terça-feira, 31 de janeiro de 2012

DOS MAÇONS E SEUS DEVERES



Por Benjamin Sodré, Grão-Mestre Geral do GOB (1954)

DOS MAÇONS E SEUS DEVERES

O Maçom, desde a sua iniciação, está obrigado a imprimir à sua existência um ritmo inflexível que o leve a cultuar a virtude. Na sua ascensão contínua em busca da Verdade e doaperfeiçoamento de suas qualidades morais, tem ele quatro espécies de deveres a cumprir: Os da Moral Individual, os da Moral Doméstica; os de caráter Cívico e os de Ordem Social.

DEVERES DE MORAL INDIVIDUAL

Os maçons devem ter sempre presentes em seu espírito o Ritual de Iniciação e seus preciosos ensinamentos. Entre estes, lutar infatigavelmente para conhecer a si próprio. É fácil inteirarmo-nos de nossas virtudes e até mesmo atribuirmo-nos, de boa fé, qualidades que não possuímos. Em compensação é muito difícil admitirmos nossas deficiências e nossos defeitos. A consciência de cada Irmão deve ser um Tribunal em que, através da meditação e do exame sereno e imparcial de nossos gestos e atitudes, formulemos um julgamento que nos oriente com segurança em nossa vida futura. A nossa divisa deverá ser: “OURO SOBRE AÇO”. Osbons livros, de bons autores, poderão constituir uma excelente ajuda nesta tarefa. Enfim, o Maçom, em face dos juramentos proferidos, está obrigado, para consigo mesmo a: Ser leal e verdadeiro. Combater as injustiças. Ter uma vida sã. Ser livre não ter apego a posições. Viver com simplicidade. Dar sempre o bom e sadio exemplo.

DEVERES DE MORAL DOMÉSTICA

A família é a base da sociedade e o Maçom, mais que qualquer outro, está obrigado a defendê-la e a prestigiá-la. É no lar que se forjam as virtudes morais de um povo. O Maçom tem três deveres fundamentais para com o seu lar: a) Subordinar seus interesses pessoais aos de sua família; b) conceder à família ampla liberdade religiosa; e, c) Guardar fidelidade conjugal.

DEVERES DE ORDEM SOCIAL

O Maçom tem de ser, necessariamente, um padrão de dignidade no meio em que vive. Deve ser um exemplo de boa moral e nunca perder a oportunidade de despertar, nos que o cercam, aspirações para uma vida superior. Cumprir com zelo os deveres de sua religião, respeitando, porém, as demais crenças, que todas elas pregam o Bem e exaltam a Virtude. Deve dar seu decidido amparo a todas as obras úteis à coletividade, pois é essa uma das melhores maneiras de amar ao próximo. Formular juízos próprios, mas respeitar as opiniões alheias. Praticar a caridade; fazer o bem, protegendo, especialmente, os seus Irmãos.
Este nosso trabalho é uma síntese de uma palestra feita em Loja e muito estimaríamos se visse ele de tema nas próximas reuniões da Oficinas da obediência.
Se todos os prezados Irmãos se esforçarem no cumprimento de seus deveres a Ordem será, em breve, a maior força espiritual e moral a serviço da Pátria e da Humanidade.

DEVERES DE CARÁTER CÍVICO

A Maçonaria, como escola de aperfeiçoamento moral, como Religião da Virtude, impõe aos seus adeptos deveres especiais para com a Pátria onde vive. O Maçom deve obediência à Lei, sem a qual não pode haver ordem nem progresso. Estar obrigado a cumprir o melhor possível, os seus deveres profissionais e cívicos. Deve subordinar os interesses de sua família aos da sua Pátria. Não se submeter, sem protesto, aos atos arbitrários ou ordens injustas das autoridades, por mais influentes que elas sejam. Ouvir sempre, sem irritação, as ponderações de seus subordinados, e, sem diminuição, ter a coragem de revogar uma ordem, ante a evidência de que ela é falha, prejudicial, injusta ou ilegal. Nunca criticar nem reclamar à surdina contra uma ordem de que não teve a coragem de discordar quando a recebeu.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MARIO BEHRING


Ao tentarmos dizer alguma coisa sobre a figura exponencial de MÁRIO BEHRING, fazemos com o maior respeito e admiração. Entendemos que nunca devemos negar os justos aplausos aos que, conscientes da verdade dos fatos e do direito, dispõem-se a colocar sobre os próprios ombros, o julgamento da história.

Já temos aprendido, sobejamente, que errar é humano; permanecer no erro é obstinação.

Os adversários do nosso Ilustre Irmão MÁRIO BEHRING, costumam apontar-lhe erros e omissões com o fim precípuo de desmerecer o seu caráter ou ofuscar o brilho de suas idéias e o ímpeto de sua coragem.

Certamente, não é fácil lutar contra os “poderosos”, mas não é difícil, estamos convencidos, usar o bom senso para bem esclarecer os que na defesa dos próprios interesses ou de grupos, preferem perpetuar-se desfilando, propositadamente, nos caminhos perigosos da incerteza e da insegurança.

Mário Behring ou Mário Marinho de Carvalho Behring, engenheiro, jornalista e maçom brasileiro. Nasceu em Ponte Nova, Minas Gerais em 27 de janeiro de 1876. Faleceu, em 14 de junho de 1933, com 57 anos de idade. Fundador das Grandes Lojas Estaduais Brasileiras.

Mário Behring, no alvorecer de sua maioridade, isto é, aos 22 anos, transpôs o pórtico da Loja Maçônica “UNIÃO COSMOPOLITA”, lá mesmo em Minas Gerais, onde, mais tarde, sem muito se demorar, veio a empunhar o Primeiro Malhete de sua Oficina.

Ponderado em suas palavras, porém desassombrado em suas atitudes MÁRIO BEHRING, conforme a filosofia dos seus tempos, logo iniciou uma luta sem quartel em favor da liberdade de pensamento e contra os radicalismos de todas as espécies, principalmente, o religioso.

No início do século passado, ou seja, em 1901, transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, onde pelo seu comprovado gosto pelos estudos sobre os assuntos Maçônicos, veio a ser nomeado Membro da Comissão de Redação do Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil, então única Potência Maçônicas existente no Brasil, originário da Loja “Comércio e Artes” que, subdividindo-se em três, isto é , da mesma “Comércio e Artes”, “União e Tranqüilidade” e “Esperança de Niterói”, fundou o GOB em 17 de Junho de 1822, conforme consta de seus registros.

É bem de ver que, tão logo MÁRIO BEHRING começou a comparar os resultados dos seus estudos sobre a ORDEM com as estruturas do GOB, passou a querer influenciar na reformulação dos procedimentos do mesmo, principalmente, quando renunciou a sua eleição, em 1903 para Membro efetivo do Gr:. Capítulo do Rito Francês ou Moderno, numa irrecusável demonstração aos menos avisados de que, embora combatesse, febrilmente, o sectarismo e intolerância religiosas, cultivava a sua crença no G.A.D.U. e na imortalidade da alma, postulados não aceitos pelo referido Rito, apesar de nele haver inicialmente orientado os seus primeiros passos.

Continuou MÁRIO BEHRING Membro da Comissão de Redação do Boletim Oficial desde 1902 até 1905, tendo sido eleito em 1906, Grande Secretário Adjunto, quando, mais uma vez, usando de seus conhecimentos, elaborou, em 1907, o projeto da Constituição do GOB que pela conotação liberalista emprestado aos seus dispositivos, tenderia, fatalmente, à regularidade, não somente de suas origens, mas, sobretudo, dos seus trabalhos, não fosse o desvirtuamento que lhe deu uma Comissão de 18 Membros encarregados de sua redação final, para proteger os interesses contrariados pelo trabalho de MÁRIO BEHRING.

Apesar de toda sua luta e influência, MÁRIO BEHRING não conseguiu ver vitoriosos os seus pontos de vista que, em última análise, era uma tomada de posição em consonância com o desenvolvimento da Maçonaria Universal.

Mais esclarecido na investigação da verdade e desejando prosseguir, sob os eflúvios do G.A.D.U., no seu empreendimento, MÁRIO BEHRING aceitou a sua eleição, em 1907 para Membro Efetivo do então Supremo Conselho do Grau 33 para os Estados Unidos do Brasil de onde poderia melhor combater os desmandos a que era submetida a nossa Ordem no Brasil, pelos excessos de poder e apaixonada vaidade dos que se aproveitavam da Ordem ao seu bel-prazer, ainda que esse comportamento pudesse redundar em prejuízo para os verdadeiros objetivos de nossa Instituição.

Sem dúvida, entre os que se opuseram às idéias de MÁRIO BEHRING encontravam-se homens que, apenas por erro de observação ou possível desconhecimento da universal regularidade então buscada, permaneceram na arraigada defesa das suas posições.

Todavia, pelo entusiasmo de suas palavras e pela seriedade de seus propósitos, MÁRIO BEHRING começava a encontrar apoio dos que viam nele um líder eficiente e capaz de tomar uma posição em favor da regularidade da nossa ORDEM no Brasil, ainda que isso lhe custasse, presumivelmente, muito suor e muitas lágrimas.

A interinidade do seu Grão-Mestrado de 10/08/20 a 19/11/20 e de 25/12/20 e 22/04/21, valeu-lhe a experiência da efetividade do seu mandato no período de 28/06/22 a 13/07/25 vez que, lutando em todas as frentes, por nossa regularidade, inclusive junta ao Congresso Internacional de Lausanne, em 1921, reconhecia, com maior força de argumentos, a necessidade de não confundir as administrações do Simbolismo com o Filosofismo.


Terminado o seu mandato de Grão-Mestre, MÁRIO BEHRING, passou o Malhete ao seu sucessor Venâncio Neiva, o qual, procurando coonestar o movimento encabeçado por MÁRIO BEHRING, elaborou um Tratado a ser firmado entre os Graus Simbólicos e os Graus Filosóficos. Infelizmente, por ter, se passado para o Oriente Eterno aquele irmão não pode firmá-lo, cabendo ao seu sucessor Fonseca Hermes, a responsabilidade de fazê-lo.

Dava-se ao Tratado a significação de vida não dependente, porém, harmônica entre as duas administrações.

Isso, entretanto, não vingou por muito tempo, eis que forças e interesses se levantaram a ponto de levar o Grão-Mestre Fonseca Hermes à renúncia, instalando-se em seu lugar Octavio Kelly, o qual, desrespeitando todo esforço anteriormente feito e a legislação Maçônica Internacional, passou a exercer, de modo hostil, os cargos de Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador, mesmo não tendo sido eleito para este último cargo.

Com essa atitude o Grão-Mestre Octavio Kelly proclamando-se, também, Soberano Grande Comendador, rompeu o Tratado assinado em outubro de 1926 e deu lugar a que MÁRIO BEHRING, em 20/06/27, vendo-se espoliado na legitimidade e regularidade do seu cargo, e, sentindo a responsabilidade dos compromissos assumidos no exterior, uma vez que somente avocando o DEC, de 01/06/21, que dava ao Supremo Conselho do Brasil, personalidade jurídica distinta do GOB é que foi admitido no Congresso de Lausanne e confiando nos que haviam de defender, a qualquer custo, os postulados que ensejaram o reconhecimento da Maçonaria Brasileira entre seus Irmãos do Universo, retirou-se do Grande Oriente do Brasil e estimulou a fundação das Grandes Lojas Brasileiras.

MÁRIO BEHRING era um engenheiro e não um advogado como muitos pensam ter sido, pelo ardor de sua luta e pela firmeza dos seus argumentos diante dos mais renomados jurisconsultos seus opositores. O seu desmedido interesse pela leitura dos assuntos maçônicos e o desejo de projetar a nossa ORDEM no concerto Universal, impulsionaram-no a fundar as Grandes Lojas Brasileiras há 80 anos passados.

Sem embargo, podemos afirmar com SALVADOR MOSCOSO, em seu trabalho publicado na Revista “ASTRÉA” de dezembro de 1966; “o homem maçom que volver os OLHOS para a história e a experiência de Mário Behring, não escreveria um livro, mas faria um exame de consciência”.

Mário Behring, quis legar os vindouros, através de páginas expressivas na história Maçônica Brasileira, algo da própria respiração, fazendo dele documento animado de personalidade. Foi tão fiel o retrato de suas ações que o oferecem aos seus Irmãos como valioso presente, narração dos movimentos avulsos da sua sensibilidade nas várias emergências da vida.

Nunca se observou o cansaço, havendo, em todos os excertos, a corajosa decisão de quem se propôs inventariar como Maçom e por isso com serenidade, os passos das transatas caminhadas.

O futuro há de saborear, avidamente, a sua história porque nela se guarda o Maçom insigne que a escreveu. Nela ficará, fielmente o retrato, e para todo o sempre, Mário Behring com aquela emoção, educada e sutil, de quem sempre desprezou as falsas pompas.

Aí estão, em rápidas pinceladas sem retoques, alguns traços da marcante e exemplar personalidade do Paladino da Regularidade Maçônica Brasileira que, ao seu tempo, soube honrar os juramentos feitos e os compromissos assumidos perante o G.A.D.U., e a sua consciência. MÁRIO BEHRING soube respeitar a dignidade dos seus semelhantes, sem ostentação ou falsa modéstia.

Em 14 de Junho de 1933 quando viajou para o Oriente Eterno, deixou-nos, tal qual um vigoroso cometa, um rastro de intensa claridade a nos guiar pelos caminhos do equilíbrio, da moral e da razão. Fonte: www.cmsb.org.br

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
Rio de Janeiro - RJ Brasil

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SALMO 133, O SALMO DO GRAU DE APRENDIZ


"Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aarão e desce para a orla de suas vestes. É como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre".

Na abertura dos trabalhos de uma loja maçônica, no grau de aprendiz, do Rito Escocês Antigo e Aceito, é lido o salmo 133, que exulta a união entre os irmãos, salmo este que também o foi da ordem dos templários, fundada na época das cruzadas, como sabemos. Este salmo demonstra a filosofia maior da Maçonaria. Nele está contida a trilogia liberdade, igualdade e fraternidade.

O SALMO OU PSALMO: Do grego psalmos, de psallein é uma palavra grega com o significado de tocar um instrumento de corda, o saltério, espécie de harpa, e é também um cântico acompanhado de tal instrumento.

O saltério ou psaltério do grego; de psaltein é um instrumento musical de formato triangular ou trapezoidal com treze ordens de cordas, que se faziam vibrar com uma pena ou com as unhas.

Os hebreus já conheciam o saltério, que foi introduzido na Europa após as Cruzadas.
Salmo foi o nome dado pelos Setenta ao hinário de Israel, isto é aos hinos ou salmos destinados aos serviços corais do templo ou sinagogas, traduzindo por psalmos a palavra hebraica " mizmór, " significando cântico com o acompanhamento de um instrumento de cordas.

O Livro dos Salmos é uma coleção de 150 composições poéticas, as quais, através dos gêneros literários os mais diversos, apresentam conteúdo exclusivamente religioso.

Sendo a expressão da alma hebraica em oração, manifestam os mais variados sentimentos e circunstâncias: júbilo e pranto, triunfos e derrotas, tranqüilidade e angústia, agradecimento e louvor, enfim um tumultuar de afetos contados sempre com profunda suavidade.

Em hebraico, esta coleção denomina-se " tehillim ", da raiz " hálial " louvar, tratando-se portando de louvores.

Na versão Grega dos Setenta, os Salmos vêm sob o nome de " psalterion " ou " psalmoi " o que significa cantar com acompanhamento. Do vocábulo Grego originou-se o nome dos Salmos em todas as línguas modernas, sobretudo as neolatinas.

O livro dos salmos é uma reunião de cânticos e louvores ao Senhor, feitos por Davi, Asafe, Salomão, a Moisés, a Etá e aos filhos de Coré. Teriam sido escritos no décimo século antes de Cristo em diante.
Os salmos com já mencionam são 150 e estão distribuídos assim: 5 (cinco) salmos que tratam exclusivamente da glória da cidade de Jerusalém e o seu tempo passado e no futuro - São Eles: Salmos 48, 84, 122, 132; temos 7 (sete) salmos que são os chamados de penitenciais: São eles: Salmos 6, 32, 38, 51, 102, 130, 143; temos 15 (quinze) salmos que são conhecidos como os Salmos do Peregrino - que são eles: 120 a 134; temos 1 (um) salmo que é o familiar salmo de ação de graças - que é o Salmo 36; 1 (um) grande salmo da palavra de Deus que é o Salmo 119, e mais 6 (seis) que são conhecidos como os salmos das aleluias - São os: 111, 113, 115 a 117.

A fragilidade humana e a glória de Deus foram contrastadas no Salmo 90; o cuidado protetor de Deus foi apresentado no Salmo 91. Os salmos incluem um vasto conteúdo de profecias messiânicas: sendo 2 (duas) relativas aos sofrimentos de Cristo: São os Salmos 22 e 69; 4 (quatro) Cristo como Rei; são os salmos 2, 21, 45 e 72; 3 (três) que falam de sua Segunda vinda São os Salmos 50, 97 e 98; e fundamentalmente, o pequeno salmo 110, que descreve Cristo como o filho de Deus.

Por todos esses fatores é que a abertura do livro sagrado, no primeiro Grau, o de Aprendiz, é feita na parte central do livro, justamente no salmo 133. Todos nós conhecemos este salmo, entretanto, poucos de nós sabemos que ele é denominado de salmo do peregrino; é a peregrinação que o Maçom faz para " refrigerar " a sua alma; para alimentar o seu corpo espiritual; para fortalecer a sua vida.

Não é suficiente, no entanto, apenas "ouvir-lhe" a leitura; é preciso, que as suas palavras sejam aceitas e compreendidas. Procuremos analisá-las e desvendar o seu verdadeiro sentido, já que essas palavras inspiradas por Davi foram escritas no décimo século antes da era Cristã.

Israel, assim como seu povo, é abençoado por Deus. Dizem em histórias populares, que é o povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países vizinhos; Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão, às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras, produzindo tudo o que se planta.

Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa de qualquer parte da terra, é preciso " subir ", o que explica bem a razão de ser da expressão " das subidas ", circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon.

O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há neve em seu cume o tempo todo, e é de lá, que vem o orvalho santo, junto com as bênçãos; a neve derretida, forma os rios e os lençóis de água, e é por sua importância que o salmo 133 destaca-o de forma tão bela.

Quando Davi falava "O quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos! " dava importância aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e Jerusalém por sua vez, tratava à todos dessa forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de qualquer lugar.

E o óleo citado "...é como o óleo precioso... " era um perfume raríssimo à base de mirra e oliva, usado para ungir os reis e sacerdotes, e ou aqueles que aspiravam a alguma iniciação; Importante à ponto de comparar com os irmãos unidos e sua grandiosidade.

Agora quando fala "...é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião... " refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de Israel, dos montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.

Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de onde poderemos refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:

OS IRMÃOS:

Quando o Salmo 133, sugere "...que os irmãos vivam em união... " estamos traçando um programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo, veremos que a palavra " irmão " se revela uma necessidade entre os homens e era mesmo. Com toques divinos, não menores necessidade que temos dela hoje, basta que encaremos o panorama humano dos nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais profundo, ganância e conquista sem escrúpulo.

O ÓLEO:

Deus escolhe Aarão e seus filhos para o sacerdócio, determinando o modelo, o material para a confecção das vestes e demais elementos que seriam usados para o ofício sacerdotal. A descrição dos elementos que deveriam compor o " óleo precioso ": Em 1 him (6 litros) de óleo de oliva, 500 siclos da mais pura mirra, 250 siclos de canela aromática, 250 siclos de cálamo aromático, 500 siclos de cássia e mais especiarias, tudo composto por um mestre perfumista.
Diz um historiador que estas especiarias custavam caríssimo, pois procediam de diversas regiões e de outros países. Depois de feita e mistura, passava tudo por um processo de refinamento e depuração, de modo que os seis litros iniciais se resumiam, no final, em cerca de 600 gramas. Assim, os 1.500 siclos citados, mais o preço de outras especiarias não determinado, podemos calcular que as 600 gramas finais do " óleo precioso, hoje no mercado não teria perfume de igual valor financeiro. " Além disso, o óleo precioso era para ser usado unicamente pelo Sacerdote, para santa unção, uma única vez por ano, quando o Sumo Sacerdote adentrava o Santo dos Santos. E quem se atrevesse a compor um perfume como aquele, seria extirpado do meio do povo. A fórmula era segredo da tribo de Levi, a tribo dos sacerdotes e transmitida às gerações seguintes. Dizem que quando o sacerdote usava algumas gotas sobre sua cabeça, a fragrância se exalava por todo o ambiente, por muito tempo e se estendia até o pátio externo.

AARÃO:

O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu principal colaborador, possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca e fundador da classe sacerdotal dos judeus. Aarão, Moisés e o seu povo, libertados do julgo dos egípcios, depois de merecido descanso do lado oriental do mar vermelho, reiniciaram a marcha rumo ao sul, pelas margens ocidentais da Península do Sinai, à procura de água potável, peixes, caças e pastos para seus rebanhos.
Assim como faziam os beduínos-nômades, já instalados em campo aberto, parados ou em evolução, distribuíram as doze tribos ( Famílias ) para cada grupo, assim como as doze colunas dos templos maçônicos, formando um triângulo, ou seja, três grandes colunas de combate, como faziam, naqueles tempos, os nômades dos desertos.
Na frente, estacionados ou em movimento, instalaram-se a grande coluna dos luminares ( LUZ ), protegida pelos melhores combatentes prontos para qualquer eventualidade, a que denominaram de coluna do Oriente.
Ao noroeste do triângulo, instalaram-se a coluna do Norte, igualmente em constante vigilância.
Ao sudoeste ficou a coluna do Sul. Ambas as colunas do Norte e do Sul, permaneceram em vigília dia e noite a fim de se defender de possíveis ataques vindos da parte do Egito ou de bandos de salteadores.
No centro das três colunas, naturalmente e sem mistério, instalaram-se os anciãos, mulheres, crianças, enfermos, escribas, o grande timoneiro Moisés e o sumo sacertade Aarão, onde discutiam a elaboração de uma lei severa e forte que, depois de elaborada e promulgada, foi denominada de Lei Mosaica, tendo esta lei tornado-se insuportável, devido a seu rigor como: Olho-por-olho, nariz-por-nariz, orelha-por-orelha, dente-por-dente e castigo semelhante ao crime cometido. Em face dos clamores de muitos, pedindo uma lei que viesse de Deus e não do homem, Moisés subiu o Monte Sinai para orar ao Criador e pedir inspiração na feitura de uma lei justa e perfeita.
Eis que Deus, na sua bondade misericordiosa, atendeu as súplicas de Moisés, inspirando-o para que, com espirito de justiça, amor e bondade, elaborasse "O Decálogo de Deus", consolidando desta forma, o sistema politico-teocrático para a Nação dos Hebreus.
O decálogo de Deus, considerado por muitos como a primeira carta constitucional da humanidade - embora reduzida - que veio consolidar o regime teocrático da Nação Israelita, era, sem dúvida, uma reduzida e autêntica constituição Maçônica.


A BARBA:

Pêlos espalhados pelo rosto adornam a face do homem desde os mais remotos tempos, a barba mereceu dos mais variados povos, semitas e não semitas da Antigüidade, tratamento especial. A barba não é apenas um símbolo de masculinidade, virilidade, mas, também, de autoridade e de austeridade moral.
Os Israelitas, povo ao qual pertencia Aarão, evidenciaram especial estima pela barba e a ela conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua aparência, sua própria dignidade. Os Israelitas, pelo que ela representava, para demonstrar sinal de dor profunda, chegavam ao ponto de raspá-la.
 
AS VESTES:

De especial significado litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que tinham por missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava de conformidade com os diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.
Havia especial referência pela cor branca nas vestes, fios de lã azul, púrpura e vermelha, de linho fino e de fios de ouro, enfeitado com bordados e estola sacerdotal. Nas representações egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império, os sacerdotes usavam um avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor, usava uma faixa que lhe cobria o peito como distintivo de sua categoria, enquanto que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação exibia uma pele de pantera.
No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala na proibição de aproximar-se do altar através das grades, talvez um precursor do avental maçônico.
Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, descia pela barba e escorria à orla de suas vestes.

O ORVALHO:

O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir e dar viço às plantas. Nada mais belo e sedutor do que, n o frescor das manhãs, ver como as folhas cobrem-se de uma colcha úmida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol que traz a luz.
Na relva se deposita o orvalho, cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se umas às outras, vão nutrir a terra, dando-lhe o alimento. Parecem espadas de aço ao calor do dia, nas pétalas floridas, formando-se pérolas do líquido cristalino, espelho da vida que exulta ao redor.

O MONTE HERMON:

Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do Anti-Líbano do qual se separa um vale profundo e extenso. Apresenta-se na forma de um circulo, que vai de nordeste à sudeste. Explicando um pouco mais, para entender a geografia dessa região que viu nascer a história do mundo bíblico: O Anti-líbano é a cordilheira que se estende paralelamente ao Líbano, separando-o das planícies de Bekaa. De todas as cadeias montanhosas, é a que se posta mais ao oriente, pois se desenvolve do nordeste ao sul-sudeste, por quase 163 quilômetros. Sua extensão e altura são visíveis à partir do Mediterrâneo; Seu ponto culminante é o monte Hermon, com mais de 2.800 metros de altitude, possuindo neve em seu cume, é de lá que o vento traz o orvalho.
Um programa de televisão denominado "Mosaico na TV", trouxe há tempos uma reportagem sobre uma excursão ao vale de Hermon, onde se cultivam cereais e frutos em abundância. Num determinado trecho da reportagem,, quando a câmera focaliza o topo do monte Hermon, o locutor diz: "Se não fosse o orvalho que se acumula no topo do monte e que escorre pelas abas, formando minúsculos, mas inúmeros regatos molhando o vale, ali seria um deserto". Ora, deserto é morte; vale é vida. E é exatamente o que diz o versículo 3: " Ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre. "

O MONTE SIÃO:

Também chamado de monte de Deus, o monte Sião (não que seja santo por si mesmo, mas porque o Senhor o escolhera para ser sua morada), é para todos um refúgio seguro e inabalável.
O orvalho que escorre de Hermon para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é dele que escorre o orvalho abençoado e todas as suas complacências

A BENÇÃO:

Tudo que é bom e lhe é agraciado. Em Hebraico, seu significado é "berakak" palavra que deriva de "Berek" que por sua vez significa joelho. Note-se a relação entre uma e outra palavra, porque, sendo a benção a invocação da graça de Deus sobre a pessoa que a recebe, deve ser colhida com humildade, portanto, com os joelhos em terra, reverenciando respeitosamente.
Para os Semitas, benção possui força própria, e por isso, é capaz de despertar a sua potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por vibração, carregada de energia dinâmica e magia.
"O onipotente te abençoará com a benção do céu, com as bênçãos do abismo, que jaz embaixo, com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros".
(Gênesis 49:25)

Assim " ...Porque ali o senhor ordena a benção e a vida para sempre... ".

Ir .'. João Alves de Oliveira Filho - M .'.M.'.
A.: R.: L.: S.: Loja Maçônica Mestres do Vale Nº 1065
Oriente Gov. Valadares - MG -

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A COBERTURA DA CABEÇA

                                                                            

Para os ortodoxos do judaísmo, o homem deve estar sempre com a cabeça coberta, desde a brit-milá (circuncisão), que é realizada no oitavo dia de vida e que simboliza a aliança abraâmica com Deus.
Na prática, todavia, essa cobertura, que é feita com chapéu negro, ou com o kipá --- que é o solidéu, do latim soli Deo = só a Deus --- é obrigatória durante todas as cerimônias litúrgicas.

Em Maçonaria, a cobertura da cabeça, geralmente, é feita com um chapéu negro desabado é preconizada para todos os Mestres Maçons, nas sessões de Câmara do Meio, existindo, todavia, ritos, nos quais essa cobertura é obrigatória para todos os obreiros, em qualquer sessão. Fora da sessão do grau de Mestre, ou seja, em sessões dos graus de Aprendiz e Companheiro Maçom, a cobertura da cabeça é obrigatória para o Venerável Mestre (o presidente da Loja).

Parte desse costume remonta às cortes européias: o rei, quando em cerimônia realizada com a presença de inferiores hierárquicos, cobria a cabeça, como sinal de sua superioridade na hierarquia da corte (como o Venerável Mestre, em reuniões do 1º e do 2º grau), enquanto que, nas reuniões com seus pares, todos mantinham a cabeça coberta (como no 3º grau).

Todavia há, também, nesse caso, uma nítida influência hebraica, do ponto de vista místico, pois, em Maçonaria, geralmente, assim como no judaísmo, a cobertura da cabeça, além de mostrar que, acima da cabeça do Homem, existe algo transcendental, onisciente, onividente e onipresente, que é Deus, o Grande Arquiteto do Universo, evidencia a pequenez humana e a prostração do Homem perante Deus, pois, sendo, a cabeça, a sede da mente e do conhecimento, estando, ela, coberta, mostra a incapacidade humana de entender a divindade, o que é, praticamente, uma afirmação agnóstica. Em última análise é a prova da submissão do Homem a Deus.


Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO IV
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

sábado, 14 de janeiro de 2012

Maçonaria é Caminhada



Irm Charles Evaldo Boller
Pode-se descrever a Maçonaria como instituição de formação cívica, moral, escola de deveres, ciência de busca da verdade divina, instituição orgânica de moralidade com objetivo de eliminar ignorância, realizar filantropia, combater vícios e inspirar amor na humanidade. Mas Maçonaria não é definível. Isto porque abrange todo o conhecimento humano conhecido e desconhecido. A marcha do simbolismo representa esta diversidade do pensamento como o sair da reta e retornar para ela. Cabe ao maçom duvidar de verdades, modifica-las e retornar fortalecido para a reta, em direção à sabedoria. O vaivém da dúvida define a Maçonaria Especulativa, a especulação do pensamento lato, a busca na racionalidade em respostas a questões que orientam e constroem o homem.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

sábado, 7 de janeiro de 2012

O SÍMBOLO COM LINGUAGEM DOS DEUSES

Juarez de Fausto Prestupa



De acordo com os psicólogos, a formação do símbolo[1] se dá na fase da infância. Neste período, ainda conforme os psicólogos, não existe diferenciação, na mente da criança, do que seja ela e o mundo que a cerca, principalmente da mãe. A criança vive em um mundo único cujo centro é ela mesma. Ou seja, a união é total e completa, dentro de sua concepção. Não existem limites, distâncias, barreiras, empecilhos.

Ora, esta sensação, uma das primeiras de nossa existência, assemelha-se em muito com o conceito de unicidade que se pensa existir quando nos aproximamos de Deus. Mais do que isto, assemelha-se com a própria sensação de ser Filho de Deus, ou seja, uma divindade sem fim nem começo, sem limites. A sensação de participar de tudo e não ser nada isoladamente está relacionada com a carta do Louco do Tarô. É o que se supõe que possamos experimentar ao atingir um estado superior de consciência.

Então, agora se pode entender porque se diz que os símbolos é a linguagem dos deuses.

Os símbolos representam uma profunda, ancestral e inequívoca emoção coletiva. Eles também são o que de mais profundo e radical existe em termos de emoções e vivências reais da humanidade. Ou seja, revelam um amplo, completo e incorruptível conhecimento da realidade concebido através de gerações, milênios e ao custo de muito descaminho, dor e decepção. Ora, então, aqui o “real” tanto significa “relativo aos reis” quanto “ao que é absolutamente verdadeiro, a mais pura realidade”. Ou seja, apesar do símbolo retratar emoções ou subjetividades, ele nos fornece um caminho seguro de acesso à verdade objetiva do interior humano e consequentemente à justiça.

O acesso á verdade também é conhecido por ciência ou conhecimento, que, quando amplo e holístico ganha o nome de sabedoria. Para o ser humano existem dois tipos de coisas: as conhecidas e as desconhecidas. As conhecidas são, de certa forma, “dominadas”, e, portanto não oferecem perigo, pelo contrário, são território seguro para um caminhar equilibrado rumo ao desenvolvimento. As desconhecidas são geralmente motivo de pânico, medo e na maioria das vezes execração e fuga.

A experiência de acesso a algo real, verdadeiro, por menor que seja, nos confere uma sensação de referência ou segurança. Simbolicamente, é como que um retorno ao Jardim do Éden, resultando em euforia, tranqüilidade, segurança e paz. Mais do que isto, a experiência da verdade nos aproxima de Deus e isto ganha o nome de hierofania. Esta hierofania, ou experiência de uma verdade através da vivência de uma emoção original nos remete então ao estágio anterior à criação, precede ao mundo caótico e confuso[2].

O símbolo, por suas características já enunciadas, dependendo de nossa vontade sincera e concentração emocional sem ressalvas, pode nos proporcionar esta hierofania e o acesso a uma verdade absoluta, um contato com o “Centro do Mundo”, mesmo que por apenas alguns instantes por um pequeno ângulo. Este conceito é muito importante porque não se pode começar nada e nem mesmo se fazer nada sem a existência de um ponto central, uma referência de onde se partir. Isto é a garantia de economia de energia, tempo e recursos, garantindo-se assim um constante desenvolvimento rumo à conquista ou sucesso do que se propôs inicialmente. A experiência fora da hierofania é repleta de preconceitos, medos, inseguranças, etc. É tudo o que os tiranos, déspotas e manipuladores se aproveitam para dominar e controlar as pessoas. Ou seja, a vida distante do conhecimento e estudo dos símbolos é um caminho incerto, frágil, sem apoios, propensa a conduzir à submissão, ao erro, ao sofrimento e à decepção. É um universo fragmentado, sem certezas ou referências. A única regra é a da “tentativa e erro”, garantidos muito mais erros do que acertos.

Mircea Eliade afirma que “traduzir uma imagem na sua terminologia concreta, reduzi-la a um único dos seus planos referenciais, é pior do que mutilá-la, é aniquilá-la, anulá-la como instrumento de conhecimento[3]”. É por esta razão que não adianta decorarem-se definições dos símbolos, o símbolo existe exatamente para não ser definido, mas sim experimentado em toda a sua essência.

Einstein já dizia que o universo é infinito, porém pode ser representado como uma esfera. Ou seja, se rodarmos sobre uma esfera, não encontraremos fim, mas sabemos que na direção para fora de seu centro existe sim um limite. Da mesma forma, em termos de planos, tridimencionalmente nosso universo não tem limites em seu próprio plano, mas é limitado se concebido em termos de outros planos. Em Cabala estudamos os Sefirote que são mundos ou universos distintos uns dos outros onde o G\A\D\U\ se manifesta com nomes e atributos especiais e diferentes. São universos (um verso da Criação) que compõem o Cosmos espiritual, psíquico e material. A palavra hebraica Sefirote é o plural de outra (Séfira) que pode ser traduzida por “esfera”, justamente a simbologia utilizada por Einstein!

Cada Séfira tem, por exemplo, um nome ou atributo de Deus, uma hierarquia “angélica” e uma regência planetária. O estudante atencioso perceberá então que o simbolismo astrológico o conduz ao conhecimento dos diversos universos da Criação e que um simples símbolo planetário poderá lhe anunciar a possibilidade de uma experiência, conhecimento ou contato divino diferente e magnífico.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro – RJ – Brasil






















sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

PODERIA UM LOBO DISFARÇADO DE OVELHA SER INICIADO NA MAÇONARIA?


Muitos IIr.:, em várias ocasiões em suas LL.: já puderam se deparar com esta situação: Como foi que iniciamos esta pessoa? Mais parece um "lobo em pele de cordeiro", só pensa em dinheiro, é mentiroso, caluniador e ainda o chamamos de irmão. Como escreveu Paulo Coelho " Quando você deseja muito algo, o Universo inteiro conspira para que aconteça ". E isto também vale para um lobo disfarçado que deseja ser maçom considerado puro e limpo.

Conheci um caso de um "lobo profano", foi apresentado para uma determinada Loja, passou pelo escrutíneo, seu padrinho se afastou da loja, arrumaram outro padrinho. No dia da sua iniciação o padrinho substituto não pode comparecer, então o Irmão Segundo vigilante foi buscá-lo em sua casa, chegando lá seu carro que era novo apagou e nada o fazia funcionar. Foram então até a garagem daquele "lobo profano" para usar seu carro, cruzes, o carro não deu partida. Um terceiro carro foi encontrado e quando faltava 200 metros da Loja que seria iniciado, você pode não acreditar, mas o carro chegou falhando e afogou momentos antes de ser apresentado ao Ir.: Exp.: que já estava impaciente pela demora. Agora pasmem! O V.:M.: de sua loja também não foi quem fez o ritual de iniciação e o lobo foi iniciado naquele mesmo dia com o V.:M.: de outra Potência. Apesar dos vários avisos do GADU, que ali estava um homem que não deveria ser iniciado e não que a maçonaria não teria espaço para ele. Não teve jeito, o Universo inteiro conspirou para que sua iniciação acontecesse.

Não quero com este post criar polêmica, mas sim fazer uma reflexão sobre esta metáfora. Afinal, com toda honestidade, temos que reconhecer que este tipo de profano pode se instalar em qualquer tipo de comunidade ou organização.

Assim a pergunta: "Poderia um lobo em pele de cordeiro ser iniciado na maçonaria?" A pergunta parece um absurdo e sem sentido, mas é fato real.
 
O fato é que esses profanos "lobos em pele de cordeiro" são realmente capazes de entrar para a maçonaria de maneira natural e mais simples do que você poderia imaginar.
 
Sua habilidade para manipular e com astúcia, ele vai abrir todas as portas. E isto é uma vantagem natural para "lobos ovelhas". Por outro lado, os irmãos que devem tomar decisões sobre a sua aceitação na fraternidade nem sempre são bem treinados e capazes de lidar com este tipo de profano. Eles possuem uma forma especial de convicção. "O lobo em pele de cordeiro" vai dar aos olhos do prumo que ele é uma pessoa ideal para ser maçom.

A introdução deste "lobo em pele de cordeiro" dentro da Arte Real é quase inevitável. Com sua habilidade no manuseio, ele não hesita em mentir e enganar o irmão sindicante.

Todos nós podemos ser manipulados, enganados e usados. Ele pode fazer qualquer um dançar ao ritmo que lhe agrada. Seu desprezo pelas necessidades dos outros e sua maneira de tomar qualquer vantagem de estar presente acima de qualquer irmão. Desta forma vai demolindo a estabilidade e o bom funcionamento da Loja.

Mas porque um "lobo em pele de cordeiro" tem interesse em aderir a maçonaria? Sem dúvida, quer os benefícios materiais no mundo profano. Logo ele detecta que o papel de V.:M.: é muito atraente e isto passa a ser o principal objetivo dentro da oficina e cria toda rede de artimanha para atingir sua meta. Visita todas suas Lojas irmãs e sempre encontra outro com seu perfil capaz de fazer o mesmo jogo.

Para esses "lobos-ovelha", faltam-lhes a profundidade emocional que produz o "verdadeiro despertar", conhece na teoria mas não sabe pratica-la.

Tem grande habilidade de manipulação, e não hesita em distorcer os fatos e usa a difamação para alcançar rapidamente seus objetivos. É capaz de usar seu charme, suas habilidades sociais e relações de outros de ganhar a confiança.

Muitas vezes, suas manobras como fazer lobby na sala dos passos perdidos sobre propostas a serem votadas na Ordem do Dia, será facilitada pela credulidade dos outros irmãos, que contam com a falsa sinceridade do "lobo-ovelha".

O "lobo em pele de cordeiro" lida com todos os irmãos que têm a sua disposição, só mais tarde podem perceber que foram usados como "peões". Distorce a comunicação e operação da Loja em seu benificio.

O pior de tudo é a manipulação de redes de informação entre "lobos e ovinos" , procurando aumentar sua reputação criando rivalidade e conflito entre os irmãos. Guerras de poder e o Caos sempre é sua vantagem.

Pode ser que alguns irmãos comecem a ver - o que é tudo isto - e descobrir que seu irmão é um "lobo em pele de cordeiro" e talves venha desafia-lo abertamente. Mas em uma Loja dominada por este lobo-ovelha, provavelmente será tarde demais para o irmão desafiante. O "lobo em pele de cordeiro" terá tido tempo para neutralizar divulgando informações tendenciosas colocando a organização a seu favor.

Na verdade, a questão não é como muitos "lobos" foram iniciados na Maçonaria, mas como detectar e diminuir o impacto de sua ação na Irmandade.

Finalizando, com o já escreveu Mateus em seus versículos
" Acautelai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós vestido como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis.

Então IIr.: pela aclamação:

Os conhecereis pelos seus frutos!

Os conhecereis pelos seus frutos!

Os conhecereis pelos seus frutos!

Segue  LINK DO VÍDEO - Não deixe de assistir. É um video muito bem feito . Parabéns ao seu autor.