !
Só uma vez, nós te condenamos.

E te condenamos com veemência,
Na voz e nos versos do maior Poeta que o Brasil já teve,
ANTÔNIO DE CASTRO ALVES !

Por essa época, Bandeira do Brasil,
Tu tremulavas impune, na Gávea dos Navios Negreiros,

Mas, Castro Alves, cheio daquela Ira Sagrada,
Que todos os Maçons devem sentir,
Ao te ver ultrajada,

Apostrofou, a ti, e aos donos da Pátria, de então
Com estas diatribes terríveis, que ainda hoje ressoam,
Aos ouvidos da Grande Nação :

- " Existe um povo que a BANDEIRA empresta,
Para cobrir tanta infâmia e covardia,
e deixa-a transformar-se nesta festa,
em manto impuro de bacante fria.

Meu Deus, mas que Bandeira é esta,
Que imprudente, na Gávea tripudia ?
Silêncio Musa, chorai tanto,
Que o Pavilhão se lave no teu pranto !

Auri-Verde Pendão da minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a Luz do Sol encerra,
E as promessas divinas de Esperança !

Tu, que da Liberdade e, após a Guerra,
Fostes hasteada, dos Heróis, na lança,
Antes te houvessem roto, na batalha,
Que servires um Povo de mortalha.

Andrada, arranca esse Pendão dos ares ! - "

BANDEIRA DO BRASIL

Depois tu te reabilitastes.
Tu reabilitastes na voz patética do Maçom Negro,
José do Patrocínio, quando bradou :
"Meu Deus, já não existem mais escravos em minha Pátria !"

Tu reabilitastes nas montanhas da Itália, lutando pela Democracia,
Na última Grande Guerra Mundial.

E quando um presidente da República, te içou, pela primeira vez,
Num mastro metálico do primeiro poço de Petróleo da Petrobrás,
- O Monteiro Lobato - Nesse dia,
Bandeira do Brasil, tu te lavaste nas Águas Lustrais,
Da nossa Soberania.

E por isso, hoje, quando mais Irmãos,
Transpõem os umbrais deste Templo,
Para junto conosco, reverenciar o teu vulto Sagrado,


Eu te saúdo, em meu nome,
Em nome do meu Venerável,
Em nome de todos os Maçons e amigos, aqui reunidos,

EU TE SAÚDO !
EU TE SAÚDO E
BEIJO ! "

Autor : Francisco Assis de Carvalho


Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro - RJ - Brasil






























































domingo, 6 de novembro de 2011

O VAIDOSO E ARROGANTE



Baixa autoestima e complexo de inferioridade. Nenhum ditador provocou ou vem provocando tanto dano à Maçonaria quanto o maçom vaidoso, esse sapador inveterado, esse Cavalo de Troia que a destrói por dentro, sem o emprego de armas, grilhões, ferros, calabouços e leis de exceção.

Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas. Ele é pior do que todos os falsos maçons reunidos porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente em alguma virtude.
Uma característica marcante que se nota nesse tipo de maçom, logo ao primeiro contato, é a sua pose de justiceiro e a insistência com que apregoa virtudes e qualidades morais que não possui. Isso salta logo à vista de qualquer um que comece a comparar seus atos com as palavras que saem da sua boca. O que se vê amiúde é ele demonstrar na prática a negação completa daquilo que fala, sobretudo daquilo que difunde como qualidades exemplares do maçom aos Aprendizes e Companheiros, os quais não demora muito a decepcionar. Vaidoso ao extremo, para ele a Maçonaria não passa de uma vitrine que usa para se exibir, de um carro de luxo o qual sonha um dia pilotar. E, quando tem de fato esse afã em mente, não se furta em utilizar os meios mais insidiosos para tentar alcançá-lo, a exemplo do que fazem nossos políticos corruptos.
Narcisismo em um dos extremos, e baixa autoestima no outro, eis as duas principais características dos maçons vaidosos e arrogantes. No crisol da soberba em que vivem imersos, podemos separá-los em dois grupos distintos, porém idênticos na maioria dos pontos: os toscos ignorantes e os letrados pretensiosos.
A trajetória dos primeiros é assaz conhecida.
Por serem desprovidos do talento e dos atributos intelectuais necessários para conquistarem posição de destaque na sociedade, eles ingressam na Maçonaria em busca de títulos e galardões venais, de fácil obtenção, pensando com isso obter algum prestígio.
Na vida profana, não conseguem ser nada além de meros serviçais, de mulas obedientes que cedem a todos os tipos de chantagem. Por isso, fazer parte de uma instituição de elite (isso mesmo, de elite!) como a Maçonaria produz neles a ilusão de serem importantes; ajuda a mitigar um pouco a dor crônica que os espinhos da incompetência e da mediocridade produzem em suas personalidades enfermas.
O segundo em quase tudo se equipara ao primeiro, porém com algumas notáveis exceções.
Capacitado e instruído, em geral ele é uma pessoa bem sucedida na vida. Sofre, porém, desse grave desvio de caráter conhecido pelo nome de “Narcisismo”, que o torna ainda pior do que o seu êmulo sem instrução. Ávido colecionador de medalhas, títulos altissonantes e metais reluzentes, esse maçom é uma criatura pedante e intragável, que todos querem ver distante. No fundo ele também é um ser que se sente rejeitado; sua alma é um armário de caveiras e a sua mente um antro habitado por fantasmas imaginários.
Julgando-se o centro do Universo, na Maçonaria ele obra para que todas as atenções fiquem voltadas para si, exigindo ser tratado com mais respeito do que os Irmãos que atuam em áreas profissionais diferentes da dele. Pobre do Irmão mais jovem e mais capacitado que cruzar o seu caminho, que ousar apontar-lhe uma falta, que se atrever a lançar- -lhe no rosto uma imperfeição sua ou criticar o seu habitual pedantismo! O seu rancor se acenderá automaticamente e o que estiver ao seu alcance para reprimi-lo e intimidá-lo ele o fará, inclusive lançando mão da famosa frase, própria do selvagem chefe de bando: “Sabe com quem está falando!!!” Desse modo, ele acaba externando outra vil qualidade, que caracteriza a personalidade de todo homem arrogante: a covardia.
O número de Irmãos que detesta ou despreza esse tipo de maçom é condizente com a quantidade de medalhas que ele acumula na gaveta ou usa no peito. Na vida profana, seus amigos não são verdadeiros; são cúmplices, comparsas, associados e gente que dele se acerca na esperança de obter alguma vantagem. E nisso se insere a mulher com a qual vive fraudulentamente. Todos os que o rodeiam, inclusive ela, estão prontos a meter-lhe um merecido chute no traseiro tão logo os laços de interesse que os unem sejam desfeitos.
O seu casamento é um teatro de falsidades e o seu lar um armazém de conflitos. Raramente familiares seus são vistos em nossas festas de confraternização. Quando aparecem, em geral contrariados, não conseguem esconder as marcas indeléveis de infelicidade que ele produz em seus rostos.
Em sua marcha incessante em busca de distinções sociais que supram a sua insaciável necessidade de autoafirmação, é comum vermos esse garimpeiro de metais de falso brilho farejando outras organizações de renome, tais como os clubes Lyons e Rotary, e gastando nessas corridas tempo e dinheiro que às vezes fazem falta em seu lar. A Maçonaria, que tem a função de melhorar o homem, a sociedade, o país, e a família, acaba assim se convertendo em uma fonte de problemas para os seus familiares; e ele, em uma fonte de problemas para a Maçonaria.
Um volume inteiro seria insuficiente para catalogar os males que esse inimigo da paz e da harmonia pratica, este bacilo em forma humana que destrói nossa instituição por dentro, qual um cancro a roer-lhe as células, de modo que limitar-nos-emos a expor os mais comuns.
Comportamento em Loja
Incapaz de polir a Pedra Bruta que carrega chumbada no pescoço desde o dia em que nasceu, de aprimorar–se moral e intelectualmente, de lutar para subtrair-se das trevas da ignorância e dos vícios que corrompem o caráter; de assimilar conhecimentos maçônicos úteis, sadios e enobrecedores, para na qualidade de Mestre poder transmiti-los aos Aprendizes e Companheiros, o que faz o nosso personagem? Simplesmente coloca barreiras em seus caminhos, de modo a retardar-lhes o progresso! Ao invés de estudar a Maçonaria, para poder contribuir na formação dos Aprendizes e Companheiros, de que modo ele procede? Veda a discussão sobre assuntos com os quais deveria estar familiarizado, fomentando apenas comentários sobre as vulgaridades supérfluas do seu cotidiano!
Ao invés de encorajar o seu talento, de ressaltar suas virtudes e estimular o seu desenvolvimento, o que faz ele? Procura conservá-los na ignorância de modo a escamotear a própria! Ao invés de defender e ressaltar a importância da liberdade de expressão e da diversidade de opiniões para a evolução da humanidade, como ele age? Censura arbitrariamente aqueles cujas ideias não estejam em harmonia ou sejam contrárias às suas! Ao invés de fomentar debates dos temas de importância singular para o bem da loja em particular e da Maçonaria em geral, como age ele? Tenta impedir a sua realização por carecer de atributos intelectuais que o capacitem a participar deles! E, nos que raramente promove, como se comporta? Considera somente as opiniões daqueles que dizem “sim” e “sim senhor” aos seus raramente edificantes projetos!
Tal como o maçom supersticioso, esse infeliz em cujo peito bate um coração cheio de inveja e rancor nutre ódio virulento e indissimulado pela liberdade de expressão, que constitui um dos mais sagrados esteios sobre os quais repousam as instituições democráticas do mundo civilizado, uma das bandeiras que a Maçonaria hasteou no passado sobre os cadáveres da intolerância, da escravidão e da arbitrariedade.
Dos atos indecentes mais comumente praticados por esse falsário, o que mais repugna é vê-lo pregando “humildade” aos Irmãos em Loja, em particular aos Aprendizes e Companheiros, coberto da cabeça aos pés de fitões, joias e penduricalhos inúteis, qual uma árvore de natal. Outro é vê–lo arrotando, em alto e bom som, ter “duzentos e tantos anos de Maçonaria” e exibindo o correspondente em estupidez e mediocridade. O terceiro é vê-lo trajando aventais, capas, insígnias, chapéus e colares, decorados com emblemas que lembram tudo, exceto os compromissos que ele assumiu quando ingressou em nossa sublime e veneranda instituição. Cego, ignorante e vaidoso, nosso personagem não percebe o asco que provoca nas pessoas decentes que o rodeiam.
Como já foi dito, a Maçonaria serve apenas de vitrine para ele. Como não é possível permanecer sozinho dentro dela sem a incômoda presença de outros impostores – os quais não têm poder suficiente para enxotar – ele luta ferozmente para afastar todo e qualquer novo intruso, imitando alguns animais inferiores aos humanos na escala zoológica, que fixam os limites de seus territórios com os odores de suas secreções e não toleram a presença de estranhos. Qualquer Irmão que comece a brilhar ao lado dessa criatura rasteira é considerado por ela inimigo. A luz e o progresso do seu semelhante o incomoda, fere o seu ego vaidoso. Por esse motivo tenta obstaculizar o trabalho dos que querem atuar para o bem da Loja; por isso recusa-se a transmitir conhecimentos maçônicos (quando os possui) aos Aprendizes e Companheiros, sobretudo aos de nível intelectual elevado, ou os ministra em doses pífias, para que futuramente não sejam tomados como exemplos e ofusquem ainda mais a sua mediocridade.
Um maçom exemplar, íntegro, que cumpre rigorosamente os compromissos que assumiu quando ingressou em nossa Instituição, não raro converte-se em alvo de suas setas, pois seus olhos míopes não conseguem ver honestidade em ninguém; sua mente estragada o interpreta como potencial “concorrente”, que nutre interesses recônditos semelhantes aos seus.
O maçom arrogante mal conhece o significado de nossas belas e simples alegorias. Se as conhece, as despreza. Sua mente acha-se preocupada unicamente com o sucesso de suas empreitadas, em encontrar maneiras de estar permanentemente ao lado das pessoas cujos postos ambiciona. Fama e poder são os seus dois únicos objetivos, tanto na vida maçônica, como na profana. As palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que compõem a Trilogia Maçônica, não fazem parte do seu vocabulário, e com frequência é visto pisoteando os valores que elas encerram.
A história, a filosofia e os objetivos de nossa Veneranda Instituição não lhe despertam o menor interesse, pois é frio, calculista, e não tem sensibilidade nem conhecimento para compreendê-los e assimilá-los. Ele é diametralmente oposto ao que deve ser o maçom exemplar, em todos os pormenores. É a antítese de tudo o que a Maçonaria apregoa e deseja de seus membros: uma criatura vil e rasteira que semeia a discórdia, afugenta bons Irmãos, e termina por destruir ou fragmentar a Loja (ou Lojas), resultado às vezes de anos de trabalho árduo, caso ela teime em não se colocar sob a sua batuta ou se mostre contrária às suas aspirações egoístas.
A insolência desse tipo de maçom – e também o asco que destila –, vai crescendo conforme ele vai “subindo” nos altos graus (ou graus filosóficos), lixo maçônico fabricado por impostores no passado unicamente para explorar a estupidez e a vaidade de homens como ele. Sentindo-se importante por ter sido recebido em determinado grau, com a pompa digna de um rei, ele passa a considerar-se superior aos Irmãos de graus “inferiores”, em particular aos Aprendizes e Companheiros, ignorando o que reza o segundo landmark, que estabelece a divisão da Maçonaria Simbólica em apenas três graus. Mas reservar um tempo para dedicar-se à sua Loja, um momento para confraternizar com Irmãos íntegros e honestos, ler algo de útil que possa servir de instrução a si e aos demais, essas são as suas últimas preocupações.
O seu tempo disponível ele o reserva inteiramente às festinhas fúteis, nas quais pode ser notado e lisonjeado, onde pode ajuntar-se a outros maçons falsos e vulgares, prontos para enterrar-lhe um punhal nas costas na primeira oportunidade que surgir. Perceba o leitor com que velocidade esse “Irmão” deveras atarefado arruma tempo quando é chamado para arengar em um tablado representando a Maçonaria! Note a pontualidade com que chega na passarela onde vai desfilar e ser fotografado com os seus paramentos. Observe como ele fica cheio de si quando é agraciado com uma rodela de lata qualquer ou vê o seu lindo rosto estampado nas páginas de alguma revista maçônica! Perceba como se curva aos pés dos que têm mais prestígio e poder do que ele! Note como ele os bajula!
Esse prevaricador vagabundo não trabalha e não deixa os outros trabalharem para não ter de arregaçar as mangas também. Quando se mete a ministrar instruções aos Aprendizes e Companheiros ele o faz de modo precário, sem estar familiarizado com elas. Raramente sabe responder questões que os Irmãos lhe dirigem. Tergiversa sempre com a mesma resposta: É preciso pesquisar! Ele não faz nada porque não sabe fazer nada, não quer aprender nada, e no íntimo não gosta da Maçonaria e não ama seus irmãos! Nossas “reuniões” são para ele um fardo. Nas vezes que comparece em Loja, exige ser ouvido e jamais dá atenção ao que falam os demais, obrando para que a sua palavra sempre prevaleça nas decisões a serem tomadas. Quando o seu nome não consta na Ordem do Dia – o que significa que não terá a oportunidade de exibir a sua hipocrisia ou arengar as suas imposturas –, retira-se antes da “reunião” terminar ou, quando permanece, o faz com o olhar fixo no relógio.
Campeão em faltas e em delitos, quando esse falso maçom comparece à loja ele o faz para dar palpites indevidos, censurar tudo e todos, propor projetos mirabolantes e soluções inconsistentes com os problemas que surgem em nossas relações. Jamais faz uso de críticas sadias e construtivas, aquelas que apontam erros e sugerem soluções para os mesmos.
Comportamento na Sociedade
Passemos agora à exposição do comportamento desse detestável impostor na sociedade, outra praia onde adora se exibir, embora poucos o notem.
Ele circula pelas ruas do bairro onde vive de nariz empinado, cheio de empáfia, tentando vender a todos, sobretudo aos mais humildes, a falsa imagem de alguém assaz importante. Ostentando correntes, anéis, gravatas, broches e outros adereços maçônicos – alguns com peso suficiente para curvar o tórax –, tão logo se acerca de uma roda de amigos, ou melhor, de gente com paciência para aturá-lo, ele passa a ensejar conversas maçônicas desnecessárias, fazer alarde de sua condição de maçom e de ser membro de uma poderosa “gangue”, com o único propósito de colocar-se acima deles. Quando, porém, um profano lhe dirige algumas perguntas a respeito de nossa instituição, movido por uma sadia e natural curiosidade, ele responde geralmente o que não sabe, fitando-o de cima para baixo, com desprezo, como se estivesse encastelado sobre um pedestal de ouro.
Como o caracol, esse tipo de maçom costuma deixar um rastro visível e brilhante por onde trafega, tornando muito fácil a identificação sua e do seu paradeiro, que é o que ele efetivamente deseja, embora afirme o contrário. Mas, para a sua infelicidade, pouca gente dá importância aos seus recados vaidosos. O automóvel, o lar e o local onde trabalha correspondem ao exoesqueleto desse animal, ao passo que os adereços e os objetos maçônicos que ele usa e espalha por todos os lados à gosma que libera. Impulsos provenientes das regiões recônditas do cérebro onde se alojam o seu complexo de inferioridade e a sua baixa autoestima dizem a ele onde derramá-la.
Do mesmo modo que prostitui nossa instituição, transformando-a em templo da vaidade, ele corrompe também a natureza de muitos objetos inanimados, desvirtuando os propósitos para os quais foram concebidos.
Os vidros do automóvel não servem para proteger os passageiros do vento e da chuva, mas para ostentar adesivos maçônicos escandalosos que avisam os transeuntes e os motoristas dos carros que estão na retaguarda que “alguém muito importante” maneja o volante. As paredes da sua casa não servem como divisórias, mas de outdoors para a colagem de diplomas maçônicos que levam o seu nome. O isqueiro ele usa para tentar acender um cigarro que talvez nem fume ou sabendo que ele não funciona mais (o importante é as pessoas notarem o compasso e o esquadro colados nele!). A caneta com compasso encravado na tampa ele usa para mostrar que é maçom àquele que está perto do papel no qual finge estar escrevendo alguma coisa. O relógio da sala não serve para mostrar a hora certa, mas para dizer aos visitantes que o seu dono é maçom. As estantes da sala não servem para acomodar bons livros, mas para armazenar troféus, medalhas, placas comemorativas, mimos e tudo o mais que avise que há um maçom por ali. O mesmo vale para pratos, talheres, lenços, gravatas, bonés, bolsas, bonecos, malas, bengalas e, pasmem, até revólveres e espingardas! Enfim, qualquer objeto que possa lhe servir de propaganda ele o corrompe.
Prejuízos
O Maçom arrogante sabe muito bem que é um desqualificado moral, que carece das virtudes necessárias para dirigir homens de caráter, mas mesmo assim quer assumir o cargo de Venerável e nele perpetuar-se por tempo indeterminado, se possível. Insolente, julga-se o único com aptidão para empunhar o malhete, menoscabando a capacidade dos demais Irmãos. Sempre que pode procura manobrar as eleições para que os cargos em Loja sejam preenchidos por integrantes de sua medíocre camarilha, que, uma vez empossada, vai aprovar seus atos malsãos e alimentar a sua vaidade. Dessa maneira, ele trava as rodas da Loja, impedindo-a de progredir, de desfraldar as suas velas.
Nosso personagem costuma mais faltar do que comparecer às reuniões, como já foi dito. Quando o faz, é quase sempre para tentar colocar-se em destaque, humilhar alguém, violar regulamentos, e fazer prevalecer os seus caprichos pessoais.. É claro que ele não age só, pois se assim fosse a sua eliminação seria fácil e sumária. Ele conta com o respaldo de pequenos grupelhos de gente sórdida e submissa, que aprova suas ações, que corrompe e deixa-se corromper. Às vezes conta até com a cumplicidade dissimulada de alguns delegados, que, por motivos políticos ou de ordem pessoal, fazem vista grossa aos seus insidiosos manejos e prevaricam no que constitui uma das mais importantes missões dentro da Maçonaria.
Terminado o período de sua administração como Venerável este impostor passa a meter o nariz em assuntos que não mais lhe dizem respeito, usurpando funções de outros irmãos da loja, incluindo as do seu sucessor. Quer mandar mais do que os outros, quer ser o dono da Loja; quer admitir candidatos sem escrutínio para engrossar a sua camarilha; quer manobrar a todos e violar leis. Expõe os Aprendizes e Companheiros a constantes querelas com outros Mestres, quase sempre motivadas pela vaidade e pela sede de poder.
Especialista em apontar erros nos outros, o maçom arrogante jamais admite um seu. Quando, porém, as circunstâncias tornam isso impossível, ele o faz rangendo os dentes e disparando setas em todas as direções, muitas vezes ferindo os poucos Irmãos que o querem bem. Além de tudo é um indivíduo vingativo. Caso sofra uma contrariedade qualquer, ou veja descartada uma irracional conjectura sua, ele passa a fomentar intrigas e provocar cismas na Loja. Aquele que for investigar as causas que levaram uma determinada oficina a abater colunas notará em seus escombros a marca indelével de sua mão, que muitas vezes deixa impressa com orgulho!
Elemento altamente desestabilizador e perigoso, o maçom vaidoso é o principal responsável pelo enfraquecimento das colunas de uma loja, pela fuga em massa de bons Irmãos, e pela decadência da Maçonaria de uma forma geral. Quanto maior for o seu número agindo no corpo da Maçonaria, mais fraca, enferma e suscetível à contração de outros males ela se torna, mais exposta a escândalos e prejuízos ela fica. Sua eliminação é, portanto, condição si ne qua nom para a conservação da saúde de nossa Sublime Instituição. - Ir.’.Rubens Carlos de Oliveira.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
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A ESTUPIDEZ E A INTELIGÊNCIA

"A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver".


Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
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domingo, 23 de outubro de 2011

IRMÃOS BRIGAM?



Charles Evaldo Boller

Sinopse: Ensaio sobre o 'amor ação' que existe entre os maçons. Contenda no plano das ideias.

Existe uma sociedade onde as pessoas se tratam por irmãos. É uma sociedade onde existe o irmão que raramente aparece, um age mais outro menos, existe o tímido, o retraído, o mais adiantado, o noviço cheio de sonhos, o comumente exaltado e o de ânimo calmo qual ovelha no pasto. Mas todos são irmãos e se amam em ação; com vontade, sabedoria e inteligência.

Significa que, por se autodenominarem irmãos e se amarem profundamente, eles nunca brigam? É claro que não! Estes irmãos debatem sim! Porque não! Podem disputar, afinal são seres humanos inteligentes, livres e de bons costumes. É regra irmãos se desentenderem no plano das ideias! A querela, quando motivada para o bem, para estabelecer limites e promover progresso é atitude positiva - mesmo que os meios não sejam lá satisfatórios, os irmãos que assim agem estão lutando para que prevaleça o bem comum. Ação assim é sinônimo de amor; de amor fraterno. O mesmo amor que grandes iniciados intuíram como a única solução de todos os problemas da humanidade.. E toda ação assim dirigida resulta em mudanças com objetivo e não simplesmente mudar pela mudança.

O "amor ação" não é o "amor sentimento" com que aquele é normalmente confundido. É o amor alicerçado na vontade. Quando alguém está cheio de intenção, mas não faz o propósito ser acompanhado de ação, obtém resultado nulo. De outra forma, quando este soma intenção e ação, o resultado é aflorar sua vontade. E vontade é sinônimo de amor porque resulta em ação, o "amor ação". E assim, vontade é força. E onde existe ação entre seres humanos, encontram-se disputas. É por isto que irmãos brigam, mas só o fazem por amor e não por vaidade. Daí a necessidade de equilibrar a vontade com sabedoria e inteligência. Um não existe sem os outros dois.

O destempero entre irmãos aflora sempre? Não! Os irmãos convivem em ambiente com limites claros e definidos, numa sociedade caracterizada por padrões preestabelecidos e onde todos são responsáveis. Na maioria das vezes eles elogiam e apoiam, haja vista o elogio ser uma necessidade essencial nos relacionamentos saudáveis. Irmãos desenvolvem a humildade, que é outra expressão do amor, pois significa que são autênticos, sem arrogância, pretensão ou orgulho.

Em seu progresso pessoal desenvolvem autocontrole; sustentam as escolhas que fazem; dão atenção aos seus irmãos; apreciam e incentivam os outros irmãos; são honestos, forçam evitar o engano; visam satisfazer as necessidades dos outros, não fazem necessariamente o que o outro deseja; seria escravidão, mas o que o outro irmão precisa, o que é convertido em liderança; existe ocasião em que o irmão põem de lado sua própria vontade e necessidade apenas para defender um bem maior para seus irmãos; e acima de tudo, o irmão perdoa. Se houver dano prefere recolher-se, isolar-se por uns tempos, nunca fechando questão a ponto de nunca mais oportunizar reconciliação. Mesmo prejudicado, o irmão desiste do ressentimento. Tudo isto o tempo, o treinamento constante, a convivência frequente desenvolvem nestes que são verdadeiros irmãos. Explicar isto em palavras é difícil, senão impossível, daí a necessidade da convivência frequente e rotineira.

No passado alguém disse que o Grande Arquiteto do Universo só está onde as pessoas se tratam como irmãos e se amam uns aos outros. Hoje os verdadeiros irmãos que praticam o "amor ação" tudo fazem para que a divindade em cada um esteja presente de fato em todos os momentos de suas vidas. Assim são os irmãos maçons que honram seus juramentos.

LIBERDADE - IGUALDADE - FRATERNIDADE

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

domingo, 16 de outubro de 2011

A FRATERNIDADE



Ewald Boller

Fraternidade! Linda palavra! Meiga, doce e suave! Ao expressá-la tem-se a impressão de sentir-se mais humano, mais espiritualizado, mais justo na presença de Deus. Analisados com a razão, de modo sincero e honesto, observam-se dois ângulos distintos de análise. De um lado, quando ouvimos ou lemos algo sobe fraternidade, ficamos sensibilizados pelo seu profundo conteúdo, é tão altruístico e harmonioso, e seu poder de amar pode amenizar, e talvez, acabar com as tantas guerras que assolam o mundo. De outro lado, de uma ótica prática, deixa muito a desejar. Não é ousadia afirmar que ela pouco funciona. Muito pouco! E isto porque o homem ainda não a compreendeu, ou ainda não penetrou fundo na essência maravilhosa da fraternidade humana.

Repetidas vezes o homem afirma que somos irmãos, na prática, porém, ele julga-se diferente dos outros. Dá a si um ar de superioridade, considera-se mais inteligente, mais sábio ou mais esperto que seu próximo. Ao misturar-se com seus semelhantes, o faz apenas em sentido de respeito ou de educação, jamais no aspecto lato de igualdade ou de fato irmão.

Exemplos de verdadeira fraternidade são raros.

Existe uma parábola que transmite uma maravilhosa lição e ilustra o que poderia ser verdadeira fraternidade: Numa fazenda, onde havia vasta plantação de milho, recém germinada, cujos pés não passavam de um metro de altura, e onde trabalhavam centenas de camponeses, certo dia, uma criança de apenas três anos de idade, filha de um dos casais de colonos, perdeu-se naquele imenso deserto verde da plantação. Os pais, ao terem conhecimento do fato, desesperados, puseram-se a procurá-la. Porém, como a plantação era muito grande e a criança pequena, tornava-se difícil encontrá-la.

Imediatamente, ao serem informados da dificuldade do e perigo, pois algum animal poderia atacar e matar a criança, todos os trabalhadores, cada um a seu modo, invadiram a plantação efetuando buscas.

Infelizmente, todas as investigações resultaram infrutíferas.

Ao lado da fazenda havia outra propriedade rural, também com centenas de trabalhadores. Infelizmente entre as duas comunidades havia permanente clima de desentendimento e rusga. Mas, ao saberem do acontecido não vacilaram um instante em abandonar as rivalidades, e a uma só voz de fraternidade, para lá se dirigiram entrando na plantação para também, cada um a seu modo, encontrar a criança.

Todos os cantos foram vasculhados, porém sem êxito. O dia foi passando, a noite se aproximando e a criança não era encontrada.

Em dado momento, todos reunidos, lamentando a falta de sorte por não terem conseguido salvar a criança, aumentado com o desespero dos pais, um dos trabalhadores, como se tivesse recebido uma mensagem de uma entidade superior, em voz firme e enérgica ponderou:

- Da maneira que estamos fazendo não encontraremos a criança. Vamos dar as mãos uns aos outros. Formemos uma ala compacta, em toda extensão da plantação, e todos, de mãos dadas, marcharemos para frente. Assim agindo, um de nós vai com certeza esbarrar com a criança.

A ação foi rápida. Imediatamente começaram a marcha todos de mãos dadas.

Não é preciso dizer que o milagre aconteceu. Marchando lentamente, mas bem seguros, depois de meia hora, alguém esbarrou com a menina, e logicamente, sã e salva.

Logo depois, todos estavam reunidos fora da plantação, jubilosos pelo êxito alcançado. Naquele momento comovente, involuntariamente, formou-se um profundo silêncio, como se todos tivessem caído em profunda meditação, todos analisavam o acontecido.

A mãe da criança, olhando ara o alto em louvor a Deus, exclama:

- Benditas sejam as mãos dadas, só assim minha filha foi salva!

Em seguida, seu esposo, ouvindo aquelas palavras, grita também:

- Benditas sejam as mãos dadas!

E analisando o profundo amor fraterno e mais especialmente o altruístico efeito prático, de ímpeto, com grande entusiasmo fraternal, dirigiu-se a todos os companheiros dizendo-lhes:

- Por que não andamos e vivemos sempre de mãos dadas?

Reparem meus caríssimos irmãos, as contradições referentes à humanidade apresentadas atualmente no mundo. De um lado avaliemos a parábola em que centenas de pessoas se uniram fraternalmente para salvar a vida de uma criança. De outro, alguns dirigentes de nações que ordenam o massacre de milhares de inocentes e indefesos seres humanos. Cada qual defende suas razões, pouco convincentes em sua maioria. Cabe aqui uma pergunta: quando e como acabarão as desumanas guerras?

Uma andorinha só não faz verão, reconhecemos e afirmamos, até de forma melancólica, que só através da fraternidade e do amor Universal poderá aportar a paz entre os seres humanos. Mas isto só será possível se a humanidade, de mãos dadas, aprender, praticar e viver de fato a verdadeira fraternidade!


Ewald Boller, auditor e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 11 de setembro de 1925 em Corupá, Santa Catarina. Faleceu em 6 de abril de 2002 em Curitiba, Paraná, com 76 anos de idade, desastre rodoviário.
Grau do Texto: Aprendiz Maçom.
Área de Estudo: Comportamento, Espiritualidade, Filosofia, Maçonaria, Tolerância.
Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande Loja do Paraná.
Local: Curitiba.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

DA MAÇONARIA E SEUS PRINCÍPIOS


A Maçonaria é uma instituição universal, essencialmente filantrópica, filosófica e progressiva; tem por fim procurar a verdade, o estatuto moral e a prática da solidariedade, e trabalha para o bem da Humanidade, contribuindo para o aperfeiçoamento da organização social.

Tem por princípios a tolerância mútua, o respeito dos outros e de si mesmo e a liberdade absoluta de consciência.

Considera as concepções metafísicas como sendo do domínio exclusivo da apreciação individual dos seus membros, e por isso se recusa a toda a afirmação dogmática.

Considera o trabalho como um dos deveres primordiais do homem, honrando igualmente o trabalho manual e o intelectual.

Tem por dever espalhar por todos os membros da Humanidade os laços fraternais que unem todos os maçons sobre toda a superfície da Terra, os quais se devem auxiliar, esclarecer e proteger, mesmo com risco da própria vida.

Recomenda aos seus adeptos a propaganda pelo exemplo, pela palavra e pela escrita, a fim de que o direito prevaleça sobre os caprichos humanos e sobre a força.

Como timbre, inscreve no seu código fundamental:
JUSTIÇA - VERDADE - HONRA - PROGRESSO.

Tem por divisa:

LIBERDADE - IGUALDADE - FRATERNIDADE

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil


















domingo, 2 de outubro de 2011

ENTENDENDO A ORDEM MAÇÔNICA


 A Ordem Maçônica

A Ordem é, hoje, o que seus membros são hoje!

A crise reside em cada um dos membros.

 
A Ordem não entra em crise, já é ordenada por natureza.

 A Maçonaria não é...

Democracia - É um sistema hierarquizado, onde todos se comprometem a subir todos os degraus possíveis da perfeição simbólica, espiritual e moral;

Sistema de Fé - É um sistema de atitudes e comportamento. Há que se ter cuidado para não cair em contradições;

 
Sistema Filosófico - É mais uma escola de filosofar em que todos buscam perfeição, ecletismo e melhoras gerais;

Escola de Psicologia - Permite que o Obreiro conheça a si mesmo e modifique sua conduta inadequada


Metafísica - Dado que a doutrina e o simbolismo apontam para reflexões sistemáticas e objetivas.


O Começo é Difícil

Os primeiros passos no caminho da sabedoria são os mais estafantes, porque nossas almas fracas e teimosas detestam o esforço e o desconhecido, sem a garantia completa da recompensa. Á medida que progredimos nossa decisão se fortalece e o aprimoramento pessoal torna-se progressivamente mais fácil. Aos poucos passa a ser até difícil deixar de fazer o que melhor para nós.

O compromisso firme e, ao mesmo tempo paciente, de remover as crenças nocivas de nossas almas confere-nos, pouco a pouco, a habilidade de ver com mais clareza, através de nossos frágeis temores, nossa desorientação nas questões amorosas e nossa falta de autocontrole. Paramos de nos esforçar para impressionar os outros. Um belo dia percebemos com satisfação que não estamos mais representando para platéia alguma.

 
Depende Exclusivamente de Cada Irmão.

Ninguém ensina Maçonaria para ninguém.


Isso ocorre em qualquer escola Iniciática, aonde cumpre ao Recipiendário praticar a Ritualística (munido do Ritual), absorver cada palavra e cada símbolo e, vivenciá-lo na sua existência.

À medida que pratica e vivencia o ritual, o homem incorpora-se no símbolo e integra-se ao mito.

 
O mito rememora os feitos virtuosos e o rito os celebra, repetindo-se periodicamente.

Dizer que não nada há de substancial na repetição do rito é rejeitar uma verdade subterrânea que tem contribuído secularmente para o aperfeiçoamento da humanidade.


O neófito que não encontra nada é porque não encontrou muita coisa em relação ao que buscava com os olhos profanos.

A Maçonaria só pode oferecer ferramentas, utensílios e trabalho.

 
Como a Ordem não é feita à altura das fantasias, ilusões e quimeras do candidato, não pode oferecer mudança imediata e renovação súbita de sua personalidade. O que está posto é um caminho árduo de auto-percepção.

 
Pitágoras, ao constatar que não havia nada de assombroso no templo de sua iniciação, ao invés de decepcionar-se, verificou que não havia nada em si mesmo, apenas desejos e ilusões. Ai então começou o seu caminho para a sabedoria. O Irmão que chega neste ponto já é um maçom.

 
A Maçonaria quer dar ao Obreiro de hoje, tal como fez para aquele de ontem, os utensílios que lhe permitam encontrar sua verdade e sua liberdade individuais.

 
A iniciação permite o ingresso nesse caminho, mas toca a cada um trilhar. Só com esforço, empenho próprio, paciência, tolerância e vontade é que se passa da iniciação fictícia e teatralizada para a iniciação real, aquela que transforma a promessa em realidade, a esperança em certeza e um caminho de conhecimento ritualístico em caminho de vida.

Cuidados a Tomar

Ausência de trabalhos sobre simbologia, lendas, mitos e ritualística.

Descumprir interstícios e formação típica de graus..

Dar "asilo político" a Irmão. (Há sempre alguém querendo que a Loja interfira a seu favor).

O mundo profano ignora os graus e o nível de conhecimento do irmão. Portanto, maçom é maçom, logo, a postura, comportamento e respeito devem estar sempre presentes.

 
A missão do obreiro é lapidar a P:. B:..

A Oficina trabalha em um tempo simbólico; é atemporal.

 
A Oficina trabalha em um espaço sagrado; é não espacial.

 
Isso tudo implica: ritualística, liturgia, símbolos; a ordem fundamenta-se na experiência iniciática, que requer reflexão e vivência comuns.

 
 Lema do Maçon:

Liberdade: coloca o homem numa posição do querer e do poder.

Igualdade: infunde no homem a obrigação de respeitar seu semelhante, seja ele quem for.

Fraternidade: dá ao homem uma maneira certa de cultivar o amor.

Depoimentos

1. Voltaire: "A Maçonaria é a entidade mais sublime que conheci. É uma instituição fraternal, em que se ingressa para dar e que procura os meios de fazer o bem, exercitar a beneficência."

 
2. Albert Eyler, (Grão Mestre da Pensilvânia): "A maior necessidade do mundo é e homens. Homens que não podem ser comprados nem vendidos. Homens honestos no mais intimo de seus corações. Homens que não temem chamar o pecado por seu nome.. Homens cuja consciência é tão fiel ao dever como a agulha magnética do pólo. Homens que fiquem com o direito embora o céu caia. E o objetivo de uma Loja Maçônica é criar homens.
Privacidade

O pensamento científico não nos permite sonhar, mas o homem sabe se exaltar, sabe se embriagar ao contato dos coloridos suntuosos e com o perfume das flores, com a complexidade da pedra, com essas lufadas de amor que emanam de toda essa natureza com a qual convivemos e cujas profundas leis permanecem desconhecidas para nós. A Maçonaria comunica esse impulso do coração, ela pede também ao homem que se analise, que se busque interiormente. Ela quer que cada um conserve o seu particularismo, que saiba continuar a ser ele mesmo, sabendo também se integrar entre os outros. Cada um deve poder se realizar por si mesmo, com a ajuda daqueles a quem se associa. Existe então uma troca contínua entre os Irmãos, um impulso de amor. Daí nasce essa enorme corrente de fraternidade, que não escapa à concepção religiosa do humano.

 Quando um Homem é Maçon?

Quando pode olhar por sobre os rios, os morros e o distante horizonte com um profundo sentimento de sua própria pequenez no vasto panorama das coisas que o rodeiam e, assim mesmo, ainda conservar a fé, a coragem e a esperança - que são as raízes de toda virtude.

 
Quando sabe que, no fundo de seu coração, todo homem é nobre, tão vil, tão divino e tão solitário como ele mesmo, e procura conhecer, perdoar e amar seu semelhante.

 
Quando sabe simpatizar com os homens em suas tristezas, sim, mesmo em seus pecados, sabendo que cada homem luta duramente contra muitos óbices em seu caminho.

 
Quando aprendeu como fazer amigos e conservá-los, e sobretudo, como conservar seu próprio amigo...

 
Quando nenhuma voz de desespero atinge seus ouvidos em vão e nenhuma mão procura sua ajuda sem obter resposta.

 
Quando achar um bem em toda fé que ajuda qualquer homem a ver as coisas divinas e a perceber significações majestosas na vida, qualquer que seja o nome desta crença.

 
Quando conserva a fé em si mesmo, em seus companheiros, em seus irmãos, em seu Deus, em sua mão uma espada contra o mal, satisfeito em viver, mas não temendo morrer.


Tal homem encontrou o único real segredo da maçonaria, aquele que ela procura transmitir ao mundo inteiro. (citação de Joseph F. Newton)

 
Sigilo

É incontestavelmente, o sigilo, a pedra de toque inestimável que dá com segurança o caráter do Maçom. Não que o sigilo seja sempre necessário pela natureza dos assuntos tratados em Loja, mas porque habitua o Maçom à circunspeção, corrige a leviandade e a tagarelice. Pitágoras exigia dos postulantes longos mutismos, de anos, por vezes. Era maneira de corrigir o pendor natural das palavras irrefletidas. Pensar com segurança, meditar com paciência, julgar com imparcialidade, agir com firmeza, são preciosas qualidades que todo Maçom se esforçará em adquirir, infatigavelmente. As recompensas não existem para o Maçom, trabalha por um grato e salutar dever consciente, não pede aplausos, não almeja agradecimentos. Suas ações generosas, esquece-as, não as proclama. O ato de beneficência fica entre o que dá e o que recebe. Sabe o Maçom que ficará ignorado. O bem não é vaidade, é o móvel de suas ações. Guardar sigilo é poupar ao indigente o rubor da esmola, é merecer para a Ordem a confiança e as bênçãos das vitimas do infortúnio. Sigilo é também um degrau de honra. (ensinamento de Dario Velozzo)

Significado de Ser Mestre Maçom

Ser Mestre Maçom significa ser Mestre em si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes do Grande Mistério, mesmo que nos denominemos mestre.

Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.

 
Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.

Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.

 
Ser Mestre é aceitar um conselho, para ser ajudado. É retribuir com ternura aos que o odeiam.

Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações. (ensinamento de Manoel Gomes).

Luis Mario Luchetta (Or:. de Curitiba, Paraná)

Publicado na revista A Trolha, nº 231, Janeiro de 2006.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
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